A noite caía no planalto para dar lugar ao dia. Era de manhã, bastante cedo, talvez umas seis horas pois o sol ainda não espreitava por inteiro. Não só por ser cedíssimo mas também graças a uma névoa pouco densa que ocupava entre as árvores. Deixaram o acampamento intacto e prosseguiram para a parte baixa da montanha, onde alguns trabalhadores de Konoha trariam os materiais de construção. Pelo caminho Ryuku usava alguns ninjutsus do elemento terra, para criar a primeira estrada da vila, esta estrada ligaria o vila no planalto até à fronteira do País do Rio.
-- Tomem. – Disse Ryuku-sensei. – São comunicadores, basta carregarem neste botão para falarem. Ao falarem todos os outros vão ouvir.
-- Hai! – Disseram os três gennins ao colocarem os microfones e auscultadores nos ouvidos.
-- A partir de agora dispersem-se e procurem qualquer vestígio de bandidos. Se necessário eliminem-nos. – Disse Ryuku, bastante sério.
Os quatro shinobis dispersaram-se com um shunshin rápido, fugindo para direcções diferentes. O primeiro a desaparecer foi Kamui que concentrou o chakra facilmente e movimentando-se mais para Norte. O rapaz chegou a um sitio normal na floresta, Pinheiros de ramagem alta, que permitia ver um quilómetro em todas as direcções. As agulhas de pinheiro secas que se encontravam no chão, tornavam-no macio e permitia ouvir-se bastante bem se alguém o pisasse. Foi por essa razão que Kamui subiu a árvore com um Kinobiri depois de concentrar o seu chakra, para ficar escondido e ouvir qualquer pessoa.
-- Aqui tudo bem. – Disse Kamui para os outros, e também fazendo um teste ao aparelho.
-- Recebido. – Responderam Ryuku, Tsubame e Suzako.
Agora, Kamui encontrava-se sentado num ramo bastante alto, recostado contra o tronco principal que se erguia desde o chão. Escondido entre a ramagem ficou à escuta de perigo, era uma boa táctica porque dali qualquer mínimo ruído era fácil de se ouvir. O rapaz ouvira o som de algo, e travara uma batalha intensiva até por fim eliminar o adversário que tentava sabotar o carregamento. De seguida vagueou pela floresta, sem destino e andando aos círculos.
De repente a rapariga do grupo, Tsubame, atravessara-se à sua frente. De cabelos de um intenso amarelo, com duas madeixas entrelaçadas à frente e o resto caído comprido para todos os lados, com uma franja tapada pela hitayate, roupas predominantemente pretas com alguns traços vermelhos a rapariga ficava especada a olhar para o seu amigo. Fez-lhe um sinal para tapar o microfone e de seguida tapou o seu.
-- Kamui-kun, tudo o que o Ryuku-sensei nos disse era mentira. Aquela história de manter a vila em segredo com um jutsu proibido não se pode fazer. O mundo shinobi não permite isso, usarem-se jutsus proibidos para manter segredo. Sempre que isso acontecia havia corrupção e conspiração e eu acredito que o mesmo se passa aqui.
-- Uh? – Disse Kamui, que se abismava de espanto, nunca tinha ouvido Tsubame a falar tanto, de uma só vez. Estaria certa a rapariga? – Tens a certeza Tsubame? Isso não é um pouco rebuscado? Quer dizer, é para manter a vila em segredo não é, esse jutsu deve ser normal nesta ocasião.
-- Os objectivos de uma vila são sempre defender-se juntamente com o seu povo, e nunca incutir medo nos habitantes. Imagina-te um habitante de um sitio que não podes divulgar se não morres, não ficarás com medo, aliás, nunca quererás entrar numa vila assim.
-- Estás a querer dizer, que essa história é mentira? – Perguntou Kamui.
-- Achas mesmo que iam conseguir manter a vila em segredo dessa forma? – Disse Tsubame. – Pensa um pouco Kamui.
-- Acho que tens razão… - Acabou por concluir. - E agora?
-- Não tenho certezas claro, mas falemos com o Suzako, perguntar o que acha e provavelmente fugir. – Disse a rapariga com uma cara nada satisfeita com a ideia.
Os dois destaparam os microfones e começaram a procurar pelo seu colega de equipa, Suzako. A floresta era grande teriam de arquitectar um plano para perguntar ao amigo onde estava sem que Ryuku percebesse que queriam ir ter com ele para fugirem. A rapariga tinha um raciocínio formidável, superior ao de Kamui que também era brilhante e por isso voltou a ligar ao colega.
-- Suzako. – Disse a voz feminina. – És tu que estás perto de uma rocha grande com uma árvore caída? – Disse ela despropositadamente para Suzako lhe dar a sua localização.
-- Não, eu estou ao pé de um lago, com bamboo. – Disse Suzako, ingénuo. – Deve ser um inimigo Tsubame, toma cuidado.
-- Ah, não era outra árvore parecia-me uma pessoa. – Disse Tsubame disfarçando, voltou a tapar o microfone e falou para Kamui que se encontrava a seu lado. – E assim descobrimos a sua localização… - Disse com humor, Tsubame, para surpresa de Kamui, que naquele dia estava a pessoa mais surpreendida de sempre.
-- Já vi os bambos, e ali está o lago. – Disse o rapaz de cabelos negros despenteados.
Correram rapidamente para o seu companheiro e Tsubame tapou-lhe a boca para este não falar com uma mão, a outra tapava-lhe o microfone. Enquanto isso Kamui conversava com ele exactamente o que Tsubame lhe tinha dito, e o amigo mais calmo parecia abanar a cabeça em sinal de concordância. Não foi necessário tapar mais a boca de Suzako, o rapaz concordava e disse logo que tinham de fugir.
-- Ora ora, se não são os meus aprendizes todos reunidos. – Disse Ryuku ao chegar com algum sarcasmo. – Então sempre vão fugir? – Disse Ryuku.
-- Merda! – Gritou Tsubame.
-- Atenção ao palavreado, Tsubame-chan! – Disse Ryuku lançando kunais para os seus aprendizes, de rajada.
Os jovens começaram a fugir agitados, mas Suzako acabava por levar com uma kunai um pouco a baixo do ombro. Cravara-lhe com força na pele e o jovem gennin gemeu de dor intensa. Kamui pegou-o e continuou a correr com shunshins tal como Tsubame. Mas Ryuku era jounin, e muito mais rápido, não adiantava fugirem-lhe ele apanhava-os. Quando os três gennins estavam prestes a ser apanhados, um terramoto fez-se sentir na área e várias pedras e árvores começavam a cair, no chão abriam-se fendas enormes. Graças a isso os três gennins escaparam a Ryuku que era apanhado pro um tronco em queda despistando-o um pouco. Kamui levava Suzako às costas em sangue, e Tsubame seguia a seu lado, sem saber partiam em direcção ao País do Rio.

As Kunais de Ryuku tinham feito um risco horizontal nas hitayates…