Rima olhou de relance para a criança que ainda dormia. “O que é que eu faço contigo?”A pequena rapariga despertou do seu sono, e fitou o ambiente em seu redor, reparou no corpo inanimado da sua portadora e nas mãos ensanguentadas de Rima, recuou assustada.
- Calma, não te vou fazer mal. – Tentou tranquilizar Rima, sorrindo-lhe, no entanto a miúda parecia cada vez mais aterrorizada, começando a …piscar? Rima olhou a miúda incrédula e tentou mais uma vez aproximar-se da criança que é completamente rodeada por uma auréola dourada, a mesma cor que os seus olhos começavam a adquirir.
No momento em que Rima tentava pegar na miúda, uma violentíssimo campo de forças projecta a kunoichi um bom par de metros, a miúda começa a levitar, mantendo um campo de forças que impedia Rima de se aproximar.
- E-eu não te quero magoar! – Gritou Rima, tentando acalmar a miúda. – Eu não a matei! Tem calma!
Graças às palavras de Rima, ou então de outro motivo qualquer, a miúda desfez o campo de forças e aterrou suavemente na areia quente, sentando-se no chão e começando a chorar compulsivamente. A kunoichi aproxima-se deste e abraça-a atrapalhadamente, nisto chegam dois Anbus de Suna.
- Foi este o cadáver que encontrou? – Perguntou uma voz feminina.
- Hai. – Respondeu a kunoichi, a Anbu aproximou-se do corpo sem vida da rapariga e desapareceu, o outro Anbu parecia olhar fixamente para Rima.
- Porque é que tens as mãos ensanguentadas? – Perguntou num tom brusco.
- Estava a tentar fechar-lhe a ferida mas não consegui. – Explicou a rapariga, surpreebdua pela pergunta.
- Vem comigo, vais ter um conversinha com o Kazekage. – Disse, pegando na pequena ao colo e no pulso da kunoichi.
- EI! Solta-me filho da puta! – Praguejou a kunoichi tentando soltar-se, mas o Anbu fechava cada vez mais os dedos esguios, magoando o pulso de Rima. – AAII! Estás a magoar-me cabrão de merda!
- Com que então insultar um superior, vais ter problemas pita. – Sentenciou, numa voz venenosa.
- Vai pró caralho! Seu grand.. – Não chegou a terminar o insulto o Anbu deu-lhe uma pancada seca na nuca, deixando-a inconsciente e colocando-a ao ombro.
[Mais tarde, no escritório do Kazekage]Rima despertava lentamente, ao abrir os olhos deu conta que estava no escritório de Arashi amarrada a uma cadeira em frente à secretária do kage, que brincava com a criancinha no seu colo. Ao ver que Rima estava acordada desceu a criança e fez sinal para que se sentar numa cadeira ao lado de Rima, a miúda olhou com um sorriso tímido e a kunoichi reparou em dois pequenos rasgões ao lado do seu queixo, semelhantes aos que ela tinha ao longo de todo o corpo naquele dia… Poderia ser que…
- Ahem! – Tossiu o kage, captando a atenção da kunoichi. – Vejamos, és tida como a principal suspeita de um homicídio e insulta-te um Anbu… Por favor diz-me que andas-te a fumar cogumelos e não estavas em ti.
- Eu quero que o superior se fod… - Calou-se ao sentir o olhar severo do kage e olhou amuada para o tecto. O Kazekage começou a massajar as têmporas.
- Primeiro de tudo o que andavas a fazer sozinha no meio do deserto? – Perguntou o kazelage olhando Rima nos olhos.
- Estava a treinar sozinha, não estava com vontade de aturar uma sensei sádica, um gajo que tem línguas nas mãos e uma bicha loira. – Respondeu Rima, suspirando aborrecida, Arashi olhou-a severamente. – Que foi?
- Rima… Eu pus-te numa equipa para ver se te acalmavas… E porque raios estavas ao pé de um cadáver com as mãos ensanguentadas?
- Vi uma rapariga a caminhar aos ziguezagues no meio do deserto fui ver o que se passava, uma tipa com uma ferida muito feia no abdómen carregava uma miúda, meteu-ma nos braços antes de cair no chão. Ainda tentei fechar-lhe a ferida, mas já tinha perdido muito sangue e ela acabou por morrer.
