Dez minutos se passavam desde um assalto a um banco, situado no oeste de kumogakure. Dois assaltantes, completamente cobertos por um traje negro, conseguiram fugir com sucesso carregando milhares de ryos em sacos, seguindo por uma rota previamente planeada. Os dois bandidos conseguiram chegar sem serem vistos a uma casa de madeira oculta no meio de um pequeno bosque.
- Haha, eu disse que íamos conseguir. – Proferiu um deles, retirando a sua mascara negra. Era um homem careca que devia rondar os 30 anos.
- Tenho um mau pressentimento quanto a isso. Por favor vai esconder o material para fugirmos daqui o mais rápido possível. – Respondeu o amigo retirando também a sua mascara. Deviam ter a mesma idade, mas o cabelo deste era liso e ia-lhe pelos ombros.
- És um mariquinhas, e graças a mim um mariquinhas rico. – Gozou o companheiro – Fica aqui de guarda que vou esconder o material, quando as coisas se acalmarem voltaremos e fugimos para outra vila com o dinheiro. – Ordenou ele, seguindo um longo corredor pouco iluminado e sem moveis.
O careca chegou a um quarto de cama, onde a iluminação mostrava com pouca clareza a cor de qualquer objecto, onde abriu um cofre secreto que se situava no solo. Estava alegre e a cantar baixinho uma pequena melodia, confiante de que seria rico a partir do momento. De repente, uma suspeita corrente de ar, fraca mas gélida, arrepiou-lhe todo o corpo.
- Aff…foi só minha imaginação. – Disse ele, ainda um pouco nervoso. Subitamente a porta do dito quarto se fechou violentamente, fazendo o homem apanhar um grande susto. – Aff…és tu companheiro?
O bandido levantou-se e dirigiu-se calmamente até a porta e abriu-a, mas não viu ninguém e começou a chamar pelo amigo, mas não obteve resposta. Então, voltou a caminhar pelo corredor quase escuro até a porta de entrada que o seu companheiro estava a guardar. Insistia a chama-lo, mas em vão, a única coisa que se ouvia era o irritante ruído de cada passada que ele dava na madeira do solo.
Finalmente avistou o seu companheiro: estava desmaiado de barriga para baixo, perto da porta. Se já estava nervoso, agora quase que entrava em pânico. Acercou-se do seu colega pausadamente, ajoelhou-se e, com cuidado, virou-o. Repentinamente o seu amigo abriu os olhos mas, em vez destes, estavam profundos buracos, e apertou-lhe no pescoço, gritando de forma desequilibrada, numa voz que mal se assemelhava a dele, quase parecia um porco durante uma matança.
- Krrá…que se passa contigo!? – Perguntou o careca, alguns segundos após ser apanhado naquele susto de morte. Seu amigo não estava em si e não largava o seu pescoço por nada. Aqueles buracos sem fundo que tinha em ambos os lhos não eram normais, e destes começou a escorrer sangue. Ele parecia estar possuído pelo diabo.
Finalmente o amigo, supostamente possuído, libertou-o e voltou a desmaiar. O careca, ainda com o coração a estremecer, quase parecendo que ia explodir, verificou se ele tinha pulso, mas nada. Definitivamente estava morto, mesmo antes de o ter atacado.
- O que está a acontecer? – Pensou ele em voz alta. Seguiu-se um audível ruído aterrador vindo por trás mas, ao virar-se, nada viu, e o som terminou. – Passa-se aqui algo de muito estranho. – Disse ele, começando a correr corredor fora, procurando desesperadamente uma saída algures, sem se importar com o dinheiro que roubara.
A medida que corria a sua ansiedade aumentava, chegando a doer-lhe o peito, o que o forçou a ter de parar um pouco. Naquele corredor encontrava-se apenas um espelho oblongo pendurado na parede e, ao ver-se no mesmo, o seu reflexo começou a sorrir por conta própria. O careca pestanejou com o sobressalto, e seu reflexo parecia estar novamente normal. O bandido acercou-se com prudência do espelho e, ao chegar a alguns palmos deste, o seu reflexo começou a gritar e a chorar uma fonte de lágrimas de sangue, saindo do próprio espelho e partindo para o original, apertando-o pelo pescoço. Sem conseguir pensar direito no que fazer, o careca deu uns pontapés naquele seu anterior reflexo até este o libertar, e correu de imediato, desesperadamente, corredor fora, voltando ao ponto de partida. O pavor era tanto que o criminoso não conseguiu segurar as suas lágrimas.
