Texto do Kiba:
Ali estávamos nós, para agrado daquela classe social, que mais parecia uma sociedade secreta do que outra coisa. Estava numa espécie de balneários que tinham preparado para os concorrentes, olhava à minha volta e via vários ninjas, mais ou menos da minha idade, uns nervosos e outros confiantes. Eu estava assustado, apenas. Um rapaz passou por mim e deu-me um encontrão... inconscientemente fixei os nos dele, verdes que faziam realçar a cor negra dos seus cabelos.
- Os próximos, rápido - disse um homem, um espécie de guarda, que apontou para mim e para aquele rapaz. Entreolhamo-nos e avançamos em direcção a uma porta típica de cela que dava acesso à arena, onde estava o "guarda" - matem-se lá - disse com um sorriso cínico. Eu não liguei, e avancei para aquela terra batida.
Estava um ambiente tenso, pesado naquela arena. Éramos apenas dois Gennins que sabiam o seu destino: lutar até à morte. Eu não queria nada daquilo... e talvez preferisse morrer a matar alguém que nunca fez mal ao mundo.
- Muito bem - disse o guarda de à pouco. Já estávamos os dois no meio da arena, a analisar o terreno, os nossos olhos miravam todos os recantos daquele pequeno recinto. Aquela nobreza, rica e pobre ao mesmo tempo, olhava para as nossas costas e espalhava notas nas mãos de fiadores de apostas. Que tristes, pensei - esfolem-se - disse o guarda retirando-se. O rapaz olhou para mim e colocou-se em posição de combate, partindo para mim rapidamente... porém, quando reparou, já eu não estava lá. Curiosamente, no mesmo momento em que reparou nisso, reparou num bando de corvos que estava poisado em cima de uma árvore mórbida, seca e sem vida que se encontrava num canto da arena.
- Não quero morrer... - sussurrei-lhe, no momento em que apareci por trás dele. Ele arregalou os olhos e deu um grande salta na direcção oposta à minha. Meteu a mão ao bolso e lançou uns quantos shurikens na minha direcção. Desviei-me com pequenos e subtis pulos, e fiquei livre dos projecteis... porém, o meu Doujutsu activou-se desesperadamente e avisou-me para que me desviasse. Assim o fiz, infelizmente não a tempo de ser atingido no braço com as shurikens de há pouco.
- Não penses que vai ser assim tão fácil... - disse o rapaz. Fitei-o com os olhos vermelhos e saquei do meu leque.
- Nem tu penses que isto não vai ser difícil - sorri, mas a cara dele surpreendeu-me. Olhou para baixo e depois para mim, como se me quisesse matar. Pegou na sua foice e começou a correr para mim... segurei a arma laminada do rapaz com uma kunai de três pontas que coloquei entre esta e a minha face. Recuei e ele fitou-me, paralisando-me instantaneamente. Apesar de toda aquela raiva, o meu Doujutsu conseguiu espelhar o jutsu para o rapaz - Diz-me... como te chamas? - inquiri. Mais uma vez, ele fitou-me como se lhe tivesse feito a pior coisa do mundo, o que não era de certo verdade.
- Yushiko... mas não sei o que é que tens a ver com isso - disse trincando o lábio, e executando um Shunshin para a minha frente. Tentou-me acertar com a foice mas nada mais foi que uma tentativa falhada... estes olhos não deixariam que coisa tão lenta me tocasse. Rapidamente dei-lhe um pontapé e afastei-me. Fiz uns quantos selos e enchi o campo com cinzas... estava à espera de um simples movimento do rapaz dentro daquela escuridão - Fuuton -Toppa - ouvi, seguido de uma grande quantidade de vento que fez dispersar as minhas queridas cinzas.
- Não gostei - disse fitando-o com o Sharingan. De repente, aos olhos de Yushiko, fortes raízes começaram a brotar da terra começando a agarrar-se aos seus tornozelos. Num ápice viu-se submerso numa densa árvore - sabes - ouviu-se - eu realmente não te quero mal nenhum... - o rapaz já se tinha apercebido que estava numa ilusão, agora faltava apenas voltar à realidade. Com um suave Kai, assim o fez e mal me viu, lançou-me com vários projecteis de ar. Desviei-me agilmente e consegui manter equilíbrio suficiente para me colocar rapidamente atrás dele.
- Não me apanhas - disse tentando dar-me uma cotovelada. Desviei-me graças aos meus olhos e dei-lhe um soco nas costas.
- Nem tu - concentrei chakra nas mãos e uma aura azul formou-se à volta delas - acabou - disse agarrando-lhe a nuca. Sentia o chakra do rapaz a entrar pelo meu corpo adentro enquanto este caía de joelhos no chão - "não o posso matar..." - fiz uns selos e umas quantas penas brancas, insignificantes para os nossos espectadores, apareceram à volta do rapaz, deixando-o num sono profundo.
- Bem, parece que temos vencedor... - disse o guarda, com tal frieza que me arrepiei - podes voltar para onde pertences - acatei as ordens do pseudoguarda e entrei outra vez naquilo que parecia uma cela de gladiadores. Dois homens vieram buscar Yushiko, e tudo o que eu podia esperar agora é que o rapaz se conseguisse safar.