Fukkatsu Kamui
Filler 33 – A Minha História
Instalei-me em Takigakure à uns meses. A minha vida avança de uma forma rápida mas nada rotineira. Com o rebentar da guerra já fui chamado uma vez para ajudar o meu país. Com o tempo adicionaram-me a um esquadrão da vila, juntando-me numa equipa. Três grandes amigos, com três grandes problemas.
Hakaru Minamoto, o escolhido, menino prodígio do seu clã, mas também um grande companheiro, excelente pessoa que conheci. Akaumi no Sori, a rapariga com um irmão malvado, encontrada em criança num lago vermelho de sangue, sangue este pertencente à sua família que o irmão assassinara sem razão aparente. Por último havia o meu novo sensei, Kumahada Ketsu, os seus pais haviam tentado matar toda a Taki num teste que Orochimaru lhes tinha imposto para se juntarem a si, mas antes disso eles morriam às mãos de Kogama Shoruga o líder da vila e agora o meu líder.
Com todas estas histórias tristes ainda me pergunto o porquê de ser eu o personagem principal desta história, não sou o prodígio do clã, os meus irmãos não mataram o meu clã, nem os meus pais são vilões. Até sou uma pessoa doente, o Akagan que descobri à pouco tempo enfraquece-me bastante. O que de especial tenho eu? Nada simplesmente, será por não ter nada de especial que sou diferente, e com diferente quero dizer especial? Vou continuar a viver para saber o que me espera da vida…
Que lindos parágrafos foram estes, certamente, tiveram um sentido profundo e conseguiram descrever alguns dos clichés mais bonitos destas histórias. Acontece que a parte da minha equipa, é na verdade mentira. Desde que cheguei a Takigakure que faço missões sem equipa ou com outros ninjas aleatórios. Começo a sentir uma solidão imensa, não gosto de ser só, nem gosto de não ter ninguém que possa fazer rir. Sim, porque eu sou uma pessoa bem disposta, muito mesmo. No dia que acordar triste, matem-me.
Certo dia levantei-me com vontade de conviver, as pessoas precisam disso. Eu sou uma pessoa. Saí do meu quarto depois de vestir primeiramente a minha t-shirt verde com um capuz também ele verde. De vesti as minhas calças negras e calcei-me logo aí depois de colocar umas meias confurtáveis. Para finalizar vesti o meu casaco negro, deixando-o aberto para a t-shirt verde e o seu capuz. Mas o toque final vinha com um cachecol triplo cor-de-laranja que eu tinha na cadeira.
Caminhei em direcção ao escritório do Líder da vila, o senhor Kogama Shoruga. Lá estava ele sentado e atarefado, com um par de óculos a escorregar-lhe pela cana do nariz.
- Se não é o senhor Fukkatsu Kamui. - Disse o homem sendo um escárnio brincalhão.
- Bom dia. - Disse-lhe eu. - Vou ser o mais directo possivel.
- Faça favor sua eminência.
- Preciso de uma equipa, um sensei, um colega, e uma colega, como as equipas normais. Sinto-me um pouco sozinho.
- Entendo-te Kamui, sempre tive uma equipa no meu tempo de jovem. Infelizmente morreram os três na guerra apenas sobrei eu...
- Pois, sinto muito... Mas a situação é diferente. - Tentei eu manifestar-me sem magoar os sentimentos do homem.
- Eu sei que é, mas deixa-me continuar. Quando perdi os meus amigos, sentia-me sozinho, sabes o que fiz? Viagei por todo o mundo em busca de mim próprio, e foi aí que conheci Shibuki, o ex-lider de Taki.
- Está-me a sugerir que faça uma viagem? - Questionei, curioso.
- Sim, mas não passa de um concelho. Tu fases o que quiseres.
- Vou ter isso em consideração.
- Não te preocupes que eu vou tentar procurar alguém há mesma.
Deixei a sala de mãos a abanar, sozinho, e sem uma equipa. Porque raios era assim tão complicado? E o conselho do Líder? Farto de viajar pelo mundo estou eu, não ia adiantar de nada.
Portanto decidi procurar um emprego. Tenho apenas 14 anos, mas certamente me arranjam emprego nalgum sitio. Corri toda a vila e todo o tipo de estabelecimentos, na maioria não tinha a experiencia que era preciso noutros o problema era a idade. Finalmente visitei um último sítio, e aí meus amigos, a minha vida ia mudar para sempre. Lembram-se da parte em que barafustei sobre ser eu a personagem principal desta trama? É neste sítio que tudo vai ter um inicio.
– Porque nunca disses-te nada?! - Bofeteou-me.