Acabando de chegar a entrada, perto do local onde seu amigo estava morto, o bandido começou a bater com toda a sua força na porta, mas esta não abria. Ao olhar para trás ele voltou a ver o homem que saiu do seu reflexo, que se dirigia como se fosse um zombie na sua direcção. Seu corpo modificava-se, adquirindo uma forma feminina, com a pela extremamente pálida, olhos ovais completamente vermelhos que vertiam sangue, e um sorriso assustador que ia quase de orelha a orelha. Não era humana, mas sim uma figura surreal.
- Afasta-te de mim santanás! Barreira de terra! – Gritou ele, fazendo com que uma muralha aparecesse desde o solo até ao tecto do corredor, aproveitando depois para ganhar algum folgo, passando a língua em seus lábios secos. Abruptamente, umas mãos frias como gelo agarraram-no por trás: Tratava-se da referida figura surreal feminina que, apenas lhe apertando os ombros, partiu-os. AAAHHHH! DEIXA-ME E PAZ!! NÂAAAAAAO!...
- Eles estão aqui dentro. – Disse um grupo de ANBU’s, que seguiram uns cães ninja para encontrar os ladroes, que os conduziram até aquela casa abandonada. Ao arrombar a porta com um ninjutsu eles encontraram os bandidos, no entanto estes se encontravam num estados que eles não esperavam encontrar: Estavam em coma, a oscilar como um despertador, com baba a escorrer-lhes pela boca, pareciam ter acabado de apanhar o susto das duas vidas.
- Ela novamente. – Disse um ANBU. Uma figura feminina aproximou-se deles desde dentro do corredor. Nada tinha a ver com a que atacou o homem. Eram uma jovem rapariga extremamente atraente, com um uniforme feminino roxo, estatura media, cabelos longos loiros claros, mas com varias madeixas roxas e rosadas, pele clara e olhos rosados.
- Sempre incompetentes. O vosso trabalho está feito. – Disse ela. Esta parecia ter acabado de se rir a grande, metendo-lhes a língua de fora de maneira infantil.
-És incorrigível “Yuurei”. Alegra-me ter a sorte de ser eu a dar-te essa notícia: Adeus! Está decidido pelo Raikage que irás partir em breve.
- Nani? – Inquiriu ela num ar confuso, virando ligeiramente a cabeça para um lado.
Uma carroça transportava Sai, Tsuki, Yami e Broly para Konohagakure. Broly possuía um raro sorriso de alegria estampado no rosto, algo que até lhe ficava estranho. Estava alegre, não por ter vencido o torneio, mas sim por ter disputado um duelo tão apaixonante como o que tivera com aquele habilidoso shinobi de suna, cuja identidade Broly desconhecia até ao momento, mas que jamais esquecerá.
- Não acredito que alguém tão detestável ficou tão popular de repente. – Disse Tsuki, que como ele e Yami, estava deitada na palha da carroça.
-Ser tão famoso te dará grandes problemas futuros. As tuas habilidades invulgares foram reveladas neste último combate, e o efeito surpresa que elas causava em teus adversários poderá ser diferente a partir de agora. – Disse Sai, que guiava a carroça, chicoteando os cavalos que a puxavam.
- Por acaso não pensei nisso, mas não ligo. Que interessa conhece-las, se não as podem travar? – Interrogou ele, esboçando um sorriso convencido, irritando profundamente a Tsuki. – E já me esquecia do suporto castigo que Loki me aguarda, ficou adiado devido ao torneio, espero que ele o tenha esquecido.
- Duvido. Ele falou-me nisso antes de partirmos, quando chegarmos irás conhecer os teus primeiros companheiros de time, vais te sentir como se fosses genin novamente. – Gozou ele, rindo-se junto de Tsuki.
- Só podem estar a brincar comigo. A propósito, Sai. – Disse Broly, levantando o troco da confortável palha onde estava deitado. – Quando chegarmos, preciso de te perguntar algo.
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- Que aconteceu dentro daquela casa?
- Quem é aquela rapariga?
- Que quer Broly perguntar a Sai?
Espero que tenham gostado
vou andar lento em fillers