Emi acabara de acordar, quando a mãe entra pelo quarto a dentro e diz:
- Miúda, vai levar o cão à rua.
- Não queres mais nada, pois não? Chegas aqui e é assim? Por favor.
- Não me desrespeites, desde que o teu …
- CALA-TE, não digas o que ias para dizer! Sabes bem que não posso ouvir isso!
A mãe dela, sai do quarto frustrada, e arrependida do que disse. As lágrimas começam a descer pela cara de Emi, ela começa a lembrar-se de quando o seu pai morreu, do que podia ter feito e não fez, e o mais importante, ela sentia-se culpada. Queria sem dúvida vingança.
Ela veste-se e vai para a cozinha, olha a mãe com raiva, e ainda a chorar, sai e bate de rompante com a porta da entrada de casa. Tudo lhe vem a cabeça, de certo a mãe tocou no seu ponto mais fraco, a morte do seu pai, o pior que podia ter acontecido. Corre para a floresta, o seu sítio preferido. Costuma-se sentar numa pedra, ao pé de uma pequena lagoa, onde o sol incidia uns pequenos raios, e se ouvia os passarinhos a chilrear e o som do vento a bater nas folhas das árvores, de certo que era um sítio magnífico. Sentou-se, e ficou a pensar, a olhar para tudo, até que surgiu um barulho, o barulho de uns paus a quebrarem, paus já secos, levantou-se e depressa se virou para trás, deparando-se com o seu cão Takeshi, estava cansado por vir a correr. Limpou as lágrimas e dirigiu-se com ele para o lago onde a água era límpida e brilhava, ele bebeu um pouco de água,ela agachou-se e ficou a mexer na agua , distraindo-se a olhar para os raios incidentes na água.
Ouviu outro barulho, do tipo rugidos assustadores, depressa sentiu um arrepio com se estivesse com frio, virando-se para trás, vê ao longe três linces e um rapaz em plena luta. Esse rapaz era, ruivo, e estava vestido de preto. O rapaz parecia precisar de ajuda, presumindo que três linces o fossem matar. Foi a correr para ao pé duma árvore onde o pudesse admirar, ele encontrava-se ferido no abdómen, mas ainda tinha muita força capaz de derrotar os três linces cada vez estavam mais perto do rapaz. Então o rapaz grita: “ Kawarimi No Jutsu!”. E depressa troca o seu corpo com uma pedra presente ao lado da árvore onde Emi, estava. Os linces ficam atordoados, sem saber onde se situa a sua vitima, ainda ficam mais raivosos, e saem a correr, pelo que viu pareciam um pouco parvos.
O rapaz volta a si e Emi, assusta-se , porque também não sabia dele muito menos sabia que ele estava ali a seu lado, então, o rapaz diz:, ainda com dores da luta passada:
- “Quem és e o que fazes aqui?”
Emi fica um bocado atrapalhada e diz:
-“ahhh… Chamo-me… Emi, e.. gosto de vir para aqui de vez em quando.. Já agora e tu?”
- “hmm, chamo-me Yasushi, aquilo era só um treino do meu pai e vivo aqui…”
-“ Aqui?! Mas..”
- “Desculpa tenho de ir”
- “ Esperaaaaaaa!”
Emi, pôde agora concluir a descrição física do rapaz, ele tinha os olhos verdes, um verde forte, lindo, tinha uns olhos redondos, com pestanas curtas, tinha um cabelo volumoso, e como já tinha sido referido, era ruivo e vestia-se de preto. Tinha um curioso andar. Ela tinha ficado ali, pensando quando o poderia voltar a ver, chamou o cão e foi para casa.
Era de manhã, Emi tinha acordado mais cedo e sem dizer nada a mãe tinha ido para a floresta, ela, concentrou toda o seu pensamento no rapaz, só o tinha visto uma vez, seria o suficiente para se sentir atraída? Bem, ela só queria saber mais sobre ele.
Chegou a floresta e foi a correr para o sítio onde tinha visto o Yasushi, o que era de esperar, ele estava lá, encostado a uma arvore. Ela foi-se aproximando lentamente, envergonhada e felicíssima, de certo modo ele quando a viu levantou-se e ficou especado a olhar para ela, o que lhe prendia a atenção? Seria a sua beleza? Emi, perguntou-lhe:
- “ Porque é que fugiste de mim, ontem?”
- “Eu não fugi, apenas tinha de me ir embora…”
- “ hmm, pareceu.. Tenho uma dúvida, porque é que moras, aqui?”
- “Não te posso dizer, talvez um dia”
Ela ficou admirada, mas ele tinha uma certa razão, porquê dizer coisas da sua vida a uma desconhecida? Ela pegou-lhe na mão e, ambos ficaram envergonhados, levou-o até ao lago, mostrou-lhe o seu sitio preferido, ninguém sabia da sua existência, ou melhor, ninguém sabia o quanto significava para ela. Ele, iniciou a brincadeira, atirando-a para o lago, ela gritou e quando já estava dentro do lago, começou-se a rir e ele também, ela pediu-lhe ajuda e ele estendeu-lhe a mão, e ela fazendo mais força puxou-o para dentro do lago e agora ambos estavam dentro do lago, riram-se um para o outro, qualquer coisa, a fez chegar perto dele, agora frente a frente, ela sabia que havia uma ligação, só o conhecia a apenas um dia, e já parecia que o conhecia à bastante, ele beijou-a. Ela, ficou envergonhada e saiu a correr, deixando-o ali. Seria o começo de uma história?