Konoha, Residência do Clã Kurohoshi
Várias figuras encontravam-se sentadas em almofadas no chão numa sala pintada de branco com bambus desenhados na barra em toda a volta. A sala era iluminada por um candeeiro da cor das canas de bambu, uma mesinha de café jazia ao centro, com um bule de chá a fumegar e alguns copos em seu redor.
No centro da dita mesa encontrava-se Isshin, chefe do clã, à sua esquerda encontrava-se a sua irmã, Tatsuke, do lado esquerdo de Isshin encontravam-se Shoukan e Soutou, os principais anciões do clã. Para além destas figuras encontravam-se Gakuryoku, o gorila mais antigo do clã, um gorila eremita com o bordão sobre os joelhos e por fim Hitori, a gorila sem criança.
- Acham que é ela a criança desaparecida? – Pergunta o gorila eremita, iniciando a reunião.
- Tudo coincide. Não sabe dos seus pais biológicos. – Diz Isshin numa voz sem qualquer sentimento.
- Isso não quer dizer nada, agora qualquer pita sem papá e mamã é do nosso clã? – Indigna-se Tatsuke.
- Claro que não. – Intervém Shoukan, o ancião. – Esta rapariga foi abandonada pela mãe aos três anos, tem alinhamento Katon e tem 17 anos feitos recentemente.
- Há uma maneira simples de descobrirmos isso… - Diz o Gorila Eremita.
- Exactamente, como sabem, assim que uma criança do clã nasce é imediatamente feito um pacto de sangue com a kuchyose, se ao realizar o jutsu Hitori for convocada teremos ai a confirmação. – Termina Gakuryoku.
O silêncio preenche a sala, Hitori olhava o chão, o silêncio é quebrado por Tatsuke que se levanta bruscamente e derrubando a mesinha de chá com a sua bengala.
- Essa criança nunca irá voltar! E se voltasse… - Diz Tatsuke como louca. – Eu própria mandá-la-ia embora…
- Insolente!! – Rosnou o velho gorila, Gakuryoku, num rugido ameaçador. – Não tens poder para falar assim!
Isshin levanta-se calmamente e dá ordens para que Hitori se retire, assim como o gorila eremita, Tatsuke olha a Gorila Abandonada cheia de ódio.
- Tu também irás acabar por deixar este mundo! – Ameaça Tatsuke olhando a gorila fêmea, O gorila eremita bate com o seu bordão no chão, e agarrando em Hitori, desaparece numa explosão de luz. Gakuryoku rosnou furioso e levantou-se, colocando-se frente a frente com Tatsuke.
- Gakuryoku-sama, eu tratarei deste assunto, retire-se por favor. – Pediu Isshin, o velho gorila bufou de raiva, e lançando um novo olhar de ódio à mulher abandonou a sala imponentemente, fechando a porta atrás de si. Isshin olhou novamente a irmã. – Creio que sabes o castigo que te espera.
- Sim…
Algures entre Suna e Konoha
Sasame, Genji e Sora seguiam em passo apressado em direcção de Konoha a fim de participarem na reunião do clã, Genji mantinha uma cara enfurecida, parecendo estar com raiva de algo.
Sora tinha uma cara ausente, não se podia dizer que estava contente, mas não parecia triste, no entanto podia-se deduzir que não estava para brincadeiras.
Sasame seguia no meio dos dois, contrariando o ambiente pesado, esta tinha uma cara bastante satisfeita no rosto, mas começava a sentir-se incomodada pela má disposição de Sora e Genji.
Suna, Rima e…
- Entra Rima! – Gritou uma voz feminina de dentro, a voz de uma mulher adulta, e não sendo a de Hiroki nem de outra sua conhecida só podia ser…
- Mãe?Rima entrou na casa, no corredor mal iluminado, alguém abre uma minúscula janela na sua extremidade deixando entrar a claridade do dia. Uma figura feminina começou a tomar forma, caminhando na direcção da kunoichi, esta embora o seu instinto lhe dissesse para puxar de uma kunai, nada vez, limitando-se a olhar a figura que estava cada vez mais próxima.