- Ela disse-te o nome dela, alguma coisa que a identifica-se?
- Não, só disse para eu tomar conta da gaiata. – Respondeu Rima sorrindo à miúda, que correspondeu. – Já me pode soltar?
- Creio que sim, mas lava as mãos. – Disse Arashi, ordenando a um Anbu que desamarrasse Rima. – Dá um bocado mau aspecto andares com as mãos cheias de sangue no meio da rua, eu depois mando informar-te assim que souber do resultado da autópsia.
- Ok. Mas e a miúda? Fica com quem? – Perguntou Rima. Já desamarrada.
- Contigo. Não tinhas dito que a falecida ta tinha confiado? Força nisso então. – Disse Arashi divertido começando a assinar uns papéis.
- O quê?! – Perguntou indignada. – Eu mal consigo tomar conta de mim! E as minhas missões e treinos? Eu não posso! Por favor!
- Lamento, já decidi. Agora desampara-me a loja que eu tenho mais que fazer. – Declarou fazendo sinal a Rima para que sai-se com a miúda.
- E agora, que faço contigo? – Perguntou à rapariga, sem obter resposta. Pegou nela ao colo e dirigiu-se para sua casa. parando numa loja de roupa infantil onde comprou algumas t-shirts, calções, um par de sapatos e roupa interior. Quando chegou a casa já tinha carteira mais vazia, foi à cozinha sempre seguida pela miúda e aqueceu duas porções de Rámen no microondas, apoderou-se de uma e deu a outra à menina que começou a comer feita louca.
“Aquele Arashi… Foda-se e agora? Como é que eu tomo conta da miúda? Mal cuido de mim mesma…” – Pensou enquanto comia. – “Aquele campo de forças… foi estranho… E eu tinha cortes iguais aos dela quando… Bem, não interessa, talvez a minha mãe ou o meu pai saibam de alguma coisa, a miúda deve ter o mesmo que eu. Merda, esqueci-me que não falo com a mentirosa da minha mãe nem com o cara-de-cú do meu pai.”
- Ora bem miúda, como te chamas? – Perguntou Rima, após um suspiro nostálgico. A miúda olhou-a sem proferir um único som. – Não falas? – A miúda abanou a cabeça negativamente. – Tens quantos anos? – A pequena fez um três com os dedos pequeninos.
Rima suspirou, olhando a pequena com um sorriso, o cabelo negro pelos ombros fê-la lembrar Sora e uma onda de pensamentos nostálgicos tomou conta dela e sem que desse conta jogou a mão à bolsa onde guardava os dois pendentes. A miúda olhava para ela fixamente.
- Sora… - Murmurou de olhar ausente, os lábios da criança abriaram-se num sorriso de orelha a orelha e bateu palmas entusiasmada. – Hum? É como te chamas?
A pequena acenou afirmativamente com a cabeça sorrindo para Rima, que pareceu ficar incomodada.
- Então… - Murmurou com a voz quase a falhar-lhe, era certo que Sora já morrera à algum tempo mas a mais vaga memória dela deixavam Rima nas últimas. – Sora… o-os teus pais?
O bonito sorriso de Sora desfez-se em lágrimas, Rima abraçou a pequena tentando acalmá-la. – E quem era a rapariga que te trazia? – Rima viu a pequena encolher os ombros, sinal de que não sabia. – És um mistério Sora…
[Manhã seguinte]Um bater incessante e rude de porta despertou Rima do seu sono, deixando Sora a dormir caminhou em direcção à porta de entrada ainda meio ensonada enquanto bocejava preguiçosamente.
- Ichimaru? És mesmo tu? – Perguntou incrédula, o rapaz à sua frente não parecia o mesmo, o cabelo crescera-lhe de tal forma que só lhe deixava um olho a descoberto, a barba por fazer, uma t-shirt substituía o habitual casaco de Jounin, revelando músculos que não possuía anteriormente e o seu hálito transportava um desagradável cheiro a tabaco. – Estás… diferente.
- O Kazekage chamou-te e disse-me para tomar conta de uma criança qualquer. – Declarou bruscamente, Rima olhou assustada para aquele novo Ichimaru, mais rude. – Onde é que ela está?
- No meu quarto a dormir. – Declarou triste, tentou descobrir se ainda restava algo do velho e querido Ichimaru que conhecera à tempos atrás, antes de toda aquela confusão. – Chama-se Sora.
