Não tardou até chegarmos ao campo de treinos, num grande descampado verde com algumas árvores em seu redor, esperando quem iria fazer o movimento que iniciaria o combate.

- Espero que estejas preparado, aqui vou eu! - Avisou o sobrancelhudo, lançando-se na minha direcção. O seu arranque deu-se a uma velocidade estonteante e conseguiu apanhar-me desprevenido com um forte soco no estômago. Senti o seu punho entranhar-se no meu abdómen e fui obrigado a enrolar um pouco sobre o meu corpo, ficando assim vulnerável para o próximo ataque: um Konoha Daisenpū na zona do fígado. Desta vez, o pontapé foi tão potente que me projectou vários metros pelo solo. Para além disso, ao ser arrastado pelo impacto do seu ataque ainda fiz alguns arranhões nos braços. O combate mal havia começado e eu já sentia todo o meu corpo a gritar para que parasse com aquela luta. Contudo, isso era algo que eu não iria fazer, mesmo que soubesse que não seria fácil vencer. Como contra-medida para a velocidade de Norizu, activei o meu Sharingan na esperança de que se o pudesse ver talvez me conseguisse esquivar. Foi mesmo a tempo que o fiz pois ele já vinha novamente contra mim, agora com o seu pé em riste para me tentar acertar com um Dynamic Entry. Embora a sua velocidade não se tivesse alterado, desta vez consegui ver o seu pontapé aéreo a uma velocidade normal e, foi mesmo no último instante, que fui capaz de saltar para o lado e escapar ileso à sua investida.

- Agora é a minha vez de atacar... - Pensei, vendo-o passar por mim devido ao seu ataque falhado. Reuni uma boa quantidade de chakra nos meus pulmões e realizei alguns movimentos lentos com as mãos. Assim que senti o meu peito a sobreaquecer, abri a boca e expeli três pequenas bolas de fogo que por pouco não acertavam em Norizu.
- Boa tentativa, mas vais ter que fazer mais do que isso. Konoha Senpū! - Mais uma vez, Norizu aproximava-se a alta velocidade e, em pleno ar, girou sobre si próprio com o intuito de me acertar com um pontapé rotativo. Felizmente, coloquei ambos os braços em forma de "X" para proteger a cara e evitar assim algo pior. No entanto, também não tinha sido a melhor defesa, visto que os seus pontapés eram bastante fortes e o último havia deixado os meus antebraços bastante doridos e dormentes. Com uma agilidade impressionante, o sobrancelhudo fez novamente um movimento giratório e atacou com uma rasteira, conseguindo atingir-me nos calcanhares e fazendo-me cair para trás. Caindo desamparado não fui capaz de me esquivar do ataque seguinte: colocando-se por baixo de mim, Norizu esticou a sua perna verticalmente entranhando-a nas minhas costas e projectando-me para o ar.
- E agora para terminar... - Disse ele, lançando-se para junto de mim. - Hayabusa Otoshi! - Agarrando rapidamente no meu corpo, Norizu atirou-me de cabeça contra o solo causando um impacto enorme. - Estás bem? - Inquiriu o rapaz ao ver que eu não apresentava nenhuma reacção. Contudo, quando ele tentou ver melhor, o meu corpo desfez-se numa série de corvos que o começaram a envolver, tapando-lhe a visão. - O que é que se passa? - Questionou-se o rapaz, completamente confuso.
- Depois de me teres lançado ao ar com um pontapé, utilizei um Genjutsu para me defender dos ataques seguintes. - Expliquei, falando através dos corvos que se começavam agora a reunir mesmo atrás de Norizu sem que este se apercebesse. Jagei Jubaku! - Surgindo nas costas do sobrancelhudo, armazenei nos braços uma quantidade de chakra suficiente para invocar uma serpente branca de tamanho médio, a qual não tardou em envolver Norizu e apertá-lo com bastante força. Com o meu adversário imobilizado, fiz o chakra fluir até à palma das minhas mãos, fazendo-as reluzir com um vermelho intenso e de seguida encostei-as ao abdómen de Norizu, mesmo após ter feito a serpente evaporar-se: assim, quando o Katon Hakkei atingiu o rapaz, fez uma pequena explosão e projectou-o para longe com algumas queimaduras na zona da barriga.

Agora estávamos já os dois bastante cansados e não tardaria até que um de nós se desse por vencido, por isso tinha de ser eu a fazer o próximo movimento. Concentrei chakra a nível cerebral enquanto pegava numa kunai e, olhando o meu oponente nos olhos, arremessei-a contra ele. Aquele contacto visual foi suficiente para submeter Norizu ao Shikumi no Jutsu e assim fazê-lo pensar que a kunai já o tinha acertado quando esta ia apenas a meio vôo. Todavia, os seus bons reflexos, ajudaram-na a recuperar do choque e possibilitaram-no esquivar-se antes de ser atingido pela arma verdadeira. Aproveitei aquele tempo de hesitação para me aproximar de Norizu e, concentrando mais um pouco de chakra nos antebraços, fiz com que pequenas serpentes esverdeadas surgissem das minhas mangas e tentassem morder o meu oponente. No entanto, Norizu livrou-se facilmente delas com alguns golpes de Taijutsu e virou rapidamente a sua atenção para mim: mesmo a tempo de me ver expelir da boca uma grande bola de fogo, após ter reunido uma grande quantidade de chakra nos pulmões e ter realizado os selos necessários. Recorrendo à sua agilidade, o rapaz ainda conseguiu saltar para o lado e recebeu apenas ligeiras queimaduras numa das pernas. Decidi então usar as minhas últimas reservas de chakra para o reunir nos meus olhos e fiz com que o meu oponente entrasse em mais um Genjutsu. Tal como anteriormente, Norizu viu o meu corpo desfazer-se em vários corvos e estes começaram a dispersar-se pelo campo de batalha. Contudo, o jovem sobrancelhudo já tinha visto aquela técnica uma vez e, assim que percebeu onde os corvos se estavam a reunir, lançou um potente Dynamic Entry nessa direcção. Assim, quando o meu corpo começou a surgir, já Norizu vinha pelo ar com o seu pé apontado para mim e não consegui evitar o seu golpe. Mais uma vez, senti a sua perna a querer furar o meu abdómen antes de ser projectado contra o grosso tronco de uma árvore. O impacto das minhas costas a bater na madeira causou-me uma dor ainda maior e percebi imediatamente que já não me iria conseguir levantar para continuar o combate.

- Parece que ganhas-te... - Disse eu, sentado no chão e com as costas apoiadas na árvore, enquanto um fio de sangue escorria da minha boca e todos os músculos do meu corpo gritavam em agonia. - Mas quero uma desforra...