Tratava-se de uma mulher de estatura média, bem conservada, os seus cabelos negros ficavam a meio do pescoço, os lábios finos abriam-se num sorriso, os olhos verde-escuros com as primeiras rugas a aparecer, mas extremamente vivos fitavam a kunoichi. Um pormenor fez o coração de Rima acelerar, a franja da mulher era semelhante à sua, foi que todas as dúvidas se dissiparam, foi ai que Rima a certeza.
A mulher já mais perto de Rima, levantou o braço e depositou a mão na face da kunoichi acariciando-a, um leve choque percorreu todo o corpo de Rima, que já não tinha dúvidas quanto à identidade da mulher. Só podia ser…
- Mãe… - Murmurou a kunoichi começando a chorar descontroladamente, mais do que queria mais de que pensava poder chorar, a mulher abraçou-a e Rima deixou-se envolver naqueles braços reconfortantes dos quais sentia tanta falta.
- Rima… - Falou a mulher por fim, passando-lhe uma mão pelos longos cabelos. – Minha filha…
No mesmo instante em Konoha, no escritório do chefe do clã Kurohoshi
Isshin preenchia alguns papéis quando ouve bater na porta de papel.
- Quem é? – Pergunta o chefe do clã.
- Kurohoshi Akise, mensageiro, trago aqui a “criança desaparecida”. – Responde a voz do lado de fora.
- Entre. – Diz enquanto se levanta, a porta deslizou e um homem entrou fazendo-se acompanhar por uma rapariga, alta, de cabelos negros e olhos verdes, esta parecia nervosa e assustada. O mensageiro retirou-se com uma vénia deixando o chefe de clã sozinho com a rapariga… a sua outra filha… a sua filha desaparecida. – Como te chamas?
- Iwasaki Risa. – Responde a rapariga timidamente.
- Agora és Kurohoshi Risa, minha filha. – Diz Isshin abraçando a rapariga que retribui o abraço, embora um pouco atrapalhada de início. – Bem-vinda ao grandioso clã Kurohoshi.
- Obrigado… pai. – Diz a rapariga deixando verter uma lágrima.
Do lado de fora da porta, Tatsuke agarrava a sua bengala furiosa, o aparecimento desta herdeira estava a estragar-lhe os planos, já não bastava a idiota da Sora, agora outra Zé-ninguém para se por no caminho de Genji.
Suna, Rima e Mãe
- Perdoas-me? – Diz a mulher, que também já chorava e ainda se encontrava abraçada a Rima. – Perdoas-me por te ter abandonado? Eu não queria, mas…
- N-não interessa, a única coisa que interessa é que agora estás comigo e que tenho alguém a quem chamar mãe. – Responde a kunoichi, que chorava baba e ranho, no sentido literal da coisa.
- Minha filha… Há mais alguém que quero que conheças… - Diz Orihime, Rima levanta a cabeça olhando a mãe no olhos. – A tua avó, Kyoshi.
- Também tenho uma avó? – Os olhos de Rima brilhavam de júbilo, uma senhora entra no compartimento onde as duas kunoichis ainda se encontravam abraçadas. Rima abriu os olhos de espanto ao reconhecer aquela que era sua avó. – Mas, você é a dona da pensão!!
- Sim, Rima… Eu sempre te quis contar, mais ainda era demasiado cedo… - Diz a velha senhora, num sorriso. – Protegi-te da melhor forma que pude…
- Era por isso que me deixava tratá-la por avó… - Declara Rima recomeçando a chorar.
- Venha cá mãe. – Diz Orihime, a velha senhora aproxima-se e é envolvida no abraço de filha e neta. As três mulheres permaneciam abraçadas, três gerações, três histórias, avó, filha e neta, unidas de novo.
Continua…
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Não percam o próximo filler! Orihime e Rima passam o dia juntas, com conversas de mãe e filha e outras coisas à mistura!
Questões para pensarem um pouco e aguçar a vossa curiosidade até ao próximo filler:
-> Será que Risa é realmente do clã Kurohoshi?
-> Até onde chegará Tatsuke para “limpar” o caminho ao filho?
-> Como reagirá Sora ao conhecer a sua irmã desaparecida?
-> E o pai de Rima?
-> Qual o poder de Orihime?
Se tudo correr como planeado terão um Filler Especial e o Filler 38 ainda esta semana!
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