ora bem, eu sei que tenho estado inactivo mas como prometi que voltava aqui estou eu
A noite caía lentamente mostrando, pouco a pouco, as poucas fontes de luz do céu estrelado, enquanto o vulto encapuçado caminhava rumo ao seu destino pelo nevoeiro cerrado. os passos ressoavam no caminho de terra da floresta pouco densa, que formava os arredores de uma pequena mas bem bem desenvolvida aldeia. O vulto chegara ao fim do caminho de terra enfrentando uns majestosos portões de um metal negro entre colunas de mármore preto, que, no topo estavam esculpidos uns corvos em pedra que olhavam de forma sinistra qualquer pessoa no portão. O vulto arregaçou a manga e desapertou uma ligadura do pulso direito deixando visível uma tatuagem de um kanji, encostou o pulso ao portão que reluziu ligeiramente numa cor arroxeada. Ao ver a luz o vulto atravessou-o imediatamente sem o abrir, deslizou pelo metal que deixava um ligeiro rasto de fumo negro com a sua passagem voltando a tomar a forma e solidez original depois. O encapuçado seguiu pelo caminho de pedra até a majestosa mansão, mais que digna até para um senhor feudal, por entre jardins majestosos, por onde vagueavam das aves mais raras e exóticas que alguma vez tinha visto.
-Não é de admirar, ele sempre se tratou bem.- Dizia o vulto em pensamento esboçando um ligeiro sorriso de troça. Dirigiu-se a porta frontal, fracamente iluminada por um par de velas, onde estavam dois guardas armados, quando se aproximou dos mesmos estes desembainharam as suas katanas e ergueram-nas frente a porta formando uma cruz de aço reluzente e mortífero. O visitante baixava ligeiramente o capuz de modo a desocultar ligeiramente o rosto para um dos guardas, os seus olhos frios pousaram levemente no homem à sua frente, que logo tremeu de medo e fervoroso respeito. De facto, nunca um olhar lhe parecera tão assustadoramente terrível. As pupilas pequenas na íris azul cristalina fixavam-no, como se vissem até aos segredos mais íntimos da sua mente. Mas o que mais impressionava era a sua frieza. O gelo que repousava naqueles olhos fazia-os sentir desconfortáveis. Era abismal, era inumano. O guarda lançou um olhar aterrorizado ao seu parceiro que viu com ar confuso o seu colega ajoelhar-se e fazer uma vénia, sem saber o que se passava interpelou o visitante que lhe lançou o mesmo olhar. Aquele olhar, já o conhecia, não restavam quaisquer dúvidas sobre quem era o visitante e o porque da reacção do seu colega, o guarda acabou por imitar o parceiro sem relutância. O homem caminhou pela casa aterrorizantemente escura e vazia em direcção ao único som abafado que se ouvia, proveniente duma porta no topo da grandiosa escadaria de madeira escura deixando a palma da mão fluir pelo corrimão. Sim era perturbante a nostalgia criada pelas memórias em cada objecto daquela casa cada recanto parecia ter a sua marca. A porta estava semi-aberta e dela emanava uma luz calorosa e acolhedora e um cheiro, um cheiro a carne, bem familiar ao olfacto do visitante. Entrou na sala deparando-se com uma mesa oval rodeada por dez cadeiras e uma poltrona situada numa ponta da mesa junto a uma lareira, estando duas dessas cadeiras desocupadas, O visitante dirigiu-se para a cadeira livre situada á direita da poltrona, quando se sentou reparou numa massa imóvel, pendurada, rodando devagar sobre a corda. Ninguem parecia prestar atenção ao cadáver estando todos concentrados na poltrona, ou em quem estava nessa mesma poltrona. No entanto o cadáver parecia não ser indiferente a um membro, que parecia ganhar um ódio incandescente pelo que se estava a passar, era possível ouvir o ranger dos seus dentes na mesa toda mas ninguém parecia dar-lhe importância. O homem da poltrona inclinou-se ligeiramente para a frente deixando visíveis as feições do seu rosto, o cabelo grisalho e os óculos assim como a sua roupa requintada, pousou os cotovelos em cima da mesa e fechou as mãos pousando o queixo por cima.
