Filler 29 – Amostra de família
Finalmente a chuva cessará a sua tristeza por uns minutos, um momento épico em Amegakure no Sato. De todos os habitantes da pacata vila, e eu tinha a certeza que fui o primeiro a acordar, e com ele acorda Miyuki de igual forma.
-Kouta-sama, já está pronto para ir? – Perguntava a esbelta rapariga enquanto se levantava e começava a arrumar a tenda por dentro, já ciente da minha resposta.
-Hai e rápido, depois temos que ir para Yukigakure… - Respondo de forma rápida.
A rapariga permanece calada então ausento-me da tenda. Cá fora dava para sentir o casual frio que infernizava esta população, estrangeiros, tal como eu, nunca conseguiriam se adaptar a isto. Mas estou para aqui a comentar o frio de Amegakure quando a seguir vou para Yukigakure…
A rapariga sai da tenda com uma mala bem cheia que pousa aos meus pés, olho para ela friamente mas esta sorri para mim e depois dá meia-volta e começa a arrumar a tenda. Não tardava nada e já estávamos prontos para ir para a parcela da chuva.
Após uma pequena caminhada, por fim encontramos a entrada que nos levava à segunda base da Shin no San. Entrámos sem demoras e reconhecemos aquele sistema de cavernas, muito idêntico ao de Taki, mas faltava algo… Algo? Não, alguém…. O sítio estava completamente vazio, mesmo assim desembainho a minha katana e a rapariga saca logo de um dos seus ossos. Seguimos corredores e corredores, entravamos em salas distintas, mas ninguém para guardar o local.
-Tsu…tao.. Por aqui… - Ecoava uma voz pelos corredores.
A rapariga apoia-se logo às minhas costas, esperando um ataque, contudo nada aparece. Os mesmos sons continuam a bater nas paredes da caverna e alcançarem os meus ouvidos. A voz era-me extremamente familiar, muito familiar mesmo…
Seguimos o som, aparentemente aquilo era a única viva neste sítio o que não nos dá outra escolha. Após passar por mais corredores, finalmente chegamos a uma zona mais alargada da caverna, onde uma mulher estava encostada a um dos postes que segura a caverna.
-Tsutao, meu amor finalmente chegaste! – Afirma a dona daquela voz horripilante.
Coloco-me na posição de “lai” de imediato, a mulher sorri para mim e, se a minha visão não me enganou, pareceu-me vê-la a bater palmas como se estivesse feliz comigo.
-Vamos lá acabar isto, tenho muito que fazer no resto do dia! – Bramo.
-Mas tu não me vais atacar filho, eras capaz de atacar a tua própria mãe? – Pergunta a mulher pousando a mão sobre o joelho da perna.
-Quem me chama de Tsutao é sempre meu inimigo… Morre! – Grito começando a correr na sua direção.
A mulher fecha os olhos, quando estou muito perto dela, esta abre-os velozmente exibindo uma marca idêntica à minha. Cesso o ataque enquanto olho para ela, tinha os mesmos olhos que ela, vermelhos mas com três vírgulas ao redor da pupila.
Tento verbalizar algo mas nada sai da minha boca, a mulher aproxima-se de mim e abraça-me sem medo. Sinto o calor dos braços dela a apertarem-me para o corpo dela, reconheço este calor e abraço-a de igual forma. Miyuki, no entanto não percebia nada do que se estava a passar.
É então que o abraço acaba e a minha mãe me olha nos olhos – Porque não lembras-te logo de mim? – Pergunta a jovem mulher.
-M-mas mesmo assim eu não me lembro de ti… E-e por que me chamas de Tsutao? – Pergunto, após aquele abraço e o Sharingan reconhecíveis eu não tinha dúvida de ela ser a minha mãe, vai se lá saber porque…
A mulher faz um olhar estranho, bruscamente vira-me de costas e abaixa o colarinho da minha camisola vendo o kanji “Jutsu” gravado. Ela contêm umas palavras que adorava gritar, é então que faz uns Jutsus e depois bate com os dois dedos no kanji.
-Argh! – Queixo-me enquanto sinto uma dor aguda no pescoço, ajoelho-me, Miyuki vê o seu mestre a falhar e começa a correr na direção da minha mãe com intenções de a finalizar, contudo eu coloco o braço à frente no intuito de a parar – Calma Miyuki… Estou bem…
Levanto-me e estalo o pescoço olhando para a minha mãe – Filho, agora já deves de ter recuperado algumas memórias… Eu espero…
A Kaguya acaba por se reunir connosco, apesar de nada dizer. Mas começo a lembrar-me de algumas coisas, o meu nome é Tsutao Uchiha, tenho 18 anos, eu acho, e nasci em… Konohagakure no Sato! Tenho um irmão chamado Yasuo Uchiha, mas não me lembro do meu pai…
-Mãe o que estás a fazer aqui? E onde está o líder desta parcela? – Pergunto enquanto olho para os lados à procura de mais algum ser vivo.
-Shh! – Tonaliza a jovem mulher após ouvir ecoar passos na caverna.
Todos nos calamos e ouvimos os passos cada vez mais perto, e mais perto, até que três vultos aparecem na mesma zona que nós, consigo reconhecer duas raparigas e um rapaz, mais nada pois estes estavam cobertos pela sombra.
-É… É o Tsutao! – Gritava uma das raparigas enquanto esfregava a cara.
-Tsutao! Não acredito! – Gritava agora a outra.
O rapaz dá um passo em frente dando a mostrar a cara, reconheço-a de imediato, era o meu irmão Yasuo, contudo não me consigo lembrar de muito mais sobre o pequeno rapaz. Este mostra uma clara cara de alegria quando vê o meu rosto.
--T-tsutao, estás vivo! Estou tão feliz! – Gritava o meu irmão, mas depois este vê uma mulher por detrás de mim e arremessa uma Shuriken de imediato – Cuidado atrás de ti!
Com um leve gesto com a katana bloqueio o arremesso dele e coloco-me na posição de “lai” virada para o meu próprio irmão!
-Tsutao, que estás a fazer? Não vês? Sou o teu irmão! Que estás a fazer? – Perguntava o meu irmão simplesmente confuso.
-Não vais atacar a nossa mãe pois não? – Perguntava.
-A nossa mãe? Ela não é a nossa mãe! A nossa mãe está em Konoha, não te iludas! – Berrava o meu irmão.
-Não te iludas tu e acabou! Não te vou deixar atacá-la! – Respondo-lhe aumentando o meu tom.
O meu irmão aperta o punho retirando uma kunai do seu bolso – Então vamos à moda antiga. Vou dar cabo de ti e provar-te que não é a nossa mãe!
-Então vem…
~~CONTINUA~~