O ponteiro mais pequenino do relógio de Ryuu caminhava para as nove horas. Lá fora as ruas ganhavam vida novamente, os mercadores corriam as ruas a puxar as carroças cheias de produtos e os vendedores gritavam os preços e qualidades. Foi assim que Ryuu despertou, esticou os braços e arredou os lençóis para o lado. Levantou-se e dirigiu-se para a cómoda onde tinha as suas roupas habituais. Deixou o pijama cair no chão e pegou na roupa. Não tomou o pequeno almoço. Abriu a janela de madeira e saltou do terceiro andar tendo caído no beco das traseiras do seu prédio. Assim que saiu do beco escuro os seus olhos foram invadidos pela luz do sol que trespassava o nevoeiro. Caminha normalmente pela rua quando se começou a aperceber de que várias pessoas lhe faziam caras feias e outras desviavam o olhar quando este olhava para elas. Mais à frente haviam pessoas com coragem para o insultar. Um dos peixeiros pegou num carapau que ele dizia ao povo ser o mais fresco e atirou-o a Ryuu. Bateu-lhe mesmo na cara e este viu-se obrigado a afastar as escamas dos olhos. Assim que os abriu novamente viu outras pessoas com os braços flectidos, preparadas para arremessarem também o seu produto. Ryuu concentrou-se e desapareceu da multidão por entre um remoinho de folhas aparecendo mais à frente são e salvo. À sua esquerda estava uma fonte de água limpa que lhe permitia ver o seu reflexo, retirou alguma água com as mãos em concha e chapou-a contra a cara para retirar o cheiro a peixe.
Tinham-se passado cinco horas desde que Ryuu tinha saído de casa. A Biblioteca era muito longe e tinha parado várias vezes pelo caminho, uma delas para almoçar no habitual restaurante onde habitualmente comia arroz de marisco. Chegou à biblioteca por volta das duas horas e entrou no edifício mais peculiar de Kirigakure, parecia um convento. Entrou e ao balcão encontrou uma jovem com cabelos louros longos e uns óculos pretos que escondiam olhos verdes. Era realmente muito bonita. Ryuu pousou os antebraços no balcão e cumprimentou a bibliotecária.
- Boa tarde.
- Boa tarde. - retribuiu a rapariga - Em que te posso ajudar.
- Gostaria de saber em que secção se encontram os livros sobre os shinobis e os clãs de Kirigakure.
- Hum, deixa-me procurar. - A rapariga afastou os livros da secretária com um abanão e remexeu as folhas - Aqui estão, podes encontrar na Ala B prateleiras de cima e do meio.
- Obrigado.
Ryuu caminhou para a zona das estantes cheias de livros poeirentos e encontrou inscrito num letreiro a Ala B. Deu alguns passos e ergueu o braço assim como o seu dedo indicador. Pousou o dedo na lobada do primeiro livro e à medida que as lias arrastava o dedo, à procura do livro. Retirou três livros, um que falava sobre a fundação de Kirigakure, outros com as biografias e tudo o que se pudesse imaginar sobre os Mizukages e outro com o registo com todos os ninjas pertencentes à ANBU até à 15 anos. Pegou neles como se fossem troncos e dirigiu-se para a zona das mesas empoeiradas. Pousou os três livros e pegou no primeiro, era pequeno e conseguiu acabar de o ler em quatro horas com alguns intervalos pelo meio para relaxar. Já conhecia a maior parte do conteúdo, tinha-o dado na Academia Ninja. De seguida folheou o livro de registos de ANBUs rapidamente à procura de qualquer um que tivesse Ulquiorra no nome, infelizmente isso não aconteceu. Era quase noite quando abriu o livro sobre os Mizukages. No índice encontrou títulos como "Especialidades", "Jutsus", "Armas" entre outros. Cada capítulo começava com um retrato do Kage em que ali se ia abordar. Leu tudo sobre os três primeiros e reparou que todos tinham como arma, uma espada e calculou que todos haviam pertencido aos 7 Espadachins da Névoa. Folheou a ultima folha do Sandaime Mizukage e deu um enorme pulo na cadeira quando ao ver a fotografia do Yondaime reparou que eram muito semelhantes. A cor dos olhos, a estatura, a cor do cabelo e até as roupas eram parecidas. Deu um novo pulo quando uma mão fria lhe tocou no ombro e com o salto fechou o livro sem querer. Era a bibliotecária.
- Olha, era só para te avisar que fechamos dentro de quinze minutos, agradecia que colocasses os livros no seus lugares.
- Está bem. - Disse Ryuu quando olhou para a janela e observou que era de noite.
O rapaz levantou-se e caminhou outra vez para a Ala B, colocou os livros de onde os tinha tirado e saiu pela porta acenando ao mesmo tempo que sorria para a Bibliotecária. A noite estava muito escura e ele seguia para casa, que ainda ficava longe.
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Espero que Gostem, pelo menos eu gostei de escrever.