Finalmente saio do campo de milho e a primeira coisa que oiço é água a escorrer, dou um passo em falso e escorrego numa costa íngreme, mas ao último segundo consigo agarrar-me à superfície com ambas as mãos. Debaixo de mim estava uma enorme cascata que descia para um fundo de uma enorme falésia. Com muito esforço e força nos braços consigo erguer-me à superfície e sentar-me no chão a descansar.
-Era para ser um roubo fácil… não sei como deu nisto… - suspiro cansado deste roubo.
-Tsu-kun? – Pergunta Dan Dan ouvindo a minha voz, sai de uns arbustos e corre na minha direcção abraçando-me pelas costas – Estava a ficar preocupada!
-T-tem calma… Dan Dan-chan! – Sentia os seios da garota a apertarem-se nas minhas costas, e que bela sensação que era, para além demais ela estava de
yukata, dava para sentir melhor.
Ouve-se mais barulhos nos arbustos, nós os dois levantámo-nos de relance à espera de um ataque. Mas dos arbustos sai Yasuo e Oichi em passo lento na nossa direcção.
-Eu não estou a gostar desta noite… - comenta o meu irmão mostrando uma cara totalmente irritada.
-Yasuo-kun! – Grita Dan Dan saltando para os braços do namorado que a recebe bem.
-Eu digo o mesmo… não sei como fui parar a um vulcão! – Explica Oichi mexendo no seu belo cabelo.
-Nani? – Pergunto a olhar para ela – Um vulcão nestas bandas?
-Eu estive numa praia! – Esclarece Dan Dan aproveitando a onda de dizer onde todos estivemos enquanto acaricia o meu irmão que sorri como tudo.
Todos ficamos pensativos, eu estive perto de uma cascata, Oichi esteve perto de um vulcão e a Dan Dan esteve numa praia. Isto tudo assim tão perto parecia claramente impossível, a não ser que estivéssemos num parque de diversões qualquer. E aí tenho uma ideia, concentro os finais do meu chakra na cabeça e faço um selo.
-Kai! – Grito, tudo à nossa volta começa a vibrar e a desaparecer lentamente até cairmos na realidade. Estivemos este tempo todo na floresta, nunca existiu campo de milho, nem cascata, nem praia ou vulcão – Não acredito… outro Genjutsu!
Todos ficam estupefactos a olhar à sua volta apercebendo-se que todos tínhamos sido enganados. Ouvimos então um som de umas rodas a rasparem na terra, corremos na direcção desse som quando vemos um rapaz com a carruagem à sua beira. Eu reconheci-o logo, era aquele meu adversário que adorava o elemento Doton.
-Ei tu! – Grito aproximando-me dele acompanhado pelos meus colegas.
Ele olha na nossa direcção e vê-se em desvantagem, apressa-se a tentar roubar todo o ouro que conseguia. Mas surge Dan Dan mesmo à sua beira, acerta-lhe com uma rasteira elevando o corpo do inimigo para cima, depois dá-lhe um sequência de chutes e socos fazendo o pobre rapaz estatelar no chão inanimado.
-Então isto é o Taijutsu dela… - afirmo um pouco assustado com o poder da bela rapariga.
Depressa a acompanhamos e ficamos a observar o corpo do inimigo. Era loiro e usava uma bandana com o símbolo de Iwa lá gravado mas riscada. Usava umas roupas um pouco estranhas e estava coberto por lama dos pés aos joelhos.
-Eu lutei com este rapazinho ao bocado, foi tão fácil que eu quase choro de desilusão! – Comenta a rapariga toda orgulhosa beijando Yasuo.
Eu e Oichi sentimo-nos a mais naquele momento e ambos fazemos uma revisão ao corpo do jovem ninja. Depois de remexer por quase todos os lados não encontrámos nada de útil a não ser uma revista pornográfica, a qual, secretamente, guardo num dos meus bolsos para mais tarde.
-Bem este pequeno idiota não tem nada que se aproveite! – Grita Oichi partindo para as traseiras da carruagem – Quero o ouro!
-Hai, hai… vive a vida com calma Oichi-chan… - afirmo acompanhando a garota.
Mas a carruagem não estava propriamente segura e acaba por deslizar um pouco quando Oichi lhe toca. No que não reparámos é que esta estava perto de uma descida bastante íngreme na qual rapidamente começa a descer. Todos olhámos incrédulos enquanto vemos o nosso tesouro prestes a destruir-se. Mas eu não queria que tal coisa acontecesse, corro o máximo que posso pela descida abaixo até finalmente conseguir apanhar a carruagem, corro um pouco para a frente e coloco-me à frente dela. Vejo-a a descer rapidamente e coloco os braços à minha frente, a carruagem bate contra a força dos meus braços e pára por uns tempos. Uso toda a minha força para impedir o avanço da carruagem, mas esta conseguia arrastar-me lentamente pela descida. Continuo a pressionar mas cada vez era mais arrastado pela carruagem e decido então encostar-me e parar o avanço com a força das minhas pernas. Mas mesmo assim ela conseguia arrastar-me, decidida a não entregar o ouro a ninguém. Mas então surge Yasuo que me ajuda a parar a carruagem combinando a sua força com a minha.
-A quereres ser herói sozinho maninho? – Pergunta suavizando a pressão.
-Obrigado… devo-te uma! – Agradeço cedendo um pouco na minha força.
Deixamo-nos ser arrastados pela carruagem até finalmente chegarmos a uma recta. As raparigas depressa acompanham-nos, Oichi trazia o corpo do nosso inimigo ao ombro e larga-o à minha frente.
-Que fazemos com ele? – Pergunta à espera de uma ordem minha.
-Não se preocupem com ele, retirem o máximo de ryous que conseguirem e o máximo de comida para os sacos que trazem convosco… - ordeno arrastando o corpo dele para perto de uma árvore.
Os três pegam em sacos que tinham nos bolsos e entram na parte traseira da carruagem onde começam a pegar em tudo o que conseguiam. Pego em fio e prendo o corpo do inimigo a uma árvore afastando-me depois dele.
-Assim está melhor…
Depois oiço risadas de dentro da carruagem, de certeza que eles estavam a brincar. Caminho para espreitar para dentro e vejo que a carruagem estava limpinha e eles estavam prontos para partir.
-Um assalto é muito emocionante! – Comenta Dan Dan agarrada ao meu irmão enquanto segurava um saco.
-Hai, era capaz de habituar-me a esta vida! – Afirma Yasuo segurando a sua namorada pelo braço.
-Ihih, mais dinheiro, mais roupas! – Oichi salta da carruagem para fora feliz pelo assalto bem sucedido.
Todos nos afastamos da carruagem felizes por termos dinheiro para comida por mais um longo tempo. Mas eu ainda faço uma brincadeira, concentro chakra nos meus pulmões e faço uns selos, depois expelo uma pequena bola de fogo que põe a carruagem a arder (Katon: Endan) para assim não haver provas da nossa presença.
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FIM