Merkank abriu os olhos meio ensonados. Olhou para o local onde se encontrava, pois era um local que ele desconhecia, mas passados segundos lembrou-se que era a tenda, onde adormecera. Levantou-se e saiu da tenda, viu seu pai sentado numa rocha, pegando num ramo de árvore. À sua beira havia uma fogueira acesa, sobre ela estava elevada uma grade que continha, uns peixes. Merkank caminhou até à fogueira e sentou-se ao seu pai, sentiu o calor que dela emanava. Sentou-se à beira de seu pai e comeu o almoço.
Depois de apagarem a fogueira, caminharam ao longo do vale, até encontrarem uma vasta floresta, parecia que era uma fronteira onde acabava o vale a começava uma floresta.
- Será aqui que iremos treinar os teus pontos fracos. Comecemos pela força. Vais fazer 40 flexões e 40 abdominais. – Disse Firaki, para seu filho.
- Mas isso é muito, pai. – Disse Merkank desagradado.
- Eu disse que tinhas de fazer, mas não disse que tinham de ser seguidas. – Disse Firaki, sorrindo para seu filho.
Merkank deitou-se no chão e executou 10 flexões, de seguida rebolou para o lado ficando de barriga para cima e executou 10 abdominais. Até aqui sem problema. Começou então a executar as flexões, depois de ter rebolado novamente para o lado. Executou outras 10, mas no final já estava um tanto cansado e nas últimas os braços tinham começado a tremer. Depois o jovem executou outros 10 abdominais, quando os terminou um grande dor na sua barriga lá marcava presença. Tornou a rebolar e executou 20 flexões, a partir da sétima os braços começaram a tremer freneticamente, mas continuou até as acabar, caindo no final para o lado pela imensa dor que sentia nos braços. Muito lentamente, rebolou e começou a fazer 20 abdominais. A partir do décimo começou a fazer mais lentamente, pois tinha uma dor insuportável na barriga, mas continuou até acabar. Deitou-se no chão com a respiração incontrolável e bastante agitada. Permaneceu lá durante algum tempo até depois se levantar e encarar seu pai.
- Acabei pai.
- És muito lento, cansas-te muito rapidamente, volto a dizer não tens força nenhuma. Agora quero que corras ao longo do vale, ir e vir até aqui, com pesos. Um nas costas e outros dois nas mãos. – Disse Firaki apontando para o vale. – Irás usar estes pesos, cada um de 3 kilos.
Disse Firaki, retirando 3 pesos da sua mochila. Levou-os até seu filho e deixou-os no chão.
- Arranja uma forma de conseguires pegar neles, sem caíres. – Disse Firaki.
Merkank pegou nos pesos e sentiu logo o seu peso. Pegou em dois deles com cada mão, mas deixou-os cair pois não consegui colocar o outro peso nas costas, até ter uma ideia. Como um dos pesos era mais comprido, Merkank colocou-o nas costas e passou os braços por cima dele, friccionando-o contra as costas. Depois pegou nos dois pesos restantes com as mãos. Passados segundos já estava ele a correr.
Era muito mais lento com os pesos e a cada passo doía-lhe o pescoço, do peso que estava a trás, tanto lhe bater quando se movimentava. Os braços começaram a tremer, quando estava a meio do percurso de ida, por isso abrandou o andamento. As suas pernas começavam a tremer e pareciam enterrar-se cada vez mais no solo, a cada passo. O peso dos objectos parecia estar a aumentar, Merkank estava a ficar desesperado. Olhou para a frente e viu o final do vale, que terminava com outra floresta. Começou a ficar um pouco alegre pois estava a acabar, mas depois um pensamento negativo o veio à cabeça.
“ Isso é só metade. “
Tentou afastar o pensamento pois parecia que com ele a dor aumentava. Passados segundos chegou ao final do vale. Deixou cair os pesos no chão e deitou-se à beira deles, fechando os olhos. Passados minutos levantou-se e pegou novamente nos pesos, sentindo o pisado nos ombros e a dor nos braços, começou então a sua dolorosa corrida.
Correu pelo vale com os seus passos ecoando nas rochas e nas montanhas. A meio do caminho já estava de rastos, quase com os pesos a cair para o chão. Ele não aguentava mais a insuportável dor, tinha de deixar cair, mas também não queria. Pumm. Merkank escorregara e largara os pesos, por consequente caiu em cima deles.
Deixou-se ficar imóvel no chão durante algum tempo, depois tentou levantar-se, mas já nem tinha força para mover as pernas e os braços. Por isso ficou entregue ao vale. Passados minutos adormeceu.