Com este filler começo minha segunda temporada, também com seis capítulos.
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As cortinas do quarto 102 se abriam. O paciente Maxxuel Mogul lentamente abria a janela do terceiro andar, numa tentativa desesperada de escapar. Da janela saltou para uma árvore próxima, na qual com cautela começou a descer. Mal pisou no chão, o encontraram.
- Moço, o que você está fazendo? - perguntou uma menina de menos de oito anos.
- Shhh! Fica quieta! - ordenou.
- Não fico não! MAAANHÊÊÊ TEM UM CARA FUGINDO DO HOSPITAL!
O garoto loiro com belos olhos azuis suspirou, e começou a correr em direção à saída do hospital. Claro que em um pátio cheio de gente, ele não conseguiria facilmente se camuflar, ainda mais com as vestes verde-claras do hospital.
Mas para sua infelicidade, um shinobi que por alí passava conseguiu segurá-lo pelos braços, e imobilizou-o.
- Pode deixar que eu o levo de volta para o quarto. - disse o ninja para a equipe médica que ficava alarmada com a situação.
Ele se levantou, e cambaleante, voltou à construção principal do prédio. Eles subiram uma escadaria, e voltaram ao quarto 102. O ninja trancou a porta por dentro, e fez um selo de mão, cobrindo todo o seu corpo com uma nuvem de fumo. E ela revelou ser uma garota, de belos cabelos negros e olhos alaranjados.
- ... - ela começou a falar, mas apenas mexia a boca, sem emitir nenhum som.
O garoto olhava para a garota, pasmo, mas logo um barulho os assustou. Maxxuel olhou para trás, e viu uma silhueta na janela. Ela lentamente se abriu, revelando um rapaz de cabelos castanhos envolto por um manto verde-avermelhado.
- Maxxuel Mogul? - perguntou o rapaz.
- S-sim. - respondeu o garoto, meio assustado - Quem é você?
- Ah, qual é primo, como não se lembra do seu mano Yanx?
- Primo?
Eles fizeram um aperto de mão, seguido de um abraço, que fizeram a garota soltar um risinho de felicidade.
- Nossa, faz quanto tempo? - perguntou Max.
- Desde que essa guerra estranha começou.
- Sério?
- Mas enfim, você cresceu desde a última vez que te vi.
- Tá me chamando de baixinho?
Yanx abriu uma mochila que carregava por debaixo de seu manto, e de lá jogou uma sacola de roupas em cima da cama.
- Troque-se. Você vai sair deste hospital.
- Bem, eu trocaria... mas e ela? - disse, enquanto apontava para Minazuki. Suas faces ficaram vermelhas como um pimentão.
- Ah, isso.
A garota fez um selo de mão, e se cobriu em uma nuvem de fumo. A bela garota havia se transformado em uma verde e nojenta arraia voadora, que agora encarava os jovens.
- MAS QUE DIABOS É ISSO? - gritou Max.
- Hã, você ainda não liberou a sua?
- Yanx, ele ainda não consegue ouvir o que eu tenho a dizer. - sussurrou Minazuki, mas apenas Yanx ouviu-a.
- Ah, entendi. Então apresse-se, tenho muito a te contar sobre nosso clã.
Yanx sentou-se em uma das camas do hospital, e retirou de sua mochila um manto parecido com o seu, mas ao invés de verdes, suas bordas eram brancas. Max se despia sem se importar com a presença do primo, e logo se vestia com uma camisa preta e calças verdes.
Um paciente da cama ao lado começou a acordar. Ele babulciou algumas palavras sobre indecência e se virou para o outro lado para dormir, mas ao ver Minazuki em sua forma original, desmaiou novamente.
Max terminava de colocar sua bandana verde com o símbolo de Iwagakure, quando Yanx terminou de escrever na manta. Posicionou-a no piso do quarto, e ajoelhou-se em frente a ela. O primo se aproximava da estranha peça de roupa, para ver o que era aquilo. E logo percebeu do que se tratava.
- Um pacto de sangue?
- Sim.
- E como ele irá me ajudar?
- Apenas faça-o.
- Tenho que usar meu sangue?
- Sim.
- E escrever meu nome?
- Sim.
- Posso cortar com o quê?
- Sim.
- Está me ouvindo?
- Sim.
Ele percebeu que não iria adiantar discutir, portanto mordeu o próprio dedo, e usando o sangue que saía dele, escreveu em letras japonesas seu nome.
Quando colocou a última gota de sangue, o líquido se espalhou pela manta, atingindo as bordas, que ganharam a mesma tonalidade rubra.
- Meus parabéns, você acabou de ser considerado um verdadeiro Mogul. - disse, entregando a ele a manta verde com bordas rubras.