Presságio da Morte
Era de manhã cedo, e o jovem de cabelos negros já se encontrava de pé, encostado à janela a apreciar uma das estrelas mais bonitas que já vira na vida, o Sol. Não entendia o porquê de uma coisa tão bela não puder ser olhada directamente. Minami continuava a vaguear nos seus pensamentos quando um som de algo a bater na madeira ecoava pelo quarto. Alguém estava a bater a porta. Caminhando pelo longo quarto, ao mesmo tempo que evitava calcar papeis, mapas e apontamentos que se espalhavam pelo quarto, Minami finalmente chegava á porta.
- Sim? – Perguntava o Shinobi enquanto abria a porta do seu quarto e se deparava com… Ninguém. – Estranho…
O rapaz fechava a porta atrás de si e descia agora as escadas de sua casa, que levavam directamente á sala onde ele e a sua mãe passavam mais tempo. Quando abriu a porta, dava a sensação de entrar num mundo completamente á parte.
O quarto tinha um cheiro forte a pauzinhos de incenso, que se encontravam espalhados por todo aquele espaço. O papel de parede era azul com várias estrelas amarelas e pintinhas brancas, mas o que mais chamava a atenção naquele quarto, era os vários colares e pulseiras espalhados pelo espaço, que ora eram feitos de pequenos ossos, ora eram feitos de pele de animal, mas todos eles tinham o mesmo símbolo, uma roda circular com um triângulo. No entanto, Minami já estava habituado àquele ambiente.
- Ainda bem que estás aqui meu filho… Senta-te por favor… - Uma senhora de quarenta e picos anos, mas bem apresentada e bonita, de cabelos brancos, até as costas, e olhos azuis encontrava-se numa cadeira, com ar preocupado e esgotado.
- Passa-se alguma coisa mãe? – Era uma pergunta parva, pelo aspecto dela, era obvio que algo se estava a passar.
- Sim, passa-se, algo de muito grave, vê isto – Apontava para o que se encontrava á sua frente na mesa de madeira.
Minami erguia-se um pouco para ter uma visão maior ao que Ayoku, a sua mãe, lhe pedira para ver. Na mesa encontrava-se uma taça redonda de madeira, bem tratada e polida. Dentro da taça era possível ver-se vários búzios espalhados numa sequência interessante, e que Minami já ouvira falar num dos seus livros.
- Mãe, eu ainda não sei ler isto.
- Então repara bem.
Com o dedo, Ayoku demonstrava a posição em fila de dezasseis dos búzios que lá se encontravam. Em seguida fez chamar a atenção do seu filho para um dos búzios que se encontrava fora da fila, e o único.
- Então já te lembras? – Ayoku mostrava-se ansiosa e nervosa ao mesmo tempo.
- Não estou a ver bem…
Lembrava-se de algo, mas era demasiado vago, e era arriscado falhar, não conhecesse a sua mãe.
- Morte! Isto é a morte! – Numa estante colocara as mãos em cima do seu filho a abanava-o com força, com esperança que ele acordasse para a vida. – Eu vi maus presságios… E estão perto…
Um forte arrepio tomava conta do corpo de Minami. Nunca a sua mãe havia previsto algo com tanta gravidade.
- É certo?
- Tão certo como é certo que o Kage é o Okashii!
- Já entendi que é certo…
O jovem retirava-se da sala, e deixava a sua mãe de um lado para o outro preocupada com o futuro, demasiado preocupada para dar indicações e para dizer ao seu filho para tomar cuidado. Ele é estava habituado a situações daquelas, mas algo lhe dizia que aquilo era realmente grave. Saiu de casa e fechou a porta atrás de si. Estava um dia estranho. O sol raiava forte, no entanto a chuva era imensa. Foi a tempo de ver duas crianças a fugirem, não da chuva, mas dele. Tinham medo. A sua casa era ainda mais estranha por fora. Parecia um desenho abstracto. Umas divisões eram quadradas, outras eram cilíndricas, outras ovais e até mesmo triangulares. Isto tudo em tons fortes como amarelo, verde e púrpura. Ignorando as crianças que lhe faziam caretas enquanto fugiam, Minami colocava o carapuço e caminhava em direcção á vila.
De novo um arrepio tomou conta do seu corpo e quase que jurava ter visto uma sombra a passar por ele, mas virando as costas, não se encontrava ninguém ali.
Continuou a andar.
Era certo que algo estranho estava para acontecer.
- Spoiler:
Apenas para começar... ^^