Por momentos, Rima julgou ver uma centelha de tristeza e saudade a faiscar no olhar negro do Jounnin, que passou por ela sem dizer nada, indiferente a todo o significado que aquele nome transportava. A kunoichi olhou o amigo tristemente, afinal, não tinha sido a única a ser afectada pela morte de Sora. Afinal, Ichimaru estava apaixonado por ela. Foi ao seu quarto vestir-se enquanto o Jounnin esperava sentado no sofá da sala, nisto ouve-se bater novamente à porta.
- Eu vou! – Gritou Rima correndo na direcção da porta, olhando surpreendida para a sua visita, nada mais nada mesmo que… - Sasame?! Que fazes aqui?
- Bem, como sabes, fui expulsa do clã e como não tenho onde morar e já estou farta de Konoha pensei em ti. – Declarou a rapariga com o sorriso que lhe era tão característico, Rima olhou-a atrapalhada, não era lá muito boa ideia ter Sasame em casa… - Posso ficar cá?? Pelo menos enquanto não arranjar casa, já falei com o Kazekage que está a tratar da minha trasnferência para cá. Já viste?!! Agota podemos fazer missões juntas!
Sasame parecia eufórica, enquanto que Rima esboçava o seu melhor sorriso amarelo esforçando-se por não fechar aporta na cara da prima.
- Então que dizes? – Perguntou Sasame, com cara de cachorrinho abandonado, Rima suspirou.
- Podes ficar… - Declarou derrotada, e sem que o pudesse prever Sasame inclina-se para afrente e deposita-lhe um beijo nos lábios. Rima recua, mas tropeça no tapete e cai de rabo no chão. – Sasame! Estás parva?! Somos primas, porra! E eu tenho namorado!
- Daah! Eu sei! – Declarou mostrando a língua, divertida. – Era só um beijinho de primas.
Rima revirou os olhos, e depois de instalar a prima no quarto de hóspedes e mostrar a casa ao estranho Ichimaru partiu para o escritório de Arashi, pensando na terrível asneira que acabara de cometer. “Não devia ter deixado a Sasame dormir lá… Se o Zero descobre… Ou pior, se a Kikuko descobre… Ai mãee… Tenho de falar com a Shizuna pode ser que ela tenha um quarto livre….”
Perdida nos seus pensamentos, quando deu por si já estava em frente ao edíficio do Kazekage que o esperava no seu escritório, juntamnete com a sua equipa.
- Tenho uma missão para a equipa Hikari: o príncipe do país da Lua encontra-se de momento em Sunagakure, quero que o escoltem são e salvo até ao seu pais. Espero que se comportem como deve ser, o País da Lua é muito rico e esta missão significa muito dinheiro para a nossa vila.
- Hai! – Disseram em uníssono.
- Podem sair, Rima quero-te dar uma palavrinha. – Ordenou o Kazekage, a restante equipa saiu deixando Rima a sós com o Kazekage que a mandou sentar.
- Diga Arashi-sama.
- A rapariga que encotraste morta, chama-se Risa e é de um clã bastante violento de Kiri, o clã Niirokamen. Provavelmente não sabes, mas o clã Niirokamen e o teu sempre tiveram as suas… divergências. – Fez uma pausa antes de continuar, Rima parecia incomodada. – Como deves imaginar, haveria grande bronca que um dum clã Kurohoshi foi encontrado ao pé de um Niirokamen morto.
- Hai…
- Não comentes nada com ninguém, eu vou informar Okashii e Loki do sucedido, assim como o teu pai. – Informou de cara séria, Rima começava a sentir-se desconfortável. – Podes ir.
Rima abandonou a sala para se juntar à equipa, ninguém pareceu perceber, mas Rima ostentava um olhar perturbada que procurou esconder o melhor que pôde. Afinal tinha uma missão em mãos.
” É engraçado como alguém ausente ainda tenha a sua marca tão vincada entre nós, que pareça que a qualquer instante se vá materializar. É engraçado que pequenas coisas antes insignificantes agora tenham um peso insuportável. E que as palavras jogadas foram como lixo, tinham mais valor e importância do que desejávamos.”~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Bem, aqui está o meu filler de regresso.
E a Rima só faz e diz merda. xDDD
Foi um bocado à “enche-chouriços”, mas que se lixe.
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