[F1][Prologue] A arte nos ventos
Kirigakure no sato, dez anos atrás…
A vila da névoa é e sempre será a vila mais escura de todas as existentes, uma névoa constante assombra toda a vila com a sua escuridão e eminência de chuva ou trovoada. Este era mais um dia destes, a pesada névoa estava bem baixa e tapava o telhado de todas as casas. O edifício do Kage nem se via bem e uma leve brisa pairava incessante no ar.
“Deve de estar quase” pensava um mestre de kimono preto olhando para uma mulher deitada de costas algures num quarto largo de alguma mansão. Mansão esta que era enorme, feita de madeira de carvalho claro onde cada tábua fora trabalhada à mão e o telhado era de umas telhas pretas bem trabalhadas e com ornamentos e acabamentos em tons cinza. O quarto onde a mulher se encontrava deitada de costas pronta a dar à luz tinha as paredes pintadas de branco e umas cortinas pretas para que nada passa-se por ali, um grupo de enfermeiras estava já preparado e um médico observava os seus apontamentos para ver se nada falhava.
- Cheguei a tempo? – Perguntou um ninja com o fardamento ANBU.
- Mesmo a horas. – Declarou o médico preparando-se para o parto.
- Como tem estado ela? – Perguntou novamente o jovem ninja.
- Deitada. – Respondeu-lhe o Mestre.
As enfermeiras riram-se da conclusão lógica do Mestre Ayako Jinn, Jinn era um lendário mestre de artes marciais que se alojou em kirigakure para desenvolver os seus estudos sobre a combinação de chakra às técnicas de taijutsu criando assim um novo estilo de luta que para alguns era um conjunto de taijutsu e ninjutsu mas para Jinn era a arte marcial mais completa do mundo.
- Fora de brincadeiras pai por favor. – Disse o Anbu olhando profundamente para os olhos de Jinn.
- Descansa meu caro Amasu. – Disse-lhe o Mestre olhando novamente para a jovem que se encontrava a parir.
Amasu estava deveras preocupado, era o primeiro filho do casal e ele queria que tudo fosse perfeito, ou pelo menos quase perfeito. Amasu era um jovem de 25 anos que estava integrado num dos esquadrões da ANBU, desde cedo começou a aprender as artes com o seu pai sendo um dos prodígios da aldeia tendo passado o exame Chunnin com 11 anos.
- Já vejo a cabeça! – Dizia o médico fugazmente. – Mais um bocadinho… e já cá estás!
Nas mãos do já idoso médico encontrava-se uma criança com uns 4kg e uns 65cm, tinha o cabelo preto e os olhos completamente serrados. A mãe da criança estava agora envolta em sangue mas feliz, mal sentiu nos seus braços o seu filho uma lágrima desceu-lhe pela face. Rapidamente as enfermeiras usaram os seus jutsus para sarar as feridas e parar as hemorragias quando isto aconteceu a jovem mulher adormeceu.
Esta mulher chamava-se Ayako Kiomi, era uma das Jounins responsáveis pela academia ninja de Kirigakure e a sua especialidade era o combate armado. Era filha de uma família abastada e historicamente muito activa e leal ao seu país, em situações extremas e de guerra gastaram bastantes milhares de ryos para armar e melhorar o exército do seu país.
inn agarrava agora na criança e levava-a com ele para uma sala aparte, com diversos objectos testou o alinhamento elemental. Primeiro água, verteu água para a mesa e nada aconteceu, depois uma vela e nada aconteceu, uma pedra e nada aconteceu. Jinn não estava a acreditar, um Ayako qua não possuía nem suiton nem doton era raríssimo. Jinn abriu uma janela e fazendo alguns selos uma brisa entrou pelo quarto e fez um pequeno remoinho na barriga da criança.
“Fuuton… Interessante, nunca vi um Ayako com fuuton” pensou o mestre fechando a janela. “Vou levá-lo de volta a Kiomi, apetece-me um chá de folhas de cerejeira”.