- Ryuku-sensei! – gritava Hayato ao bater com bastante força na porta de casa do seu sensei. Este ainda estava a dormir. Tinha adormecido por cima dos lençóis, aliás, nem tinha até desfeito a cama. Foi à casa de banho, lavou a cara e os dentes e desceu para abrir a porta ao rapaz que tão desesperadamente o chamava.
- Então pá, que basqueiro é este!?
- Vamos treinar, oupa. Não há tempo a perder! – disse o rapaz sorrindo. A dor da morte de Kami não lhe havia passado, mas este não queria desonrá-lo chorando e lamentando-se sobre a sua morte, queria celebrar a vida do velho deus e viver para ser forte e proteger todos que ama.
- “Ainda bem que ele é assim, preferia do que se fosse um preguiçoso” E onde é que está a Akane? – disse o Jounin fechando a porta e começando a caminhar para o campo de treinos. Hayato seguiu-o.
- Ficou a dormir, eu deixei-lhe uma nota para ela ir ter ao campo de treinos!
Já no campo de treinos, Ryuku começava a colocar uns pesos nas pernas de Hayato, assim como nos braços. Hayato ficou surpreendido com a rapidez que o seu sensei o havia feito e nem protestou. Depois, montou uns quantos alvos e colocou-se à frente deles.
- Hayato, hoje vamos treinar a tua defesa e o teu contra-ataque. O que tens que fazer neste momento é defenderes-te ou desviares-te dos meus ataques e contra-atacar. Eu vou ficar a atirar, e tu terás de acertar nos alvos, como se fossem múltiplos adversários – explicava Ryuku o exercício – os pesos, são para te dificultar o treino e te aumentar um pouco mais essa estrutura muscular.
- Hai! – disse o rapaz colocando-se em posição de combate.
Ryku começou por lançar umas quantas kunais, das quais Hayato se desviou com uma certa dificuldade, devido aos pesos. Depois, uma chuva de shurikens se abateu sobre o rapaz. Este afastou-se um pouco e concentrando chakra no punho, deu um potente soco no chão , abrindo uma pequena cratera que o deixou abrigar-se daquela investida do seu sensei. – Okasho! - De repente, viu umas quantas bolas de fogo a aproximar-se. Mal foi atingido por uma, desfez-se em fumo sendo substituído por uma rocha. Estava agora na hora de contra-atacar – Ikuso – o rapaz, um pouco distante dos alvos, começou por atirar três kunais que iam na direcção dos alvos, mas não em direcção ao centro.
- Então pá, que é isso? Que falta de pontaria é essa? – Ryuku soltava uma pequena gargalhada ao ver o falhanço do rapaz. Hayato sorriu e moveu ambas as mãos repentinamente, fazendo as kunais mudarem de direcção e acertarem em cheio nos alvos – acabou-se a brincadeira, agora sou eu que vou lutar contigo.
- Entao anda lá! – disse o rapaz fazendo com que os seus olhos se tornassem encarnados com um pequeno ponto negro na orbita da pupila. Os pesos já começavam a cansar o pequeno Gennin, mas não o impediram de se desviar de umas quantas kunais que Ryuku havia atirado. Hayato afastou-se e fez uma pequena sequência de selos, sincronizando-os com a concentração de chakra. Uma pequena quantidade de folhas começava a rodopiar em torno do seu sensei, e de seguida, este começava a ver Akane a aparecer, com várias kunais inseridas no seu corpo.
- Tsk.. Kai. – sussurou o Jounin – queres brincar aos Genjutsus, é? – Ryuku olhou Hayato nos olhos e quase como que instantaneamente fez com que uma enorme bola de fogo caísse do seu, em direcção ao pequeno rapaz.
