Este era daqueles raros momentos e que não nevava, e Sora abria a boca de espanto ao olhar para o céu azul, quase sem nuvens, e com um sol bastante fraco a iluminar a aldeia onde esta se encontrava. Ainda estavam em território do País da Neve, notava-se pela neve a derreter de cima dos telhados, passeios, bermas, entre outras decorações ou edifícios, mas o simples facto de Soratsuhi poder disfrutar do pouco calor proporcionado pelo Sol… era fantástico!
Acabou por suspirar e olhar à sua volta. A aldeia parecia calma, pessoas ocupadas com os seus afazeres, os mais pobres ou enfermos a pedir dinheiro, cães ou gatos abandonados atentos a potencial comida, entre outros seres orgânicos por ali espalhados, mas sem sinal do mercador. A rapariga praguejou para si e remexeu nos bolsos retirando um pequeno cartaz onde se encontrava a cara do seu procurado: Ouma Kurosu. Um jovem na casa dos trinta anos, notavam-se cicatrizes ao longo da cara, sendo algumas cobertas pelo espesso bigode negro. Os seus olhos eram profundos e negros, mas davam para retratar perfeitamente o seu passado, tal como o resto da cara: que mesmo sendo mercador, anteriormente havia participado em batalhas importantes, talvez Guerras Ninjas. Ela amassou o papel até este voltar a meter-se no bolso e voltou a olhar para o Sol, permitindo que este lhe aquecesse a cara. Se o mercador fosse mesmo um ninja, ou um samurai ou soldado a sério, não se deixaria desaparecer numa aldeia como esta…
-Vamos lá… - Murmurou a Genin puxando o seu cabelo para detrás dos ombros e avançando seriamente para as pessoas que andavam pela rua.
Perguntou a incontáveis indivíduos que por lá circulavam se alguma vez haviam visto Kurosu, mas as respostas acabavam sempre por ser negativas. A pequena Yukinin persistia, mas as respostas negativas só acabavam por aumentar. Esta achava impressionante como um mercador, que vinha a esta aldeia regularmente, nunca tivesse sido visto naquelas bandas.
Os seus pensamentos eram interrompidos quando ouvia um homem a assobiar-lhe. Virou-se irritada para trás, pensando que estavam a tentar assediá-la, contudo esta espanta-se ao ver um homem, que tentava esconder-se atrás das sombras de uma pequena fenda entre duas casas, enquanto lhe assobiava e murmurava para que ela fosse ter com ele. Frustrada, e um pouco desesperada para encontrar o mercador, esta cedeu às vontades do homem, estando consciente de que se ele tentasse alguma coisa que seria severamente punido, aproximando-se e posteriormente apertando-se para caber na fenda, até estar frente ao homem.
-D-deixa-me ver a foto! – Gaguejava estendendo uma mão trémula que só aumentava as suspeitas da Genin.
Hesitante, porém calada, esta voltou a mexer nos bolsos até retirar um papel todo amachucado, entregando na mão do homem. Este aceitava o papel e olhava para cara sem conseguir parar de treme, o que, para além de aumentar ainda mais as suspeitas da rapariga, também a irritava um pouco.
-P-porque vens à procura dele? – Murmurou o homem estendo a mão com papel.
-Vim busca-lo, ele desapareceu e vim busca-lo… - Respondeu Sora secamente, tirando o papel do homem bruscamente e voltando a esmaga-lo no bolso – E tu quem és?
O homem continuava a tremer e graças às sobras dos telhados de ambos os edifícios, tornava-se impossível poder ver qualquer parte do seu corpo. Uma pessoa passou perto da fenda e este olhou de imediato para lá, escondendo-se de ninguém.
-Eu… Eu não devia de estar aqui, mas eu conheço esse homem! – Anunciou o trémulo fitando para Sora, vendo-lhe o olhar desconfiado e irritado – P-por favor, não me faças mal!
-Cala-te de uma vez galinha, diz-me onde ele está! – Ralhou a rapariga aumentando o tom de voz consideravelmente, o que só acabou por assustar o homem ainda mais.
-E… Eu não posso falar aqui…. Por favor, mais tarde venha a casa atrás de nós! – Pedia o homem apontando com o polegar para trás conseguindo desviar o olhar da Genin para essa direção, vendo assim uma cabana bastante simples e rodeado por pequenos muros de arame – Lá falamos, é… mais seguro! – Acabou de explicar fazendo uma vénia desastrada à Genin e começando a correr para o centro da aldeia, desaparecendo sem dar sinal.
