A menina prodígio
O céu estava azul e sem nuvens, como era de prever. Tal e qual como todos os dias fazia um calor abrasador por todo o país do vento, incluindo Suna e aquela pequena cidade.
Kiba acordou com os raios de luz a forçar a entrada pelo vidro da janela, mas também os berros de Saito se faziam ouvir da cozinha até ao quarto. Mal abriu os olhos, viu a sua Zanpakutou e começou a pensar que talvez o treino que tenha vindo a fazer nestes últimos dias não era o melhor rumo para atingir a Bankai.
Pegou na toalha que se encontrava num dos guarda-vestidos e foi para a casa de banho, tomar um duche para tentar manter-se fresco o dia todo. Mal acabou, secou-se com a dita toalha e vestiu-se rapidamente.
Ao descer as escadas Kiba encontrou Saito, que, já com cara de impaciencia, subia as escadas.
- Estava a ver que não! Já te ia chamar! – diz Saito dando um pequeno empurrão em Kiba até à cozinha. – Vá, agora prova isto. É uma nova receita. – Kiba tinha na sua frente um prato de sushi que aparentava ser o mais delicioso possível.
- S-sugoi..! Vou ser o primeiro a provar?
- Vais, espero que esteja bom. – Saito estendia a mão até atrás da cabeça e coçava-o, como um sinal de embaraço.
A primeira dentada de Kiba despertou um processo de sentimentos e interjeicções. – Oh meu deus! Isto é a melhor comida que já comi em toda a minha vida! Isto não pode ser verdade, é algum Genjutsu!?
- Não, é só comida! – diz Saito tão espantado pela reacção extremamente aprovativa de Kiba. Ele parecia que não comia há três semanas, devorando completamente toda a comida no prato, ficando parcialmente cheio.
- Estava tão bom, Saito-sensei... – diz Kiba ainda mastigando a ultima garfada.
- Ainda bem, ainda bem! Mas agora temos de nos despachar, o próximo treino com os anciãos nos espera.
- Hai, hai.. vou só buscar o meu equipamento. – Kiba pôs-se em grande rapidez no quarto para pegar nas suas bolsas e espadas. Desceu novamente as escadas e dirigiu-se para a porta, onde já se encontrava Saito a abri-la horizontalmente.
Subiram a rua em direcção à escadaria que dava para o palácio-mosteiro, foi, como todos os dias, um enorme esforço para lá chegar. Era bem no topo da “pirâmide” que era aquela cidade. Os degraus eram notoriamente bem antigos, pois estavam um pouco degradados em certos pontos.
Ao chegarem ao topo, o monge Musuko acompanhou-os até um compartimento até agora desconhecido por Kiba. Era um enorme salão com um enorme quadro que representava a luta dos monges ao lado dos anjos em prol de parar os demónios. Dentro de um certo perímetro o chão e paredes tinham tons cinzentos e brancas e uma lareira se via numa dessas paredes onde fogo incessante deitava pequenas fagulhas para fora do seu “habitat”.
Uran, Kaiousei e uma rapariga não muito mais velha que Kiba estavam sentados nos vários sofás que se encontravam em torno da fogueira.
- “Este pessoal é maluco, tá um c”- Kiba parou logo o raciocínio quando pisou a madeira cinzenta. Naquele pequeno espaço estava um frio que fazia até as estátuas tremer.
- Muito bons dias para os senhores...! – dizia Kaiousei sempre amável e extrovertido. – Ainda bem que chegaram.
- Bom dia, Saito-kun, Kiba-kun. – Uran mantinha a sua posição forte e controladora, nunca se deixando “descair”. A rapariga de olhos azuis escuros e cabelos grizalhos não mostrava nenhuma emoção, apenas ia bebendo da caneca que lançava um vapor para o ar. – Apresentovos a Hankei. Ela é a nossa melhor ninja. Tem potencial mais que suficiente para ser a próxima anciã e nós queremos que ela treino contigo.
A rapariga mantinha a sua expressão pálida e fria mesmo com a mais prestígiada kunoichi do seu clã a falar assim dela. Levava mais uma vês as mãos à boca, envoltas na manga vermelha.
- Hai. – dizia Kiba, bastante confiante. – e quando é que começamos?
- Vamos começar daqui a meia hora, dá-nos tempo para nos prepararmos e para chegarmos ao local de treino. – dizia Kaiousei apoiando-se nos joelhos para se levantar. A sua forma física era espectacular, mas parecia ter uma cicatriz no pescoço. – Vamos?
Todos responderam começando a deslocar-se em direcção à porta do salão, onde se encontrava Musuko com a sua cara simpática.