- Shikuso! – berrava o rapaz preso ao chão – “A bola vem direitinha a mim. Isso era impossível se fosse um fenómeno natural. E o gajo disse que íamos brincar aos genjutsus… portanto” – pensava Hayato enquanto começava a tentar parar o fluxo de chakra que lhe corria na parte do cérebro – Kai! – disse sem sucesso. Mais uma vez repetiu o processo, mas agora auxiliando com um selo, concentrando mais chakra e tendo mais convicção disse – KAI! – a bola de fogo desaparecia em pequenas partículas amarelas. Mal saiu do Genjutsu, preparou uma investida contra o seu sensei. Lançou-se com um Shunshin para a sua beira. Lento devido aos pesos, tentou acertar um pontapé na cabeça do Jounin, mas sem sucesso. Porém, e novamente com um Shunshin, acertou um pontapé certeiro no estômago de Ryuku, elevando-o alguns metros no ar. Hayato saltou novamente com um Shunshin, pretendendo tentar adaptar-se melhor aos pesos e concentrando chakra no punho, deu um potente soco no seu sensei – Okasho! – berrou o rapaz. Uma nuvem de fumo surgiu no lugar de Ryuku.
- Muito bem Hayato, conseguiste aprender bem o Konoha Dai Senpuu! – disse Ryuku sentado numa árvore, a observar o rapaz – podes tirar os pesos, vou-te ensinar umas técnicazitas, para de tarde poderes confrontar a Akane com elas.
- Hai! – disse o rapaz tirando os pesos – e que técnica são essas?
- Vá, mete-te lá em posição de defesa que vou-te mostrar uma delas – Hayato obedeceu e o seu sensei atirou uma shuriken, fazendo alguns selos de seguida. Repentinamente, a shuriken multiplicou-se inúmeras vezes até que um verdadeiro exercito de shurikens se deslocava para o rapaz. Já mais ágil devido ao treino com os pesos, Hayato agarrou numa kunai e defendeu-se de algumas shurikens, desviando-se agilmente de outras. Rapidamente fez uns selos e concentrou chakra para o dividir em quatro, formando assim três clones. Estes formaram uma barreira à sua frente e protegeram o rapaz das restantes, até a chuva de shurikens cessar.
- Sugoi! Isso é o Shuriken Kage Bunshin, certo?
- É sim. O que tu tens de fazer é transferir o teu chakra para a atmosfera e copiar a forma da shuriken, formando um clone perfeito. Ora tenta lá, com os selos que me viste fazer.
Sem dizer nada, Hayato atirou uma shuriken ao sensei, concentrando chakra e executando uma série de selos de seguida. Apareceram umas quantas shurikens, mas poucas e deformadas, que caíram no chão mal se formaram.
- Tenta lá mais uma vez… lembra-te da forma da shuriken, de como ela viaja no ar – disse Ryuku apanhando com um dedo a shuriken verdadeira. Hayato acenou afirmativamente, e atirou novamente uma shuriken. Fez uns selos e concentrou chakra na atmosfera, criando várias cópias perfeitas da shuriken, que se deslocaram todas para o Jounin. Este defendeu-se usando apenas uma kunais, o que fascinava sempre Hayato.
- Ahah, apanhei-lhe o jeito, não? – disse Hayato sorrindo e coçando a cabeça.
- Apanhaste pois, agora falta o outro jutsu, que é parecido mas mais complicado. Porém talvez seja mais fácil para ti, uma vez que já trabalhas com os corvos – Ryuku fez uma sequencia de selos pequena e lenta, de forma a que Hayato o acompanhasse. De repente, vários corvos começaram a aparecer no ar, flutuando por cima da cabeça dos dois Uchihas.
- Ui, que é isto? – dizia Hayato espantado.
- Isto são corvos, uma espécie de clones! – dizia Ryuku com convicção para ver se Hayato ficava mais animado – Basicamente, formas os corvos para criar os Karasu Bunshin mas controla-os, é preciso um maior controlo de chakra, tenta lá.
Hayato concentrou algum chakra, criando alguns corvos. Já estava habituado devido aos clones, portanto aquela parte tinha sido fácil. Tentou controlá-los fazendo-os voar até um determinado sitio, mas vários caíram pelo caminho.
- Novamente, Hayato.
- Hai! – disse o rapaz. Concentrou novamente chakra e formou três corvos, fazendo-os voar em perfeição, sincronizados até uma árvore. Formou mais três concentrando chakra e repetiu o processo, mostrando a Ryuku que já havia dominado a técnica.
- Muito bem! – disse Ryuku dando uma pequena palmada no ombro do rapaz – agora vamos comer alguma coisa. A preguiçosa da tua “irmã” ainda não se deve ter levantado.
- É sempre a mesma coisa, aquela rapariga – Hayato estava sorridente, feliz. E com vontade de ficar mais forte, de aprender.