-Agora que o último membro chegou, finalmente poderemos começar.- disse ele olhando o recém-chegado que tirava o capuz deixando os seus cabelos cinzentos reluzirem com a luz proveniente da lareira.- Demoraste muito a chegar já estávamos á tua espera há duas horas e sabes bem o quanto odeio esperar.- disse ele olhando o seu vizinho como quem o desprezasse como o maior inútil do mundo.
-Peço desculpa, mas tente perceber que não foi fácil sair com a guerra a acontecer.- Dizia ele tendo de se rebaixar.
-Não interessa, passemos a assuntos sérios, vamos confirmar as presenças.- dito isto todos os membros esticaram os braços por cima da mesa deixando visíveis os kanjis nos pulsos, o homem de cabelo cinzento realizou um selo e todos os kanjis reluziram numa luz roxa.- nenhum intruso, podemos finalmente começar. O mot...- O homem da poltrona fora interrompido por uma velha senhora que tirava umas passas do seu cachimbo á sua esquerda e para a qual lançou um ar de raiva pela sua insolência, a mulher tremia sem saber se devia na mesma prosseguir depois de tão frio olhar, passados alguns segundos de silêncio, engoliu em seco e decidiu prosseguir.
-Não estamos todos sr. Long, falta a Sonara.- disse ela apontando o dedo á cadeira vazia. Sem obter resposta, a velhota decidiu reduzir-se á sua insignificância obtendo um “tsc” de troça do seu colega do lado.
-Parece que posso prosseguir e não tolerarei mais interrupções. Os negócios Yugo Long sempre foram bem sucedidas, porque atrás da poderosa fachada de negócios, pago a vós, shinobis renegados, um balúrdio para impor respeito a quem não quiser aceitar as generosas ofertas que nós temos para fazer...- todos na mesa deram uma ligeira risada devido á ironia.- isto funciona duma maneira simples, nós fazemos as propostas, se a outra companhia aceitar, tudo bem, se por outro lado não aceitar, digamos que vocês os vão obrigar a aceitar. E o que acontece quando voçês não estão satisfeitos e têm a infeliz ideia de me apunhalarem pelas costas?! Bem... se quiserem saber a resposta basta olharem para cima.- Os presentes na mesa todos olharam para o cadáver enforcado, O cadáver estava já provavelmente em fase de descompostura, um grande golpe no pescoço e as marcas evidentes duma batalha estavam presentes em toda a parte do cadáver semi-nu duma mulher, familiar aos olhos de todos os presentes na sala.- Pois é. A Sonara ousou desrespeitar a empresa e pagou o preço.- disse ele deitando um olhar malicioso á mulher que o tinha interrompido. Todos os presentes pareciam aterrorizados, era incrível o medo que aquele homem conseguia impor em ninjas de tão elevado nível.- Aqui fica o aviso a todos vós. E tu Garu que notícias trazes de kumo?- disse ele dirigindo-se ao shinobi de cabelo cinzento e olhos azuis com a bandana de kumo na testa.
-Notícias? As Melhores. O rapaz, Yushiko por quem procurais, é agora shinobi em Kumogakure e meu aluno.- disse ele satisfeito com a notícia que parecia ter posto um sorriso na face de Yugo Long.
-Isso são de facto óptimas notícias.- disse ele coçando o queixo em pensamento.- E ele já revelou , o poder que quero?
-Não, ele tem vindo a ficar mais forte de dia para dia, a sua intenção de vingança tem sido o principal motivo que o move.- Explicou Garu falando do seu aluno como se tratasse dum objetcto raro.
-Esse rapaz, será uma das nossas maiores forças, com o poder dele tornar-se-a impossível alguém recusar as nossas ofertas e com o poder militar que temos vindo a acumular finalmente poderemos realizar o principal objectivo que tenho para esta organização. Confio em ti para o fortaleceres e para que quando revelar o tal poder o tragas a mim. Tens feito um bom trabalho infiltrado em Kumo e confio em ti para que nunca me desiludas.- Yugo Long dizia aquelas palavras com um ar extremamente calculista e com um sorriso, um sorriso de quem finalmente via os seus planos a concretizarem-se.
-Eu não falharei, pai!
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