A Genin suspirou e olhou para casa, desviando-o depois para o Sol. Ainda era bastante cedo e até ao sol se deitar faltava muito tempo. Voltou para o centro da vila e olhou para os edifícios da mesma. Existiam alguns bares, lojas de roupas, de armaduras, armas e até de livros.
-Bem, parece que tenho com que me entreter! – Pensava a Genin não conseguindo esconder um sorriso de orelha-a-orelha, visando percorrer todas as lojas menos a de armas, essa evitá-la-ia ao máximo.

A noite cresceu mais rapidamente do que era esperado e, como fora marcado, Sora encontrava-se à frente da cabana, batendo à porta esperando para ser atendida. Acabou por não comprar nada da aldeia pois todos os artigos à disposição já existiam em Yuki (lembrando-se a essa altura que era o mercador Kurosu que trocava tudo aquilo por comida e outros suplementos). Só após à quarta batida e um meio-berro, é que porta era ligeiramente aberta pelo homem trémulo que conhecera de manhã.
-P-por favor, entra! – Pediu o homem nem mostrando dignidade de olhar para a cara da Genin, virando-lhe meramente as costas e afastando-se na direção de uma mesa.
A rapariga mantinha-se calada, entrando na casa extremamente alerta. O interior era estupidamente vazio. Não havia nada, o soalho era de madeira e encontrava-se bastante velho, descobria-se isso pois este chiava quando era pisado, e a tinta bege das paredes começava a ser removida aos poucos. Sem falar do teto ou dos cantos, completamente recheados de teias com os respetivos aracnídeos.
-Bela decoração galinha! – Ironizou Sora desviando o olhar para a frente, onde a “galinha” andava de um lado para o outro, totalmente nervoso enquanto murmurava vocábulos que Sora ou não percebia ou que não conseguia acompanhar – É uma armadilha não é? – Perguntou secamente.
O homem assustou-se com as últimas palavras da pequena Genin, afastando-se dela ao máximo até as suas costas encostarem-se a uma das paredes. Três homens, dois desarmados e um com um bastão, surgiam de uma das aberturas da divisão, sorrindo maliciosamente para Soratsuhi, esta que se agachava, sorrindo divertida para eles.
O primeiro movimento era uma rasteira para a galinha com o Konoha Reppu, esta que caia no solo e lá ficava como se tivesse sido mortalmente atingida. Os dois homens desarmados aproximaram-se dela lentamente, treinando alguns socos no ar, enquanto esta os olhava descontraída. O primeiro deu um passo em frente e tentava um gancho, mas Soratsuhi afastava-se com um salto à retaguarda, e contra-atacava com um pontapé na cara e outro na barriga realizando um perfeito Konoha Seppu. Com o primeiro homem desequilibrado, o segundo tentou uma placagem, que era facilmente evitada quando a Genin se debruçava, apalpando o solo com ambas as palmas da mão.
-Suberi Yasui Toko! – Pronunciou a pequena após a realização dos respetivos selos e a adequada concentração de chakra, conseguindo assim congelar o solo à sua volta e desequilibrar ambos os oponentes.
O homem do bastão decidira intervir, mas era facilmente imobilizado quando um tornado de folhas o rodeava, e de seguida surgiam os seus amigos e familiares, mortalmente feridos. Mais atrás, Sora acabava de fazer os selos e aglomerar chakra, murmurando “Magen: Narakumi no Jutsu!”.
O segundo homem conseguiu equilibrar-se no gelo, o suficiente para conseguir atingir com um pontapé surpresa num dos gémeos da Genin. A pequena soltava um grunhido de dor e desequilibrava-se, caindo sobre o solo de gelo, o que só aumentava o dano do impacto. O primeiro homem aproveitava a abertura para tentar agarrá-la pelos tornozelos, mas esta aproveitava a sua força e agilidade para, com o pé, pressionar sobre o gelo e depois empurrar o seu corpo para que este deslizasse sobre a superfície e assim evitasse a investida. Levantou-se agilmente com um salto, após chegar ao fim da superfície revestida por gelo, e encarou ambos os seus oponentes.
-Kasumi Jusha no Jutsu! – Murmurou a Genin manejando mais alguns selos e reunindo mais chakra, obrigando de imediato algumas réplicas de óleo a surgirem e começarem a atormentar ambos os homens devido à sua superioridade numérica.
