- Sim, agora vou-te ensinar duas técnicas muito parecidas, aliás, só preciso de te fazer tudo uma vez… Prepara-te – o Jounin colocou-se em posição de combate e, sem dar tempo do rapaz se recompor avançou com um pontapé sobre a sua cabeça, mas este desviou-se agilmente agachando-se, para seu mal. Ryuku baixou-se e deu-lhe um pontapé ascendente que o fez subir alguns metros. Já no ar, o Jounin aplicou dois fortes pontapés no jovem Uchiha, que o fez ser disparado contra o solo, abrindo uma pequena cratera.
- Porra… era preciso isso tudo? – disse Hayato levantando-se e limpando os seus trajes.
- Hai! Agora tenta tu.. e lembra-te de me tentar atingir na cabeça, com o fim de eu me baixar. Depois atinge-me por baixo e finalmente, para a técnica, digamos de nível dois, atinges-me no ar. Ok?
- Hai! – o rapaz começou com um shunshin, chegando-se perto de Ryuku. Depois, tentou imediatamente atingir o seu sensei na cabeça, o que o fez baixar e permitir-lhe dar-lhe um potapé ascendente. Logo de seguida, deu-lhe um pontapé no ar que o fez ser substituído por um tronco.
- Muito bem! Aprendeste logo à primeira! Bem, agora vamos para junto deles… espero que não nos tenham ouvido durante este mini-treino.
Na manhã seguinte, avançaram mais um pouco e conseguiram avistar a base onde Jikan no Kami se encontrava. Decidiram entrar pela entrada este, que aparentemente não estava guardada. Entraram sem nenhum problema, mas foram recebidos com um tanto de hostilidade. Quando deram um passo para dentro do edifício, várias estacas tentaram atingir o grupo. Hayato desviou-se agilmente de todas, e foi cortando algumas para não atingirem Kami, que não tinha nenhum treino ninja.
- Está bem, Kami-sama? – perguntou a rapariga ruiva, preocupada com o senhor.
- Hai, não se preocupem comigo, está tudo bem. Continuemos.
E assim o fizeram, prosseguindo pelo corredor pouco iluminado, de apenas alguns metros de largura.
- Cuidado! – disse Ryuku impedindo que Hayato caísse numa espécie de piscina de lava. O rapaz agradeceu e suspirou de alivio.
- E agora…? – disse o Gennin.
- Olha, agora… não sei! – disse Akane olhando para as paredes. Infelizmente, estavam cobertas de picos, parecidos com estalactites, assim como o tecto. Hayato observou o tecto e olhou para a piscina de seguida. Começou a juntar algumas kunais com fio shinobi, fazendo uma espécie de corrente constituída por estas. Começou a tentar mergulha-las na lava – o que é que estás a fazer nabo?
- “Boa Hayato, estás a medir a profundidade dessa… piscina.” – pensava Ryuku enquanto observava o Gennin. Este viu que não tinha mais de vinte centímetros de profundidade, o que era perfeito para a sua estratégia. Agarrou novamente em algumas kunais e enrolou o cabo com algumas kibaku fuuda.
- Afastem-se! – disse ele chegando-se para trás e atirando as kunais para as estalactites do tecto, que, com a explosão caíram e espetaram na piscina, formando uma espécie de caminho suspenso – bem, já temos caminho, vamos? – Akane estava estupefacta, nunca tinha visto Hayato agir assim de maneira tão inteligente. Continuaram o seu caminho até que chegaram a uma espécie de sala que continha uma porta dupla enorme, que ia desde o chão ao tecto. Era de metal e parecia não ser derrubada facilmente. A sala era ampla e tinha bastante espaço, mas nada a ocupa-la. De repente, ouviram uma voz por cima deles.
- Hyouton – Haryu Moko! – um tigre de gelo apareceu perante os quatro. Os ninjas colocaram-se em frente a Kami, protegendo-o. Ryuku e Akane activaram o seu Sharingan, localizando imediatamente o autor da técnica, agarrado ao tecto. Hayato ia fazendo os selos e concentrando chakra nos pulmões.
- Katon – Goukakyuu no Jutsu! – disse ele, expelindo uma grande bola de fogo que fez com que o tigre se derretesse.
- O próximo não vai ser tão pequeno – disse uma rapariga que acabava de aterrar no chão, concluindo ao mesmo tempo uma sequência de selos. Dois tigres maiores apareceram e dirigiram-se para Hayato. Jogada perspicaz da jovem, que tinha reparado que o jovem era o único que não possuía o Sharingan… ou pelo, ainda não. O rapaz afastou-se e aproveitou uma kunai que tinha preparado anteriormente, lançando-a para o tigre e fazendo-o explodir. Agarrou na espada mal pode e concentrou chakra criando um clone que se deslocou para a frente do tigre. O original saltou, cercando o animal de gelo. Os dois fizeram um corte transversal, desfazendo-o – muito bem rapazote, sim senhor. Não me admira que a patrulha tenha sido detida…
- Akane! – disse simplesmente o rapaz. A rapariga acenou e começou a executar uns selos, lançando de seguida várias bolas de fogo. Uma quantidade incessante delas. Entretanto, Hayato concentrou chakra e fez os selos para, enquanto a rapariga se distraia a desviar dos projecteis, caísse no Genjutsu. Várias folhas rodopiaram à sua volta e via toda a sua famiia ser dizimada por uma criatura terrível. Rapidamente se apercebeu que só poderia ser ilusão, visto a sua família viver em Yuki. Fez o Kai e fitou os três ninjas. Olhou fixamente para Ryuku e fez uns selos, que fizeram um bloco de gelo aparecer à sua volta.
