Seis vultos viajam por uma densa floresta onde ao fundo se avistavam algumas montanhas. Tudo isto coberto por um denso nevoeiro. Avançavam por entre as árvores enormes, à medida que iam conversando.
- O que é que vocês acham? Que vão oferecer muita resistência? – disse Hankei.
- Acredito muito que vão oferecer mais resistência, pelo menos o Mizukage, que o Raikage… - o Kawakage pensava na luta que tinha tido – Denkou é uma pessoa mais explosiva e muito gananciosa.
- Eu ouvi dizer que o Okashii também é ganancioso, mas muito mais prudente com isto das alianças.
- Afinal, eles nunca tiveram uma aliança muito fixa com outras vilas… - conclui Shounen, sempre muito bem informado. Avançaram pela floresta até chegar a uma zona onde era visível um grande portão que dava entrada para a vila. No topo de uma espécie de montanha, conseguia-se ver um grande edifício, provavelmente o edifício do Mizukage. Uma grande escadaria dava acesso ao local, mas antes disso, havia algumas residências e o próprio portão.
- Vamos lá, vamos lá! Quero ver se os gajos se viram a nós ou não, apetece-me andar à porrada – dizia Saisei. Avançaram para o portão, aparecendo do nada à frente dos guardas que lá se encontravam. Desta vez nem se tinham dado ao trabalho de ver quantos guardas estavam, a equipa estava completa, não havia muito a temer. Como era habitual, os ninjas da vila deslocaram-se até eles num ápice, com as perguntas do costume.
- Quem são vocês? – berrou um deles. Kiba olhou-o nos olhos, o que lhe fez dar um passo para trás.
- Somos ninjas de Kuraigakure – disse Hankei – queremos apenas falar com o Mizukage, nada mais.
- E o que é que querem a Okashii-sama? – disse outro com um tom ameaçador – não pensem que vos deixamos entrar sem sabermos o motivo.
- Nós já vos dissemos o motivo – disse Saisei com raiva. Aquela vila tinha-lhe destruído o clã. Mesmo que fosse antes do seu próprio nascimento, guardava imenso rancor por aquela vila, aquele monte de assassinos.
- Calma – disse Kiba colocando uma mão à frente do rapaz – nós só queremos falar com ele, não temos nada contra a vila, aliás, pelo contrário.
- “Pelo contrário” – um deles ficou pensativo – eu vou falar com o Mizukage, e já vos venho dizer alguma coisa – o homem correu pela grande escadaria acima e entrou pelo edifício adentro, pela porta principal.
- Que se passa? – perguntou Okashii, levantando os olhos do pergaminho que se encontrava a ler.
- Estão ali uns gajos de Kuraigakure a dizer que querem falar consigo – disse ele, apoiado num joelho.
- Kuraigakure? Muitos rumores andam aí sobre essa vila… quero falar com eles. Espero que pelo menos não sejam uns ninjas que não interessam para nada, podes chamá-los – o homem acenou e desapareceu numa nuvem de fumo, aparecendo à frente de Kiba e do resto dos ninjas.
- Podem vir, o Mizukage quer falar com vocês – disse ele fazendo sinal para o seguirem. Os seis ninjas acompanharam-no até à porta do escritório de Okashii, onde o rapaz ficou e os de Kurai entraram.
- Então… Ninjas de Kuraigakure… - disse Okashi levantando-se.
- Kawakage – disse Kiba, estendendo a mão. Okashii olhou-o e cumprimentou Kiba, reparando que os seus olhos estavam completamente negros.
- Podem começar por me dizer o que é que vocês querem de mim…
- O que queremos é simples. Uma aliança de paz, em que se vos atacarem, nós defendemos-vos, e vice-versa. Isto também conta para o ataque… se atacarem alguém, nos vamos lá estar para vos apoiar.
- E porque que eu haveria de querer algo como isso? – o Kage ficou pensativo, mas os seus pensamentos não eram apenas dele, Kiba lia cada palavra que ele pensava.
- Ele quer que nós lhe mostremos o nosso poder, o que é que fazemos – disse o Kawakage, o que deixou Okashii surpreendido – sim, Mizukage-sama, isto é uma das coisas que eu faço. O teu pensamento está a ser completamente registado pelos meus olhos… e também – disse ele abrindo a mão e mostrando uma bola de lava, que colocou num copo que derreteu com o contacto com o material.
- Youton… interessante. Mas isso és tu, que és o líder. E o resto? – perguntou ele intrigado. Shounen avançou sobre ele, activando o seu Doujutsu.
- Vejo que já fracturou a sua perna e uma costela, Mizukage, e aparentemente foi bem tratado – disse Shounen, sempre muito bem educado. Daiki desapertou a sua luva e mostrou o que tinha na mão esquerda, sem dizer mais nada. Hankei apontou para a janela do escritório, fazendo o Mizukage ver um dos nevoeiros mais intensos que atingira Kirigakure.
- Aquilo não é natural – disse a rapariga – e repare que abrange a vila toda.
- Muito bem… e vocês? – disse ele olhando para Saisei e Ati, os dois únicos da equipa que faltavam mostrar os seus poderes.
- Tsc… - disse Saisei fazendo brotar um osso da sua mão – eu não vou guardar ressentimentos, se aceitar esta aliança.
- K-Kaguya? – Ati mostrou as suas mãos, de onde duas bocas se viam – Kibaku Nendo… muito interessante. Parece que não tenho muito mais por onde recusar… “Estou farto deste pequeno país, e ainda por cima com esta aliança estou ainda mais próximo de conseguir expandir a fronteira”
- Ahah… - riu-se Kiba, Okashii ficou um pouco pálido – muito bem então. Coloque esta fita num pássaro com o papel do contracto, o pássaro será identificado e mandado de volta com uma convocatória para uma reunião – disse Kiba entregando um pedaço de pano e estendendo a mão para cumprimentar o Kage. Okashii correspondeu e cumprimentou Kiba. Após isso, a equipa de Kurai voltou à sua vila.
Alguns dias depois
“Caros líderes e Kages,
É com orgulho que convoco uma reunião no País do Rio para tratar de assuntos e discutir o que será melhor para a Aliança Kyödo. Cada líder poderá trazer dois ninjas como seguranças e nada mais que isso.
Será uma reunião pacífica e podemos garantir-vos isso.
O Kawakage,
Kajuimamoto Kiba"
Kiba lançava sete pássaros, cada um atados com uma fita que o identificaria.