Os ingénuos oponentes caíram como patinhos no básico truque e começaram a pontapear e esmurrar as “Soratsuhi” de óleo, apesar do efeito ser o mesmo que atacar no ar. Aproveitando-se da situação, Sora repetiu a técnica de deslizar pelo gelo, usando então o seu Konoha Daisenpu para atingir o primeiro homem com um pontapé na barriga, seguido por outro na cara, que o arremessava contra a parede da divisão, e este lá se mantinha inconsciente. O segundo homem olhou para o seu parceiro derrotado e depois fitou a sua oponente com frustração, esqueceu totalmente os seus oponentes de óleo e concentrou-se a atacar cegamente a sua adversária. Sora apercebeu-se do ataque cego e, inteligentemente, limitou-se a afastar-se da superfície gélida com um Sunshin, deixando o homem entregue ao seu destino quando deslizara sobre o gelo e caíra brutalmente de costas contra ele, desmaiando imediatamente.
A pequena Sora soltou uma gargalhada e preparava-se para realizar um Jutsu, mas era brutalmente interrompida quando um bastão lhe atingia violentamente contra a barriga e depois se aproveitava do balanço e apoio para conseguir arremessar o pequeno corpo contra uma parede do quarto. Soratsuhi soltava um grunhido de dor quando sentia as suas costas a estalarem contra a parede em decomposição, sentindo-se posteriormente livre quando o bastão se afastava do seu corpo e lhe dava espaço para ajoelhar-se no solo e tossir ligeiramente.
-Nunca pensei que alguém tão pequeno fosse tão forte! – Elogiou o homem no meio de uma gargalhada girando o bastão em torno do seu corpo habilmente – Mas tu és… como é que lhe chamam? Ah, sim! Uma Shinobi não é verdade?
-E eu nunca pensei que fosses tão idiota! – Ripostou a Genin avançando numa postura baixa, vendo a abertura perfeita nas pernas do seu oponente, aplicando-lhe um segundo Konoha Reppu que atirava o corpulento inimigo contra o solo – E sou uma Kunoichi idiota! – Vociferou juntando chakra em alguns papéis no seu bolso e arremessando-os em formas de shurikens que se perfuravam ao longo do corpo do inimigo, obrigando-o a soltar incontáveis grunhidos de dor, até que por fim se calava – Estás mesmo morto?
Obviamente que o homem não lhe respondera, e assim não dava para saber se realmente estava morto ou não. Esticava os seus dedos e preparava-se para apalpar uma das veias do pescoço, se não ouvisse um ligeiro soluço e se virasse para trás com uma cara enervada, vendo a galinha, a esgueirar-se pela porta, olhando para o cenário assustado.
-Galinha, anda aqui já! – Gritou Sora levantando-se e direcionando-se ao homem num passo pesado e confiante, o que o assustava a ponto de partir em fuga – Não fujas galinha, EU VIOLO-TE PORRA!
A ameaça não fora suficiente pois o homem dirigia-se para umas escadas que o levavam para a cave, tentando lá se esconder. No meio de insultos, a Genin fazia mais figuras de mãos e concentrava mais chakra pronunciando desta vez “Hyouton: Tsubame Fubuki” criando a partir da humidade do ar, cinco senbous de gelo, que depressa tomavam a forma de andorinhas e que se apressavam a perseguir o desejado alvo como misseis teleguiados.
O homem, no meio da sua corrida desenfreada, olhou de sobreolho para trás, vendo as cinco andorinhas a persegui-lo agilmente. Cometeu um erro ao tentar virar, ao invés de seguir em frente, dando a oportunidade às andorinhas para o cravarem à parede, duas a espetarem-se em ambos os ombros, outras duas nas extremidades das pernas e uma última visando atingir-lhe na cara, obrigando-o a fechar os olhos e temer o pior. Esperou pela sua morte, mas esta não veio. Assustado e confuso, abriu os olhos lentamente e via que a andorinha fora agarrada pela mão de Sora, esta que olhava muito irritada, mas com um sorriso inconfundivelmente divertido.
-Galinha, vais dizer-me onde está o Kurosu a bem ou a mal. E vais dizê-lo, a não ser que querias que esta pequenota acabe o trabalho! – Murmurou a pequena Genin olhando-o a tremer à espera da resposta.
-P-podes fazer o que quiseres, n… nunca te direi nada! – Gritou o homem, elevando por fim a voz para surpresa de Sora, apesar de não conseguir esconder o claro pavor por Sora com o seu corpo todo a tremer.
-Ai é? – Questionou-se Soratsuhi suspirando e cravando, insensivelmente, a andorinha no olho direito do homem.
O momento tenso era seguido de um grito de dor e pelo jorramento de sangue a partir do olho. O homem debatia-se cheio de dores, mas as agulhas de gelo prendiam-no contra a parede e restringiam-lhe os movimentos. A Genin preparava-se para criar mais uma agulha, mas decidira dar mais uma oportunidade.
