Suávamos como uns porcos, Dan Dan foi ter com Yasuo para mais um dos seus encontros estranhos e românticos. Eu fiquei com Oichi, não era a rapariga com a qual eu queria estar agora, mas era minha amiga portanto também podia fazer-lhe companhia. Oichi levou-me até ao pequeno restaurante, sempre de mãos dadas. Ela puxa-me para uma mesa e lá nos instalamos. Ela é a primeira a pegar na ementa e dá uma olhadela completa ao pequeno livro memorizando quase todos os pratos e bebidas.
-Já sei o que vou escolher “Tsu” – ela parecia-me muito feliz, passa-me a ementa com um sorriso e depois encosta-se à cadeira mostrando-me a sua infinita beleza. Coro um pouco a tanto deslumbre mas foco-me na minha meta: escolher algo para comer.
-Também já escolhi! – Atiro a ementa para o centro da mesa e respondo-lhe com um sorriso, apesar de ser muito inferior ao dela, sempre é um sorriso!
O empregado foi à nossa mesa, segurava um lenço branco no braço e na mão um tabuleiro com um papel por cima.
-O que desejais?
Fizemos os nossos pedidos, o empregado despede-se temporariamente com uma vénia e afasta-se de nós velozmente, dirige-se para a cozinha onde grita o pedido. Ficámos calados, então sempre tentei por um pouco de conversa:
-Oichi tens algum plano romântico para nós? – Perguntei segurando a minha cabeça no palmo da minha mão direita lançando-lhe um sorriso irónico.
Esta ri-se um pouco e começa a mexer no cabelo elegantemente.
-Meu querido sonsinho, claro que tenho… – a resposta dela era inesperada, não contava mesmo com aquele tipo de resposta! Mas já imaginava: um filme romântico, um passeio pelo parque de mãos dadas ou então um lanche à luz das velas.
-… Vamos à biblioteca! – e foi com a continuação da frase que a minha imaginação murchou. O que havia de romântico numa ida à biblioteca? Respirar o pó ou então atirar os livros uns aos outros. Lanço-lhe um olhar surpreso e ela ri-se mais uma vez.
-Estou a brincar, tenho que ir à biblioteca se quiseres podes fazer-me companhia.
-Claro, também não tenho muita coisa para fazer certo? – Era verdade, se fosse para minha casa era mais que sabido que a minha mãe ia obrigar-me a arrumar o quarto, lavar a loiça e eu não estava com apetite para isso.
-Obrigado, és um anjo! – Sorri-lhe após o elogio e ela sorri-me também, até estávamos a passar um bom momento, se tivéssemos com a Dan Dan ela diria: “Tsutao é um anjo, já tu és um diabo!” e este momento dava para o torto e eu aturava mais uma briga delas.
O empregado chegou com os nossos pedidos, comemos instantaneamente enquanto melhorávamos o fluxo da nossa conversa a cada garfada que metíamos à boca. Acabamos de comer, cavalheiro como sou dirige-me ao balcão e paguei a conta. Depois saio do restaurante e vou ter com a Oichi.
-Vamos?
-Aonde Oichi?
-À biblioteca tontinho – já me tinha esquecido que ia a esse sítio infernal. Bem era mau da minha parte não ir portanto lá acompanhei a rapariga.
Ela agarrou o meu braço com o braço dela e ficamos juntinhos, parecíamos casados enquanto andávamos pelas ruas de Konoha, estranhamente ninguém olhava, era só mais um “casalinho de namorados” a passar.
-Yasuo e Dan Dan já passaram por aqui – pensei enquanto olhava para os lados.
A biblioteca ainda era longe, olho para Oichi ainda agarrada a mim, ela está extremamente feliz e eu não sabia o porque.
-Que se passa Oichi? Estás muito contente e estás a apertar-me tanto.
-Não é nada. O treino correu-me bem e gosto muito de estar contigo, mas tens vergonha é? – ela aperta-me mais para o seu corpo, eu estava a sufocar, estava calor e ainda andava agarrado a uma rapariga.
