Após algumas horas de caminhada, Inazuma sabia que tinha de parar um pouco. Já devia ser quase meio-dia, e ele não tinha feito nada mais do que caminhar.
- Bem, o melhor seria tirar este dia para treinar. – Dizia ele, enquanto caminhava até ao centro de 4 árvores faziam um quadrado quase perfeito entre elas, estando bastante perto umas das outras, a uma distância aproximadamente de 5 metros ao centro. – Muito bem. Comecemos com algum Taijutsu e Kenjutsu. – Ele retirava da sua bolsa uns pequenos panos feitos de couro, que enrolava á volta de cada árvore, pintando com a ajuda do sumo de uma planta vermelha e o seu próprio dedo, um alvo em cada tira.
Ele voltava a remexer na sua bolsa, retirando dela algo que parecia uma lâmina arrancada de um shuriken gigante. O jovem Fukushü agarrava o cabo dessa lâmina com a mão esquerda, enquanto com a mão direita agarrava na lâmina, puxando-a, abrindo a arma, tomando a forma de um fuuma shuriken.
Inazuma concentrava-se, andando para trás alguns passos, sempre de frente para a mesma árvore e para o seu respectivo alvo. Ele, segurando a sua arma com a sua mão esquerda, puxava-a para trás, para cima do seu ombro direito devagar, girando em meia-lua o seu corpo para a mesma direcção, olhando de esguelha para o alvo.
De repente, Inazuma virava-se numa segunda meia-lua, desta vez na direcção contrária e muito mais rapidamente que antes, com o seu braço a seguir a mesma direcção. Então, o fuuma shuriken soltava-se da sua mão, girando contra a árvore. Ouvia-se o barulho de um corte de madeira, quando o shuriken atingia alguns centímetros acima do centro do alvo, mas Inazuma nem se apercebia de onde tinha atingindo, pois tinha voltado as costas logo no momento que o arremessava, correndo rapidamente em direcção à árvore contrária, socando e pontapeando as tiras de pano de couro, movendo-se agilmente á volta da árvore. As mãos doíam-lhe cada vez mais, pois mesmo atingindo os panos, continuava a sentir a força e grossura da árvore como se tivesse a atingi-las de mãos nuas. No entanto, isso não lhe importava. Ele passava uma hora e meia ao soco na mesma árvore, com o couro já com alguns rasgões por causa dos ataques que tinha de suportar. Surpreendentemente, o jovem Fukushü caia no chão de costas, respirando dificilmente de cansaço. Ele levantava-se de novo, devagar, e caminhava até á arvore onde tinha arremessado o fuuma shuriken. Inazuma agarrava-o com as duas mãos puxando-o para o soltar. Estava mais solto do que julgava, caindo para o chão de novo, e o shuriken com ele, onde o atingia no seu braço direito.
Praguejando pela sua estupidez, ele retirava o fuuma shuriken da ferida, fechando-o e guardando-o na sua bolsa. Ele examinava o corte. Não parecia muito fundo, mas não deveria poder continuar o seu treino de Taijutsu durante pelo menos durante uma semana. Ele enrolava a ferida numa das suas fitas de couro, ainda não utilizadas e sentava-se á sombra de uma das árvores, comendo o que lhe sobrava da comida que tinha roubado de um mercado alguns dias atrás. Já não sobrava muito infelizmente. Ele tinha comida para dois dias no máximo. Um, se continua-se a treinar daquela forma. Teria de ir roubar mais, ou arranjar algum dinheiro para comprar comida decente.
Passadas algumas horas de descanso, quando o sol já se estava a pôr, ele levantava-se, disposto a continuar a treinar. Uma dor no seu braço direito lembrava-o que seria melhor um treino de Ninjutsu, ou caso não conseguisse, um treino de controlo de chakra.
Ele inspirava fundo, olhando para uma terceira árvore do quadrado. Ele concentrava chakra nos seus braços, realizava alguns selos e gritava “Ikazuchi no Muchi”, e fazia um movimento descendente com a sua mão esquerda, enquanto apontando para a árvore. Ao mesmo tempo, um chicote de electricidade acompanhava o movimento da mão, atingindo a árvore e abrindo um sulco na mesma.
Jurando que só pararia quando o seu ataque conseguisse atravessar a árvore, ele pararia, nem que isso o danificasse seriamente.
Ele inspirava de novo, concentrando chakra nos seus braços de novo e repetia os selos, fazendo o mesmo movimento com a mão esquerda. Novamente, o chicote eléctrico abria um sulco na árvore, mas não era muito mais profundo que o anterior, nem sequer chegando perto do centro da árvore.
Mais umas horas passavam, e o suor escorria pela cara de Inazuma, que continuava a tentar. Os sulcos tinham sido bastante mais profundos do que os outros, sendo que o ultimo quase trespassava a árvore toda, mas tinha ficado por aí.
Ele dirigia-se á última e quarta árvore, agarrando-se de novo ao braço direito, do qual a tira estava manchada de sangue, pois a ferida tinha aberto pelo esforço. Esta seria a sua última tentativa. Se não conseguisse, no dia seguinte voltaria a fazer o mesmo até todas as árvores daquele quadrado ficarem desfeitas. Ele concentrava outra vez o seu chakra nos braços, sendo difícil controlar o seu chakra, sendo que já tinha usado imenso. Quando finalmente conseguia, ele fazia os selos específicos do Ninjutsu, e gritando “Ikazuchi no Muchi”, ele fazia de novo o movimento descendente com a mão esquerda. Um crack era ouvindo por toda a floresta. O chicote tinha trespassado a árvore, finalmente. Inazuma estava radiante. Tinha conseguido controlar aquele Ninjutsu. Ele teria festejado por muito mais tempo, mas o cansaço tomava conta dele, atirando-o ao chão e adormecendo-o, sonhando pela primeira vez não com sonhos de dor e ódio, mas com sonhos de vitória.