- Kuso! Sua… - disse Akane avançando contra a rapariga. Hayato preparava algumas kunais com fio shinobi. Começou a concentrar chakra no punho e com um Shunshin movimentou-se agilmente para ao pé das duas raparigas, colocando-se entre as duas e dando um potente soco na de cabelos azuis. Enquanto esta era arrastada pelo chão, Hayato atirou-lhe as Kunais, prendendo-a – Liberta o Ryuku enquanto eu aperto bem isto – disse Akane, deslocando-se para a rapariga. Hayato fez alguns selos e concentrou chakra nos pulmões, lançando de seguida uma bola de fogo que fez derreter o gelo e libertando assim o seu sensei.
- Boa, boa! Agora vamos, temos que destruir esta porta… - disse Ryuku.
- Com licença – disse o Gennin, parando em frente à porta. Mordeu o dedo, fez os selos e juntou as duas mãos, como se estivesse a rezar – Kuchyose! – Ono apareceu à sua frente, com o grande machado.
- Ono, por favor.. isso é demais para nós – disse Kami sorrindo. Ono fez um movimento com o calcanhar e fez uma grande amolgadela na porta, dando-lhe de seguida com o machado, que a abriu.
- Aqui têm – disse o Minotauro sorrindo e desaparecendo. Os quatro avançaram pela porta e depararam-se com um velho sentado numa cadeira.
- Jikan no Kami… - disse Kami, fazendo uma cara séria – entrega-te já.
- Ahah… tu, tu com esse poder parvo que ostentas dizes-me isso? Eu, que controlo o que bem me apetecer nesta sala? Tudo o que acontece, acontece se eu quiser! E tu… vais morrer! – disse o homem, levantando-se e retirando uma gloriosa espada da bainha. Hayato, ao ouvir “morrer” avançou para o homem, mas a uns poucos metros, começou a ficar lento. Quando Jikan lhe ia atingir com a espada no pescoço, Ryuku apressou-se a retirar o Gennin dali.
- “Não podemos chegar muito perto dele…” – Ryuku atirou umas quantas shurikens que se multiplicaram. Mas mesmo estas se começavam a tornar lentas até que pararam e começar a corroer, desaparecendo. Hayato fez o mesmo, mas apenas com kunais. Jikan parou as armas, e estas ficaram suspensas no ar.
- “Parece que, num certo limite de tempo, e grande, espero eu, ele apenas possa usar uma espécie de estágios do seu poder com um certo limite” – Hayato voltou a lançar kunais, que ficaram momentaneamente a rodar no ar, suspensas. Os três avançaram sobre o homem e ficaram quase parados, mas a mexer. O homem passou por eles e ficou-se em frente a Kami.
- O que me vais fazer? Que felicidade isto te vai trazer? – disse Kami, sorrindo.
- Esse teu sorriso… enoja-me – disse o velho trespassando o ancião com a sua espada. Este caiu no chão, inanimado, a esvair-se em sangue. Tudo voltava ao normal para Hayato e os restantes. Hayato estava completamente colado. Não conseguia dizer nada, fazer nada nem pensar nada. Apenas rever rapidamente todas as suas memorias com o Kami. Jogos, brincadeiras, cozinhados… tudo. Tudo tão rápido mas tão significativo para ele. A sua íris tornou-se vermelha e um pequeno ponto apareceu na mesma. O Gennin retirou a espada e juntou-se ao grupo, estando agora os três com o Sharingan activo.
- Bakemono! – disse Hayato com uma cara de raiva e avançando contra Jikan com um Shunshin. Este não teve de parar Hayato, uma vez que já tinha controlo sobre o tempo em dois campos diferentes, Akane e Ryuku, que o tentavam flanquear. Realmente, o seu poder ia-se limitando. Mas… por quanto tempo?
Hayato tentou atingi-lo com a espada, mas este defendeu-se com o cabo da sua, tentando depois acertar-lhe com a lamina, mas o rapaz desviou-se para trás a tempo, devido aos seus olhos que previam os movimentos do velho. Hayato começou a executar uns selos e a concentrar chakra nos pulmões. De seguida, lançou uma enorme bola de fogo sobre o velho, ferindo-o ao de leve, uma vez que este se desviou. Mas quando reparou, já estava cercado por cinco Hayatos.
- É agora que morres seu palhaço! – disse o verdadeiro, atravessando Jikan pelas costas. O velho caiu sem vida no chão.
Dois Deuses estavam deitados no chão, com poderes inimagináveis mas também um pequeno rapaz estava no chão, a derramar lágrimas sobre o cadáver dum querido amigo. Tinha descoberto naquele momento o que era a perda de alguém querido.
- Hayato, vamos levar os dois para a vila, e fazer um funeral adequado para o Kami. Ele merece – o rapaz levantou-se, limpou as lágrimas e acenou. Dirigiram-se para a vila, entregaram o corpo de Jikan e de Kami ao Kage e receberam as suas recompensas. O funeral seria no dia seguinte… iria doer.
FINALE!