-Galinha, outra tentativa, onde está o Kurosu? – Perguntou fingindo preparar mais selos como ameaça tentando dar entender que vinha mais.
-PARA! PARA POR FAVOR! – Voltou a berrar o homem ainda a contorcer-se, desesperado por estacar a ferida no olho – Eu digo-te onde ele está, mas por favor deixa-me ir! POR FAVOR!
-Tudo bem, se me contares eu solto-te… - Suspirou Sora afastando as mãos uma da outra e aproximando-se da galinha.
-O-ouma Kurosu é… é um criminoso da vila. Todos os dias ele vinha para cá com um… uma máscara mas n… no outro dia-
-Desembucha porra, eu não te perguntei a colorida história por detrás, quero saber onde é que ele está! – Interveio a impaciente rapariga conseguindo soltar um grunhido apavorado do homem.
-E-está na Igreja e… enclausurado. O j-julgamento é a-agora! – Gaguejou o homem com esforço soltando de seguida inúmeras queixas de dor por parte do olho ferido.
A Genin sorriu e afastou-se por fim do corpo do homem. Antes de solta-lo, como havia prometido, realizava uns últimos selos e juntava mais uma porção de chakra. Sussurrava “Magen: Narakumi no Jutsu” induzindo a galinha para a sua ilusão. Enquanto este soltava um último grito de terror antes de cair em inconsciência, Sora retirava as andorinhas que o prendiam à parede, deixando assim o seu corpo inerte cair no solo.
-Algo me diz que isto está quase a acabar! – Gargalhou a Genin apressando-se a sair de casa, nem dando atenção à galinha ou aos outros homens inconscientes, e dirigindo-se para a capela no fundo da rua, onde todas as luzes da mesma se encontravam abertas.
A distância para a igreja era drasticamente reduzida com inúmeros Sunshins até a Yukinin se encontrar por fim à frente do edifício religioso. De dentro podia ouvir-se uma grossa voz a discursar para um público silencioso, provavelmente a sentença.
-Ótimo, adoro interromper… - Pensou a Genin com um sorriso, subindo os poucos degraus até à porta e encostando o seu joelho direito ao máximo até ao peito.
O homem de branco, por cima de um pequeno banco de madeira, fazia-se ouvir perfeitamente ao elevar o tom de voz para que o pouco público dentro da capela o pudesse ouvir. Discursava algo relacionado com Deus e como uma certa pessoa iria por fim cumprir os seus crimes. Como evento final, entrava o mercador Ouma Kurosu dentro de uma jaula sob uma superfície de madeira a rodas, que se aproximava ao “padre” virado de costas, sendo puxado por dois homens robustos que, após levarem a jaula para o sítio indicado, se afastavam educadamente. O paroquiano retomou o discurso, descrevendo agora os crimes daquele homem, alterando-os ou piorando-os para que a sua sentença fosse ainda mais pesada.
-ALTO E PARA O BAIRRO! – Gritou uma voz no fundo da igreja após um potente pontapé atingir a porta e abri-la por completo revelando uma pequena rapariga que se notava nos seus dezasseis anos, Soratsuhi Mitsuko! – Esse homem aí é meu. Vim só busca-lo, espero não estar a interromper.
A pequena realizou alguns selos e concentrou chakra criando cinco andorinhas de gelo e arremessando-as em direção ao cadeado que prendia a liberdade do mercador, só conseguindo abri-lo após a quinta senbou o atingir. Todo o público ficou revoltado com o sucedido e todos se viraram para a Genin com caras de poucos amigos.
-OUTRA CRIMINOSA, APANHEM-NA! – Gritou o paroquio apontando para Sora, esta que desviava o seu olhar para os cinco homens corpulentos e desarmados que se aproximavam dela – Deus também a castigará pelos seus crimes.
-Mais idiotas só com músculos e pouco cérebro… - Insultou Soratsuhi fazendo umas figuras com as mãos habilmente, concentrando chakra de seguida – Kasumi Jusha no Jutsu!
