O sol irradiava a luz por todos os cantos, dando um brilho à água do rio. Ouvia-se o silêncio por todos os cantos da floresta, nem se ouvia o canto dos pássaros, num instante ouviu-se um suspiro, mas o silêncio voltou-se a instalar na floresta. Nimai Dee foi quem libertara esse suspiro, a luz do sol reflectia-se nas lentes dos seus óculos escondendo os seus olhos azuis, o seu cabelo preto era escuro como o vazio que o jovem sentia dentro de si. Uma gota de suor caiu pela sua testa, deslizando-lhe pelo rosto até cair na relva. Estava exausto, quase a fechar os olhos até que ouviu-se os pássaros a voarem pelos céus a tentarem fugir de algo. O chão começou a tremer, o jovem começou a correr pelas árvores, para o monte mais próximo. Chegou lá o mais rápido que conseguiu, ao longe conseguia-se o fogo que se alastrava ao longo da floresta, os gritos de guerra que se espalhavam por todos os cantos. O jovem suspirou mais uma vez.
-Guerra… - Monologou – Mais uma guerra…
Dee bocejou e desceu do monte, e começou a caminhar para este onde havia apenas pedras dali em diante a típica paisagem do país da terra. Foi para o mais longe possível dos gritos de guerra e do som das armas brancas a baterem-se umas contra as outras.
3 Horas após andar e descansar, encontrou uma vila destruída e pilhada, as casas eram agora ruínas. Procurou por comida, conseguiu encontrar uma carcaça de pão suja que estava a ganhar bolor, provavelmente iria ser a sua única refeição do dia, guardou-a numa mochila pequena verde perto das suas Kibaku Nendo, outras peças de roupa e uma harmónica. Sentou-se num pedaço de madeira queimado que fizera parte da casa de alguém e olhou em seu redor, destruição apenas para mostrar o poder. Ouviu um barulho, passos, a ficarem cada vez mais rápidos, Dee olhou para trás. Os atacantes eram três, um jovem e dois adultos que saltavam para cima de Dee como se fosse um pedaço de carne, o jovem apercebeu-se por causa do ruído que eles fizeram e desviou-se facilmente.
-Dá-nos o dinheiro e a comida que trazes contigo!
-Não tenho – Disse Dee com um sorriso na cara – E vocês?
-Estás a gozar connosco, rapaz? – Disse o mais velho do grupo, tinha entre uns 40 e 50 anos
-Não, nem por isso, este sorriso que tenho na minha cara, não é de gozo.
-Estamos em vantagem sobre ti.
-Nem por isso – Dee ajeitou os óculos – Eu comi ontem e vocês?
O mais novo parecia estar insegura em relação ao ataque, Dee desviou o olhar olhou para os outros dois, estavam sérios acerca disto, tinham kunais na sua mão, deu-se um grande silêncio. Dee tirou os óculos e limpou-os com a sua t-shirt branca, com um smiley no centro.
-Dá-nos o raio da comida e do dinheiro! – Gritou o mais novo, a ficar zangado
-Eu não me submeto a ordens e ameaças – Avisou – Se não atacam, vou-me embora – Dee voltou a meter os óculos na cara, e começou a andar.
-Agarrem-no, limpem-lhe o sebo. – Os três começaram a correm em direcção ao jovem ninja.
Dee apenas saltou para trás dos três, tirou uma Kibaku Nendo e meteu no chão e rapidamente saltou para trás, os três viraram-se para trás quando o jovem estava a recuar e com um simples gesto com a mão fez com que o papel explodisse, os três inimigos foram projectados contra os destroços. Dee suspirou, o sorriso que tinha na cara desapareceu, agarrou as kunais e continuou a sua caminhada até o dia acabar e a noite, após comer o pão que havia encontrado, subiu encontrou uma caverna, e deitado no chão com a mochila a servir de apoio à sua cabeça, deixou os seus olhos se fecharem.
No dia seguinte, continuou a sua jornada, chegou a uma cidade, cercada por uma muralha de pedra, que ainda não fora despedaçada pelo exército, esta tinha boa segurança, demasiado apertada. Era difícil demais para que uma pessoa normal passa-se pela muralha, mas utilizando o Henge no Justu avançou, era nestas alturas que ele gostava de ter algum conhecimento ninja que aprendeu na academia de Iwagakure.
