Kadmos - Miu-sensei...
Miu - Kadmos-baka, que queres?
Kadmos - Quanto tempo ainda falta? - Pergunta o rapaz... Ia agarrado a uma bengala que improvisara a partir de um ramo seco. - Quero água...
Miu - Água dizes tu? - Dá um caldo mesmo na nuca do rapaz, apesar de fraco fora o suficiente para ele balançar um pouco. - Se tivesses planeado a viagem não estávamos assim! Nem encher os cantis sabes, agora nenhum de nós tem água. - Com a resposta dada, Kadmos ficara calado e voltara a baixar a cabeça.

Continuaram a andar por mais algum tempo. Para o rapaz aquilo parecia tortura, nem sabia a quanto tempo estava a levar com o sol na cabeça. Levantou a mão e passou-a pelo cabelo, até o cabelo queimava ao toque. Voltou a levantar a cabeça e olhou para o horizonte... Via uma linha um pouco irregular por causa das dunas da areia, até ver algo a sair "espetado" daquela monotonia de curvas. Mudou de direcção e reuniu forças, correu para lá da maneira como podia e passado algum tempo a forma espetada transformou-se numa palmeira. Deixando a mochila para trás, fez uma mistura de corrida e shunshins para chegar até à palmeira que via. Miu estava já muito para trás, a perseguir o seu aluno que começara a correr sem motivo algum.
Conforme se aproximava, gradualmente a imagem da palmeira se tornava mais clara e perceptível. Encontrara um oásis constituído por um pequeno lago e um trio de palmeiras à beira da água cristalina. Parou e ficou a olhar, nunca pensara ficar maravilhado por ver água e um punhado de plantas. Despiu a camisola e num salto entrou na água... Estava tão fresca e Kadmos parecia recuperar as forças enquanto nadava naquele pequeno lago.
Entretanto Miu finalmente chegara e via, espantada, a figura parva do seu aluno. Kadmos estava sem t-shirt, deitado num monte de areia a fazer que nadava. Num grito, a mulher acordou o rapaz daquele transe e começou a repreendê-lo.

Miu - KADMOS!! - O rapaz parou, tinha já areia nas suas mãos em forma de concha e olhava para Miu. - Mas tu nem sabes o que estás a fazer rapaz? - Aproxima-se dele...
Kadmos - Eish, tenha calma Miu-sensei! Há aqui água suficiente para nós os dois, tome beba um pouco. - Diz ele extendo as mãos que imaginava terem água.
Miu - Pronto, foi desta que se passou de vez. - Deu-lhe uma bofetada. - Vê se acordas! Estás a tentar beber areia!
Kadmos - Areia? Mas... Eu vi água! - Começa a cuspir a areia que já tinha na boca. - Eu... *cospe* juro *cospe mais uma vez * que era água!
Miu - Foste apanhado numa miragem rapaz... Agora veste a tua t-shirt e continuemos a viagem. - Pega na sua bússola e deixa-a decidir-se para onde é o Norte... - Pelo que a bússola diz, se continuarmos naquela direcção vamos dar a Suna, anda pelo caminho de certeza encontraremos água.
Kadmos - Hai Miu-sensei. - Responde depois de limpar a sua boca com um lenço, sentia a boca cheia de pequenos grãos de areia que teimavam em não sair, mas não os conseguia expulsar...

Passaram-se mais dois dias e os shinobis de Konoha estavam agora às portas de Sunagakure. Depois de passarem pelas enormes muralhas da vila da areia, dirigiram-se ao escritório do Kazekage para dar entrada na vila. Afinal, iriam ficar ali ainda algumas semanas e tinham que pedir uma permissão a Arashi...
Após falarem com Arashi sobre a sua estadia, à qual obtiveram uma resposta positiva, Kadmos saiu disparado na direcção do bairro onde os Brisingr moravam. Combinara previamente com Miu de irem treinar durante o tempo que ficariam em Suna, mas ele continuava a lembrar-se do objectivo daquela viagem... O brilho estranho que o seu pendente ganhara enquanto esteve em Kumo intrigava-o cada vez mais e Manta não lhe responder às suas perguntas preocupava-o. Que teria acontecido na sua ausência?
Distraído com os seus pensamentos, corria pelas ruas de Suna sem olhar para qualquer lado, o resultado é óbvio... Numa rua mais movimentada foi contra alguém e ambos caíram ao chão. Ergueu a cabeça, massajando a zona com que batera e olhou para quem estava também caído. Era uma pessoa que tinha um estilo "peculiar" no mínimo. Usava um fato de licra roxo que cobria todo o seu corpo, desde o pescoço até aos pés. Tinha um cabelo preto, longo e os seus olhos pareciam ser tão escuros como o cabelo.

