O leite criava pequenas bolhas e libertava vapor à medida que era mexido por uma pequena colher de chá. Ensonado, Kairun bebia pequenos tragos da bebida quente enquanto trincava pedaços de pão, mastigando devagar. Acabando o pequeno-almoço, vestiu a camisa, as calças e calçou as botas:
- Vou sair mãe, vou treinar! – Alertou enquanto vestia o casaco e antes que a sua mãe pudesse responder apertou a fita na cabeça e saiu a correr pela porta.
- Espera! – Gritou a mãe em vão – Este rapaz…
Kairun corria ente os edifícios e com agilidade passava entre as pessoas que se deslocavam nas ruas:
- Bom início de treino – pensou, virando à direita para um cruzamento.
3 minutos mais tarde ao chegar aos portões de Kirigakure o nevoeiro característico da zona começava a tornar-se mais denso. Correu mais um pouco e chegou a um pequeno monte perto da orla de Kirigakure onde tinha planeado treinar, porém com toda a corrida já estava um pouco exausto e decidiu descansar para recuperar o fôlego. Quando se sentiu pronto:
- Ok! Se não conseguir chegar ao topo desta árvore tenho de fazer 10 voltas ao monte!
Motivado saltou para um espaço existente numa divisão entre dois grandes ramos a cerca de um metro do chão e agarrou o casco da árvore com as duas mãos. Começou a colocar primeiro um pé e depois as mãos em vários pontos de apoio de modo a prosseguir nos diversos patamares de ramos do carvalho. Quando se encontrava a pouco mais de 2 metros do solo formou um selo, fechou os olhos e escutou o vento, os pássaros e os insectos. Concentrando-se acedeu ao chakra que circulava no seu corpo e sentiu um leve calor percorre-lhe os membros inferiores até aglomerar parte desta energia na sola das botas.
- Ikuzo!
O jovem colocou o pé direito no tronco principal da árvore e começou a subir, realizando um esforço mental enorme para manter o chakra constante nos pés enquanto corria em passos rápidos, sendo que demasiado ou demasiado pouco chakra interromperia a conexão entre as botas e o carvalho o que consequentemente o faria cair. Kairun ganhava altitude até que uma ave atravessou o seu caminho enquanto voava de um ramo para o outro.
Não! – Exclamou o genin perdendo o controlo e caindo de uma altura de 5 metros.
Sentindo um nó no estômago e lutando contra a gravidade agarrou um ramo que por pouco não lhe escapou:
Foi por pouco… - Suspirou de alívio.
- Crack!
O ramo estala e parte deixando Kairun à merçê da força gravítica, sendo que este cai na neve que habitualmente cobre o chão nesta altura do ano. Com sorte, ao examinar o corpo constata que não tem nenhum ferimento. O vento estava agora mais brando,
- Parece que vou ter de fazer as 10 voltas. – concluiu.
Descendo o monte Kairun preparava-se para correr. Começa com um bom ritmo mas depressa é atacado pela fatiga que combatia enquanto sentia ambos os pulmões e os músculos em sintonia a trabalhar. 5 voltas, 6 voltas, 9 voltas,
Só falta uma! – exclamou bem alto na sua mente com satisfação.
E terminando o exercício encosta-se a uma pedra, apreciando o momento de recuperação. Tendo o treino terminado pela parte da manhã Kairun dirige-se para casa com imensa fome, ansioso por comer o seu almoço.