Dee entrou na cidade de cabeça erguida, a rua principal, onde os vendedores diziam as suas mentiras para vender o maior número de objectos possível. Dirigiu-se a um bar, que ficava num dos cantos mais ocultos da cidade. Dentro do bar estavam 3 pessoas deprimidas que conseguiam dar um aspecto depressivo ao ambiente e o empregado do bar que estava demasiado concentrado a limpar copos.
-Sake, por favor… - Disse Dee ao empregado, este que estava apático e ignorou-o – Alguém ai?
- Ah, desculpa. – Disse o jovem de 27 anos, ao olhar para Dee, e ficou a olhar para Dee, fez-se um silêncio e por fim o empregado avançou com as suas palavras – Tu…
-Yo! – Disse Dee com um sorriso nos lábios – Como é que tens estado?
-Idiota, achas que isto é um momento para isso! Os nossos pais morreram e tu tens um sorriso na cara. – O empregado do bar suspirou, acalmando-se – Estivemos preocupados contigo…
-Eu estive preocupado com vocês, após o terror que invadiu Iwagakure, eu fiquei preocupado e tentei voltar para vocês.
-Porque é que tu não voltaste?
-Fui capturado no país da neve, junto com o meu grupo, morreram quase todos. Depois a sorte veio ter à minha porta, uma revolução dentro das prisões. – Dee manteve sempre a mesma expressão e o mesmo tom de voz. – E a minha bebida?
-És demasiado novo para beber…
-Já tenho 18 anos!
-Para mim serás sempre o meu irmão mais novo, o mais novo de todos nós. Toma água – O empregado encheu um copo com água e ofereceu-o a Dee e voltou a pegar no pano e a limpar os copos desta vez com um sorriso na cara.
-Quero o livro de reclamações – Disse Dee a ficar amuado.
-Já agora o que vais fazer agora?
-Não te digo… Tu ainda estás do lado do lorde feudal e de Iwagakure.
-Não faças nenhuma estupidez.
-Por enquanto fica descansado, não há motivos para te preocupares – Bebeu a água toda que estava no copo e lembrou-se de algo e sem hesitar perguntou – Preciso de um sítio para ficar nos próximos três dias…
-Está bem, podes ficar em minha casa. É perto da fonte que está no meio da cidade, estão afixados alguns panfletos
-Então o meu trabalho aqui está acabado – Dee levantou-se e saiu do bar.
A cidade estava cheia de velhos com medo das invasões, refugiados que pediam esmola e jovens despreocupados como se fossem imortais.
Uma kunai foi lançada a Dee, este que desviou com facilidade a kunai que foi contra a parede assustando algumas pessoas. Dee tentou encontrar o responsável, este que foi reconhecido rapidamente. Dee esboçou um sorriso.
-Que surpresa te encontrar aqui Tomokuro! – Gritou Dee para o responsável.
-O mesmo posso dizer de ti. – O jovem tinha a mesma idade que Dee, cabelo loiro despenteado que lhe tapava os olhos e as orelhas, estava vestido de branco. Na sua mão tinha uma kunai.
-O que é que tens feito?
-Nada de mais, a minha família morreu, os meus companheiros de equipa morreram e por fim alguns dos meus amigos.
-Outro… - Dee sussurrou para si mesmo - Será que vou passar a vida a ouvir as queixas de todos os que eu conheço.
-Eu preciso de dinheiro… - Dee parou de sorrir e ajeitou os óculos que mais uma vez lhe descaiam pelo nariz, Tomokuro continuou a falar – Parece que a tua cabeça tem algum dinheiro em cima.
Dee limitou-se a rir alto.
- Tomo-chan aqui não… Irias apenas acabar por magoar a população, por isso segue-me – Dee correu para fora da cidade, para longe do portão onde os guardas não os pudessem ver e Tomokuro seguiu-o.
Ambos estavam ansiosos e em uníssono gritaram.
-Que a luta começa