Nagatsu acaba de almoçar no mesmo bar em que tinha jogado umas partidas de Xadrez. Agora digia-se para o coração da aldeia, ia aproveitar para comer alguns doces que abundavam pelas ruas graças ao festival. Sem esperar uma velhota com uma corcunda aborda-o.

“Olá jovem, és um ninja não és?”, perguntou ela escovando entre dedos o seu cabelo grisalho.
“Sou sim, precisa de alguma coisa.”
“Sim preciso. Ajudas-me a colher uns vegetais que apenas podem ser removidos por meio de chakra?”
“Humm, pode ser.”
“Acompanha-me por favor.”

Nagatsu reparou que o campo estava coberto de vegetais estranhos de uma cor amarelada. Tinha passado por aquelas áreas no dia em que chegou ao País da Natureza. A velha aproximou-se do jovem e apertando-lhe o cotovelo puxava-o, para lhe mostrar o caminho. Dirigiram-se para uma pequena enseada e a velha começou a falar enquanto penteava os cabelos de novo.

“Estes vegetais chamam-se Tomates Amarelos, são bastante sumarentos e suculentos, aposto que nunca provas-te nada assim.”, a velha pegou no caule de um. “Basta pegares e concentrares uma quantidade pequena de chakra, o caule reage e os frutos pertencentes ao tomateiro caem.”
“A senhora concentra chakra, já foi ninja?”
“Não, nunca fui, mas aqui no País dos Vegetais todos nós somos conhecedores da concentração de chakra apesar de não podermos fazer jutsus. Mas olha, tem cuidado se concentrares demasiado chakra os tomates rebentam e deixam de ser comestiveis.”
“Eeei, vou tomar cuidado prometo.”
“Eu tolero nos três primeiros tomateiros, depois disso não aceito.”
“O quê eu estou a trabalhar de borla e ainda é mal agradecida.”, pensou Nagatsu.

A velha agachou-se e destacou a corcunda até agora meio disfarçada. Colocou a mão em duas tomateiras concentrou chakra e os tomates amarelos cairam. Nagatsu reparou como a velhota fez e foi imitar o processo. Enquanto a velha metia os tomates recém caídos na cesta o jovem ninja de Kumo colocou uma das mãos em volta da tomateira. Assim que sentiu o caule asperoso concentrou o seu chakra naquela mão. Assim que o fez os tomates explodiram e pintaram-lhe a cara de amarelo.

“Menos chakra, menos chakra.”, grasnou a velha.
“Hai, gomen.”, pediu desculpas.

Voltou a agachar-se depois de ter limpo a cara e novamente envolveu a mão sobre o tronco fino verde da árvore pequena. Foi concentrando o seu chakra aos poucos e poucos, não controlou como devia e colocou chakra a mais. Nova explosão de amarelo. Olhou para a velha com ar de arrependido.
Chegou-se mais para frente onde havia outra tomateira e sobrepôs-lhe a mão direita novamente. Concentrou uma quantidade muito ligeira de chakra, nada. Juntou mais uma pequena quantidade, nada. Concentrou mais um bocadinho, nada. Os tomates não caiam. Concentrou mais um bocadinho de nada e alguns dos tomates cairam. Contente o seu chakra na mão disparou e os tomates que não tinham caído explodiram-lhe na cara.
Limpou a cara novamente.

“Vá a partir de agora não podes falhar.”
“Não vou falhar.”

O rapaz já tinha percebido mais ou menos qual era a quantidade de chakra que tinha de usar para não explodir com os tomates. Colocou as duas mãos, em tomateiras diferentes. Concentrou o chakra para a mão direita e logo depois para a mão esquerda. Os vários tomates amarelos caíam para o chão criando uma pancada seca na terra escura. Nagatsu quase que deu um salto de alegria mas não podia deixar as suas emoções tomarem conta de si.
Continuou a tarde toda a arrancar tomates até que chegou ao último, com as mãos doridas e cansadas, algo arranhadas também.

“Já estou cansada e ainda tenho que ajudar na construção da casa.”
“Construção da casa?”, perguntou Nagatsu.
“Sim, os meus dois filhos estão me a ajudar mas mesmo assim. Temo que chova hoje e só falta meter o telhado.”
“Acho que posso dar uma ajudinha.”
“Fazias isso? Oh que coração tão bom que tens.”
“Então vamos lá, monte-se aqui.”, Nagatsu fez um gesto para a velha lhe montas às suas costas. Foi isso que ela fez.

Nagatsu concentrou chakra e com uma rapidez incrível começou a fazer vários Kaze Shunshins até á aldeia. A velha gritava nas costas toda maluca com a velocidade que Nagatsu estava a atingir. Graças ao Kaze Shunshin no Jutsu chegaram à aldeia muito rapidamente. A velha indicou-lhe onde era a sua casa, e quando lá chegaram faltavam pouco menos de quatro horas para de noite. Dois jovens encontravam-se à porta. Beijaram a velha na face e cumprimentaram Nagatsu com um aperto de mão.

“Sejam simpáticos, este jovem ninja vai nos ajudar em troca de nada.”
“Obrigado… Obrigado…”, dizia o jovem em busca de um nome.
“Nagatsu, Habaki Nagatsu.”
“Obrigado Nagatsu, disse o outro jovem.”
“Vamos começar então, temos de pôr todos estes barrotes lá em cima, no telhado. Pronto?”
“Sim, vamos lá.”

Nagatsu pegou numa extremidade daquele pedaço de madeira grande e castanho creme enquanto um dos filhos da velha pegou na outra parte. Era bastante pesado o que provocou uma dor nas costas a Nagatsu que passara o dia a lutar e agachado a colher tomates. Levava-o de costas com as duas mãos por baixo do barrote enquanto este se encontrava ao nivel da cintura de ambos os jovens. Subiram ums escadas estreitas com alguma dificuldade. Assim que chegaram lá acima, trabalhando em equipa contaram até aos três e deixaram cair o pau.
O ninja fez um Kaze Shunshin no Jutsu e rapidamente desceu as escadas, chegando lá a baixo em metade do tempo que o filho da idosa. Levaram mais alguns barrotes para cima e quando Nagatsu se preparava para ir embora a velha falou de novo.

“Podes-me ajudar a mandar estas telhas lá para cima?”
“Claro, se o Ferrey Raleite for lá para cima, eu atiro-as, ele agarra e passa ao irmão que as mete no telhado, será bem mais rápido assim.”
“Certo, muito bem pensado.”

Chegou ao pé de um monte de telhas e olhou para o telhado, onde já se encontrava Ferrey Raleite, o filho mais novo da velha. Pegou numa e atirou-a com força para esta chegar lá acima. Ferrey Raleite apanhou-a e passou-a ao irmão que colocou no telhado. Fazendo um esforço Nagatsu atirou mais umas quantas, já se encontrava a soar. Tinha tido um dia para esquecer, só queria chegar à estalagem e dormir, mas lembrava-se de que tinha a noite ocupada, tinha de proteger o Lord e a sua familia. -.-