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A confusão que reinava era aterradora. Homem e mulher discutiam, e o rapaz que supostamente Ken tinha de matar, olhava o pai de alto a baixo, com ferocidade estampada na face e o olhar vermelho…
Ouvindo a porta a bater, as três figuras olharam para os recém-chegados. Num súbito movimento, o pai pegou num pequeno punhal e tentou acertar com ele na têmpora do pequeno rapaz. Numa velocidade aterradora, Ken agarrou a mão do homem e torceu-a até a partir, num agonizante ruído seco. O homem atirou-se para uma pequena cama, ali perto a choramingar e a gritar de dor.
-- Nós estamos aqui para matar o seu filho! – disse Nikka, subitamente. Mostrou o pergaminho à mãe do rapaz, que depressa ficou com uma tez pálida.
-- Vocês não po… - começou a mãe do rapaz, assustada e a chorar.
-- Podemos e devemos – afirmou Nikka com um sorriso sarcástico.
Ken dirigiu-se ao rapaz e pegou numa kunai, decidido a espetar-lhe no pescoço. Levantou a kunai alto e baixou-a rapidamente. Um som suave fez-se ouvir quando a kunai atingiu carne. Ken, que tinha fechado os olhos, abriu-os rapidamente para ver uma imagem aterradora. A mãe do rapaz, tinha-se posto à frente e levado com a kunai em cheio no peito. A mulher ostentava uma expressão de dor, misturada com medo. Caiu para o lado, tal como uma tábua. Ken, esforçando-se por não vomitar, saiu do quarto a correr. Nikka, preocupada foi atrás dele. Saíram porta fora e um Sol forte bateu-lhes em cheio na cara. Piscando os olhos rapidamente, para se habituarem à luz, começaram a caminhar lentamente.
-- Não quero saber disto para nada, vou sair da Shimatsuri, dass! – praguejava Ken
-- Simplesmente não podes – começou Nikka, com uma expressão firme – Todos os que saíram da Shimatsuri eram logo apanhados e mortos sem cerimonia. Eram Ex-Nukenins, portanto nenhuma vila os deixava entrar. Houve apenas um shinobi que sobreviveu à caça e continua a monte. E eu sei onde está.
-- Leva-me até ele! Onde está ? – perguntou Ken, avidamente.
-- Takigakure – disse apenas Nikka. E depois estacou. Olharam rapidamente para trás e viram que estavam a ser seguidos.
-- Mas que… ? – começou Nikka.
Era o rapaz que deviam ter morto. Apresentava uma expressão assustada e faminta. Aproximou-se cautelosamente e Nikka deu-lhe um pedaço de pão, o qual o rapaz devorou rapidamente. Depois, o rapaz olhou para Ken e o seu olhar mudou. Ficou ainda mais assustado e apreensivo. Os seus olhos começaram a mudar. Começavam a ficar vermelhos.
-- Espera lá… - pensou alto Ken, olhando para o rapaz, franzindo o sobrolho.
Aproximou-se dele rapidamente e levantou-lhe a cabeça, olhando apreensivamente para os seus olhos vermelhos, outrora negros como carvão.
-- Sharingan… - murmurou Ken, fascinado.
-- Desculpa ? – insurgiu-se Nikka, rapidamente aproximando-se também do rapaz. O seu olhar deteve-se demoradamente no seu olhar vermelho.
-- Tens, tens razão! – gaguejou Nikka, não querendo acreditar no que os seus olhos viam.
-- Rapaz, os teus pais eram shinobis ? – perguntou Ken, com súbita curiosidade.
-- Que eu saiba, não… Porquê ? – perguntou o rapaz, também curioso.
-- Porque tu possuis um dos melhores e mais lendários Doujutsus de sempre, o Sharingan. Já ouviste falar? – perguntou Nikka, amavelmente.
-- Claro que sim e era por isso que vinha ter convosco. Quero que me ensinem técnicas ninjas!
Nikka e Ken entreolharam-se demoradamente. Pelos vistos, iam em direcção a Takigakure, mas também não podiam abandonar o rapaz à sua sorte, visto que depois de a Shimatsuri saber da sua fuga, iam provavelmente mata-lo.
-- Segue-nos… Quanto a ensinarmos-te, logo se ve. – disse finalmente Ken, para quebrar o gelo.
E dizendo isto, partiram os três apressadamente em direcção ao portão de entrada da aldeia…