Continuamos então à biblioteca, mas o pior estava por acontecer, mais à frente vejo Yasuo e Dan Dan a caminhar na nossa direcção e nós na direcção deles. De longe vejo Dan Dan a agarrar-se ao braço de Yasuo, tal como Oichi estava a fazer comigo. Não queria fazê-los pensar que estava a namorar com a Oichi então viro-me para o lado bruscamente, Oichi vê-se obrigada a soltar-me e vira-se para o lado. Eu continuo a ir para lado e finjo estar a olhar para umas coisas sem importância numa banca.
-Tsutao! Que estás a fazer maninho? – Esta voz não em era estranha, olho para o lado e vejo o meu indesejado irmão a pousar o seu braço nos meus ombros e a sorrir maleficamente para mim. Ao seu lado estava Dan Dan agarrada a ele e a olhar incrédula para mim.
-Tsutao, não sabia que gostavas disso!
-Do quê? – Yasuo aponta para uma direcção, eu olho nessa mesma direcção e vejo uma pequena banca de revistas pornográficas mesmo à minha frente, devem de ter pensado que eu estava a olhar para elas.
-Ahah, não te chegam as que tens em casa irmão? – Yasuo aproveitara-se do momento para fazer troça mas Dan Dan belisca-lhe o braço.
-Como assim em casa? Também vês disso Yasuo Uchiha? – A sua postura incrédula passara para uma desconfiada e um pouco irritada, Yasuo afasta-se e coça na bochecha um pouco intimidado.
-N-não é nada disso!
-Então? – Dan Dan aproximava-se dele, cada vez mais irritada.
-B-bem… Ah! Tenho que ir ter com… Adeus! – Yasuo fugira do assunto, começara a correr como um louco pelas ruas e Dan Dan persegue-o para saber a verdade.
Oichi aproxima-se de mim e também me belisca o braço.
-Tu vês disso? Tsutao, Tsutao… - Bato com a palma da minha mão na testa, de longe via a biblioteca, agarro na mão de Oichi e puxo-a a correr até ao grande edifício – Não mudes de assunto!
-Depois falamos sobre isso Oichi – pensava numa desculpa na biblioteca, a rapariga aceita e deixa-se ser puxada até ao edifício.
O edifício era mesmo enorme, entramos e viam-se prateleiras largas que se estendiam metros e metros. Oichi corre na direcção duma das prateleiras e imediatamente pega num livro que esfolheia loucamente. Eu caminho pela biblioteca, olhava para todo o lado à procura de algo para fazer, até que reparo num livro que me desperta a curiosidade. Retiro o livro da prateleira cheia de bolor e deixo-o cair por cima da mesa que faz um pequeno estrondo.
-Ssssshhhhhhhhh! – A dona da biblioteca activa de imediato o sistema anti-barulho, aceno com a cabeça e sento-me à frente do livro.
A capa era velha e cheia de pó, tinha o símbolo do clã Uchiha no centro da capa e então decido investigar o livro. Abro cuidadosamente, não se vá ele estragar-se e observo uma coisa que me interessa bastante. Levanto-me num ápice e escondo o livro entre o braço e saio da biblioteca a correr, ia deixar Oichi sozinha, mas ela estava entretida com o livro nem dera conta da minha repentina saída. Corri pelas ruas até encontrar a pessoa que queria encontrar.
-Daisaka-sensei! Aqui! – Grito de longe para o sensei que estava a caminhar na minha direcção desapercebido disso.
-Diga Tsutao.
-Quero aprender mais sobre isto – esfolheio o livro até a página pretendida e mostro ao sensei, ele dá uma vista de olhos, depois pega no livro e fecha-o.
-Vai ter ao campo de treino três, vou te levar uma surpresa relacionada com isto.
Eu sorri-o e Daisaka desaparece num Sunshin, corro e entro no campo de treino à espera do meu estimado sensei com a sua surpresa.