Este “Episódio” Acontece um pouco antes do Torneio que decorreu na vila de Surumo
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— Tantos participantes, nunca pensei. – Disse eu à Taka.
— Pois, - Disse ela a dar uma vista de olhos pelos nomes. – Espera lá, eu conheço este. – Esticou o dedo e apontou.
— Roman Suji, espera eu também conheço. Ele não está no Bingo Book com uma recompensa de 700 ryo?
— Exactamente. O que achas de o caçares, antes do torneio, menos um adversário e tal. E caso fiques em mau estado nós podemos ajudar-te ao contrário do torneio. – Sorriu.
— Está bem vamos lá procurar o menino. – Ri-me alegremente para os meus companheiros.
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— Hey tu. – Disse para Suji. – Vou-te matar, vales muito.
— Se sabes que valho muito, porque achas que me consegues matar, franganote?
— Isso é o que vamos ver. – Concentei o meu chakra fortemente, e movi-me com muita agilidade com um Kaze Shunshin no Jutsu para a frente do rapaz da minha idade. Tinha intenções de lhe dar um soco, mas acabei por ser eu a ser pontapeado com grande força. Fui projectado alguns metros no ar e quando caí o meu adversário deu-me uma cotovelada no peito. Cuspi sangue nesse momento, provocando um pequeno rasto de sangue pelo chão.
Virei-me para ele e este deu-me outro pontapé, desta vez na face, mas potente. Tão potente que me conseguiu elevar do chão e projectar-me para trás. Durante o caminho concentrei chakra outra vez, e fiz uma sequência de selos rapidíssima. Assim que caí gritei: — Karasu Bunshin no Jutsu. – A quantidade mínima de chakra que usei conseguiu reproduzir duas réplicas minhas, suficientes para distraírem Suji o tempo necessário para me recompor.
Suji usou vários golpes rápidos de taijutsu acabando com os meus clones rapidamente. Levantei-me e comecei de novo a concentrar chakra, enquanto via os meus clones serem dizimados. Fiz uma sequência de selos bem rapidamente, e logo de seguida gritei: — Doton, Ganban Kyu! – Nisto placas de terra erguiam-se para pulverizar Suji, mas o rapaz era bastante rápido e ágil. Com um pulo nas rochas saltou para o ar, e pelo que percebi concentrou chakra no punho, ele gritou qualquer coisa, mas não percebi e ele desferiu-me um soco muito potente na face esquerda. Senti o dente canino daquele lado saltar-me e ainda consegui ver um quadradinho branco. Para além disse, estava com dores enormes naquele lado.
Ele não só me tinha ferido a mim, ele também estava algo cansado e com certeza tinha abusado de si próprio, notei isso quando ele parou para recuperar o fôlego. Aí consegui me recompor e voltar ao combate. Nesta altura percebi que não tinha nascido para o Taijutsu, nem defender conseguia. Apercebi-me também que estava muito fraco comparado com os verdadeiros ninja. Eu não sou um ninja forte, nem sou um ninja que defende os princípios de proteger a vila. O que sou eu? Não tinha tempo para pensar nisso. Aproveitei que também ele estava cansado e concentrei o meu chakra pelo meu braço esquerdo desde o pulso até ao cotovelo e depois de fazer os selos rapidamente dei um safanão com o braço. Daí saiu o chakra em forma de vento que percorreu uma larga escala transformando-se num dragão asiático formado por vento. Esse dragão criado pelo meu ninjutsu percorreu um caminho até Suji, mas este já lá não estava. Suji era bastante rápido e já estava ao meu lado, onde me deu um pontapé na zona lombar, projectou-me outra vez pelos ares, alguns metros. Quando caí senti uma costela a rachar e ouvi o som assustador de um osso a rachar pela primeira vez. Algo que não quero repetir.
Esta no chão quando olhei para ele, já lá vinha para me bater novamente. Isto não podia continuar assim, tinha de activar aquilo. Foi então que concentrei chakra nos olhos e activei o Hyoujingan, o doujutsu do meu clã que me dá melhor percepção e análise do que me rodeia. Graças ao olho conseguia ver tudo perfeitamente com a visão periférica melhorada. Ao ver a perna dele num outro nível de análise percebi que ele não ia usa-la para saltar, mas sim para me pontapear nas costas. Foi então que saltei na direcção da perna dele e a agarrei com ambos os braços derrubando-o com a cabeça no chão. Saltei rapidamente para trás, concentrei chakra pelos pulmões e inspirei grandes quantidades de ar. A seguir expirei todo esse ar em junção com o chakra o que formou uma grande rajada de vento à qual juntei diversas kunais que logo aumentaram a sua velocidade e cortaram vários pontos de Suji.
Com ele deitado no chão havia maior probabilidade de lhe acertar. Então, concentrei novamente grandes quantidades de chakra pelo corpo todo. Com o hyoujingan activo, fiz rapidamente selos e o meu chakra libertado começou a transformar as areias circundantes em espigões que saltaram do solo para empalar Suji. — Porra! – Gritei, Suji era rápido e tinha conseguido esquivar-se novamente. Não percebi o que ele estava a fazer mas o high gennin estava a fazer um conjunto de selos bem rapidamente. Ao seu lado foram-se formando clones, quatro no total. Caminharam para mim rapidamente. Mesmo com o Hyoujingan não me consegui defender, quando me parecia que me iam dar um soco, os quatro clones fizeram-me uma rasteira e projectaram-me para cima .
— Bunshin Rendan! – Gritou Suji já no ar, em cima de mim, com uma perna esticada. Com a sua perna fez-me cair de encontro ao chão e caía bem em cima dos clones. Será que estava destinado a perder.
— Nagatsu! – Gritou a Taka aflita. – Usa aquilo.
Não estava à espera que ela me disse isto, mas fazia algum sentido. Ele era muito bom em taijutsu, duvido que também o fosse a genjutsu. Foi então que concentrei o meu chakra pela última vez no combate. Concentrei todo o chakra que me restava, já não tinha muito e ia ser difícil de causar impacto, mas continuei com dificuldade. Olhei para Suji nos olhos enquanto ele corria para mim para evitar o que viesse daqui, depois de ter ouvida a Taka. Parou a meio, sinal que a ilusão estava feita com sucesso. Suji começou a ver uma pequena bola de fogo no céu a caminhar para ele. A bola ia aumentando as suas proporções e cada vez estava maior, parecia que o Sol estava a penetrar na Terra. O rapaz ficou alarmado, percebeu que era um genjutsu mas não conseguia sair dele, cada vez que tentava falhava. Aproveitei esse facto para terminar o combate. Concentrei novamente o meu chakra, o pouco de nada que havia e com agilidade movi-me num remoinho para a frente dele com uma kunai no punho. Antes de lhe cravar a arma no pescoço, fechei os olhos.
— Aqui tem Hatabi-sama. Este vale 700 ryo, não é verdade? – perguntei.
— Sim, aqui tens. Vou-te dizer duas coisas jovem, porque vejo que estás a começar e tens talento.
— Diga, diga. – Insisti apesar de saber que o homem me ia dizer na mesma.
— Existe um top de caçadores de shinobis e do total de recompensas que já ganharam, já entras-te nesse top. Não fiques excitado, ainda estás nos últimos lugares, mesmo assim não é qualquer um que num espaço de uma semana caça dos high gennins.
— Fixe, estou no top de Caçadores de Recompensas.
— Mas tem cuidado Nagatsu-kun, quanto mais subires nesse rank maior é a recompensa pela tua cabeça e as vilas vão começar a procurar-te.
— Ou seja, quanto mais subir, maior é a queda. Vou ter cuidado...