De todo o local começavam a surgir inúmeras imagens de Sora de diversos locais, espalhando caos e confusão ao público e guardas, que tentavam escapar ou resistir à invasão. Três dos inimigos viam-se agora ocupados pelo Genjutsu da Genin, deixando-lhe dois para ela se entreter. O primeiro tentou agarrar-lhe o corpo com os braços, mas esta dava um salto para trás e, com uma breve gargalhada, aproveitava o impulso para dar um salto em frente e atingir o homem com um pontapé na cara e outro na barriga, arremessando-o par aos braços de um guarda atrás dele com o seu Konoha Daisenpu. A pequena pousou no solo como uma pena, mas o segundo guarda afastava o corpo do companheiro de si e corria para perto da pequena, arremessando-a com um pontapé na cara, causando-lhes graves danos na face. Esta levantava-se, apoiando as mãos no solo, e sentiu de imediato uma tontura. Com tantas rodas, esta podia visualizar o mesmo guarda a avançar na sua direção incessante, enquanto pessoas cruzavam o cenário a correrem contra a saída tentando desesperadamente sair. Ainda tonta, esta não conseguiu evitar outro pontapé na barriga que só arremessava para mais longe, prestes a atingir de costas contra uma coluna que sustentava o teto do edifício.
-Mas que… - A rapariga ofegava e olhava em frente podendo ver um novo avanço do mesmo guarda – Tu vais sofrer tanto!
Levantou-se de rompante, assustando o homem por breves instantes, e apalpava a cara. Sentia um pequeno papo a crescer debaixo do olho direito, duas nódoas negras na testa e um pequeno inchaço no lábio. Soltou um guincho histérico e arremessou, inesperadamente, shurikens de papel com o seu Kami Shuriken, atingindo o oponente em diversas partes do corpo, apesar dos arremessos se terem concentrado mais no dorso. Contudo o homem ainda tinha resistência para estar de pé, mas não a suficiente para aguentar o sucessivo pontapé na cara que o atirava ao chão.
-Onde está o próximo! – Gritou Sora, seriamente irritada, suando ligeiramente na cara e sentindo cada dor na sua cara em separado, mas que combinadas se transformavam num autêntico inferno – A minha linda cara!
O primeiro guarda, que havia sido temporariamente posto de lado pelo Taijutsu da Genin, aproximava-se dela com passos pesados e pronto para esmaga-la tal como o anterior fizera. Mas o seu corpo era facilmente imobilizado com um Magen: Narakumi no Jutsu e depois derrotado por uma sequência de pontapés que o atirara ao chão. Com aquelas formigas agora no chão, a Genin dava-se ao luxo de olhar para o centro da capela. Lá, as pessoas e guardas ainda resistiam estupidamente contra o Kasumi Jusha no Jutsu, nunca reparando que os ataques dos clones de óleo passavam por elas e que, de cada vez que eram atingidos, surgiam sempre mais.
-Isto é uma aldeia de idiotas! – Irritou-se a Genin concentrando os últimos restos do seu chakra e desenhando os últimos selos de mãos para conseguir concentrar três andorinhas de gelo ao seu redor – Hyouton: Tsubame Fubiki!
As andorinhas voaram e cada uma cravou-se no pescoço dos três guardas, matando-os imediatamente e deixando os seus corpos caírem em pleno chão. O público só berrou cada vez mais e o seu terror aumentou gradualmente enquanto a frustrada Genin se aproximava, bastante cansada, de Ouma Kurosu que ainda nem se dera ao trabalho de sair da jaula.
-Sai daqui idiota, vamos embora deste sítio de asnos! – Gritou Soratsuhi à porta da jaula olhando para o seu interior e vendo o homem que viera buscar a rezar para nenhures.
-Eu não posso ir embora. Não entendes? É por culpa minha que eles sofreram tanto, está no direito deles castiga…
A irritada Sora nem o deixara falar, levando-o à inconsciência com um pontapé fatal na cabeça, agarrando-lhe depois no corpo e colocando-o aos ombros dirigindo-se depois para Yukigakure o mais rapidamente possível aproveitando-se das pessoas ocupados com as imagens de óleo.
-Idiota, vim aqui para buscar-te, não ouvir para a história da tua vida. Falas sobre isso com um psicólogo, deixa-me fora! – Ralhou para o homem às suas costas inconsciente apressando-se para sair da aldeia com todo aquele peso às costas, confiando na sua força para conseguir trazê-lo até Yukigakure.

-Muito bem Sora, a tua primeira missão de rank C está completada! – Congratulou o Kage de Yukigakure ao ver a Genin à sua frente com algumas feridas, dando especial ênfase aos hematomas faciais – O que te aconteceu à cara?
-Não perguntes! O teu homem está lá fora e provavelmente vais ter problemas com a aldeia onde fui, mas isso são problemas teus, problemas de Kage, agora vou para casa! – Gritou Soratsuhi apressando-se a sair do gabinete, obviamente envergonhada, lembrando-se que no dia a seguir recolheria a prometida recompensa.