Yoshiyuki - EI! Mas tu não olhas por onde andas?
Kadmos - Desculpa, estava com a cabeça noutro lugar...
Yoshiyuki - Se calhar nunca a tiveste no sítio! Bah, esquece, tenho que ir ao escritório do Kazekage, não tenho a vida dos shinobis de Konoha.
Kadmos - Fala, fala, mas ao menos os ninjas de Konoha não andam por aí de fatinhos de licra roxa... Que coisa mais panisgas!
Yoshiyuki - Como é que é? Repete lá o que disseste! Olha que este fato é muito bom e resistente!
Kadmos - Queres que repita? Usas um fato de pa-nis-gas! Se calhar também és um panisgas... - Com a discussão, um bando de crianças que estava a brincar chegou-se mais perto e ouvia tudo. Começaram a juntar-se no local e quando viram, os dois gennins já estavam rodeados de putos a gritar...
Crianças - Fight! Fight! Fight!
Puto #1 - Ei pessoal! Vai haver porrada aqui!
Kadmos - Viste o que fizeste? Vou-me embora que tenho mais que fazer. - Usando um Shunshin desaparece daquela rodinha e reaparece no cimo de uma casa.
Yoshiyuki - Volta aqui! Não te podes ir embora sem retirares o que disseste!
Kadmos - "Eat my dust!" - Desapareceu de seguida com outro shunshin, deixando Yoshiyuki para trás.

Ainda irritado, Kadmos continuou o seu caminho. Saltou entre pequenos telhados e paredes e rapidamente chegou a um muro. Reconheceu de imediato aquele muro de pedra que rodeava quase a mesma área que um bairro inteiro. Foi dando a volta até encontrar o portão e quando o guarda que estava ali de plantão lhe bloqueou a passagem, o rapaz retirou do bolso um colar com um símbolo de uma estrela num círculo. Imediatamente o guarda levantou a sua espada e Kadmos prosseguiu caminho.
Não tardou muito até voltar a ver uma cara conhecida, Chyuri a anciã do clã Brisingr, esperava por ele à porta da mansão. Uma criada segurava num pequeno chapéu-de-sol, fazendo sombra para a mulher que continuava a apoiar-se no seu bastão de madeira. Kadmos ao chegar fez uma vénia e cumprimentou-a, não podia ter tido mais sorte, afinal Chyuri poderia responder às suas dúvidas...

Kadmos - Ohayou Gozaimasu Chyuri-dono. - Cumprimenta enquanto faz uma pequena vénia.
Chyuri - Ohayou Kadmos-san, tinha a impressão que voltarias, apenas pensava que seria mais cedo.
Kadmos - Primeiro está o meu dever como shinobi, mas não me faltou vontade de vir mais cedo. Desde a minha partida surgiram-me algumas questões e acho que só a senhora mas poderá tirar.
Chyuri - Shikigamis e o teu amuleto certo?
Kadmos - Como sabe? - Perguntou espantado. A mulher mantinha o sorriso enigmático que mostrava desde que vira o rapaz. - Espere, não responda... Foi o Manta certo?
Chyuri - Sim. Bem vamos para outro local, hoje está um dia muito quente para uma velhota andar na rua... - Voltou costas, movimento seguido pela criada, e seguiu para dentro da mansão. Finalmente Kadmos ia saber o que queria, será que vai gostar?

Eu li este filler ontem mas só hoje pude comentar, de facto está muito bom xP
Entretanto, Bom filler xP. Quero saber o que a velhota tem para dizer ^^

Concordo com o Madeira, está muito bom! ^^

O que será que a anciã tem a dizer? *Continua no próximo episódio, ah, quer dizer, filler*

Obrigado pelos comentários dos dois ^^

Cumps

Esta fixe, tirando um paragrafo ou outro (-.-), mas sempre bom como de costume.