Filler 16 – Em Direcção à Onda
Peguei na mochila que tinha usado como almofada debaixo da minha nuca e coloquei-a nas costas pronto para partir. Ontem à noite pensei muito para onde iria, o meu instinto aventureiro queria-me deslocar para uma vila como Konoha ou Suna, mas o meu instinto mais inteligente guiou-me para o País da Onda, aí não haveriam problemas em ser capturado, ninguém se preocupava com ninjas e as suas confusões. Estava com esperanças de que a Taka seguisse o meu raciocínio e fosse também para a Onda.
Passei vários dias a andar desde que saí de Kumo, foi uma viagem bastante emocionante e o meu espírito aventureiro estava realmente contente. Vi sítios que me deixaram a pensar se era possível existir aquela beleza, pelo contrário, também vi sítios completamente desagradáveis, como por exemplo uma aldeia entre o país do Trovão e o País do Fogo, haviam crianças a chorar e a morrer à fome na rua, uma autêntica miséria. Infelizmente a comida que trazia comigo nem para mim chegava e não pude partilhar.
Ao fim de alguns dias a andar por entre bosques e florestas, a dormir em grutas ou em árvores sempre alerta, lá cheguei ao país da Onda onde tudo me parecia maravilhoso. Atravessei a Ponte Naruto para chegar à ilha e foi então que de novo voltei a ter um sentimento de felicidade, a vila estava cheia de magia e cor graças a um festival que decorria. Alguns dragões orientais serpenteavam as ruas com homens e crianças dentro deles. Haviam balões a voar e lanternas coloridas presas em todo o tipo de poste.
Estava a descobrir a vila ainda por isso enfiei-me num beco para conhecer os recantos onde me poderia esconder caso algum dia viesse a precisar. Era uma pequena rua escura cheia de caixotes do lixo e sacos negros também com lixo. Ao fundo da rua havia um muro pequeno que calculei ser capaz de saltar fácilmente e como me pareceu que terminava ali a zona urbana decidi que o ia saltar. Cheguei lá e rapidamente comecei a trepa-lo. Quando estava no topo meti a cabeça de fora para espreitar. Vi aquilo que não estava à espera de ver, um pequeno rapaz com uma corda presa no pescoço, aquele rapaz ia ser enforcado. Estava rodeado por vários homens que tinha um ar de oficial, deviam ser algum tipo de polícia. “
Se o salvar talvez ele me diga se sabe algo sobre a Taka.”, pensei enquanto me segurava ao muro.
Nesse instante vi um dos homens a prepara-se para tirar o banco onde o rapaz estava de pé, iam enforca-lo naquele momento. O rapaz fazia sons com a garganta a tentar respirar enquanto os outros se riam, peguei numa das minhas kunais e mirei na corda, atirei e a corta rasgou-se soltando o rapaz. Quando os policias iam ver de onde tinha vindo a kunai já eu tinha usado um Kaze Shunshin e pegado no rapaz. Coloquei-o sobre o meu ombro e novamente com a ajuda do Kaze Shunshin, fugi dali. Escondi-me num recanto da floresta com o rapaz ainda a recuperar da garganta e encostei-o numa árvore.
“Boas, eu sou o Habaki Nagatsu…”, disse-lhe antes de me interromper.
“Porque me salvas-te?”, perguntou-me ainda com dificuldades em falar.
“Bem, estou a precisar de informações, e como também sou nukenin.”, disse quando olhei para a hitayte dele, o simbolo de Yougangakure estava lá com um traço no meio. “achei que me podias ajudar.”
“Diz-me o que queres saber, acho que te devo ajudar por me teres salvo.”, dizendo isto mostrou-me que estava grato.
“Sabes se uma rapariga chamada Mizuri Taka se encontra por estas bandas?”
“Aqui no País da Onda?”
“Sim, preciso de falar com ela.”
“Esse nome não me é estranho, acho que ouvi falar dela enquanto estava na prisão.”
“Só uma pergunta porque foste para a prisão?”
“Alguns furtos menores nada de mais.”
“Humm, ok ok. Ela é morena, gira, e tem cerca de vinte anos.”
“Sim acho que era ela que estava num dos cartazes de procurado.”
“Esta noite vou assaltar a prisão.”, levantei-me para me ir embora e já de costas voltadas o rapaz interrompeu-me.
“Queres uma ajuda?”, perguntou-me. Virei-me surpreendido e respondi.
“Claro, é sempre bom. Já agora, como te chamas?”
“Monda, muito prazer Nagatsu.”, estendeu-me a mão ao que eu apertei, e com aquela acção percebi que havia ali um clima de amizade.
Passei o resto do dia a falar com o Monda, ele contou-me que tinha quinze anos, portanto era mais velho que eu. Contou-me também que tinha fugido de Yougangakure quando ainda era um estudante da Academia. Por piada roubou uma hitayate da vila e foi severamente punido pela sua família. Contou-me que ficou triste com a acção dos seus pais e fez uma linha horizontal na sua Hitayate para indicar que se tinha tornado nukenin.
Desde essa altura que se tornou um ladrão no país da Onda pelas mesmas razões que quase todos os nukenins fogem para ali. Infelizmente, recentemente tinha sido apanhado pela policia local a roubar e como não sabia nenhuma técnica ninja só lhe restava morrer pelos roubos que tinha feito.
Nesse momento desconfiei um bocado, porque não eram apenas roubos que levavam à sentença de morte, mas ele parecia ser um bom rapaz e dizer a verdade. Não liguei e contei-lhe toda a minha história desde o dia em que nasci.
_________________________________________________________________________________
Texto em primeira pessoa, vamos lá ver como isto correu.
Preciso de críticas.