Pessoal, tive de começar a história do meu personagem de novo, tinha bloqueado completamente. Também não gostava do rumo que seguia, assim sendo este será o primeiro filler desta personagem. Espero que gostem!
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Filler 1 – Era este o dia!
Era este o dia, nunca mais teria de comer o que sobrava dos outros, nunca mais iria ser desrespeitado pelas suas diferenças, o dia em que um lobo passa de cachorro a Lobo!
Era de noite, eu e os meus companheiros rastejávamos lentamente pelas altas ervas. O nosso objetivo estava adiante, uma pequena aldeia, constituída por casas de colmo por onde imanava uma luz amarelada por umas estranhas aberturas. No centro da aldeia ficava o maior edifício, era circular e o único construído em pedra, servia para guardar as colheitas dos anos anteriores, disseram-me os meus companheiros. Olhei para o edifício saboreando o seu conteúdo, mal podia esperar para poder deitar mão ao seu interior. Do ponto em que estávamos, conseguíamos ver outra equipa do lado oposto da aldeia. Esperámos pelo sinal…
De repente um longo uivo rasgou o ar. Na aldeia começou a haver movimento, de seguida ouvi gritos de humanos vindo de dentro das suas casas e os machos a saírem à rua para se prepararem para a batalha. Nós vimos a outra equipa a avançar para a aldeia, enquanto os humanos começam a preparar barricadas. É claro que o único local onde não o fizeram foi na encosta do monte.
A aldeia ficava no sopé de uma montanha, onde podia desfrutar de um rio que por ali passava e dos verdes campos prósperos para a agricultura. “Que estúpidos” pensei “construírem uma aldeia no sopé de uma montanha” já saboreava a sua vitória. Haviam preparado muito bem esta operação, sem falha alguma.
Agora os membros da outra equipa tinham acabado de passar o campo de cultivo mais próximo da aldeia. Os aldeões pegaram em pedaços de madeira e com um gesto acenderam algo brilhante no seu topo. Nunca antes vira aquilo, era magnifica vibrava com o vento e a sua cor era de um amarelo, avermelhado, queria tocar-lhe. À minha volta ouvi os meus companheiros rangerem os dentes e a olharem para aquele objeto como se fosse um inimigo. Então talvez eu também devesse toma-lo como inimigo, afinal eles tinham mais experiência que eu.
O pânico tinha caído sobre a aldeia, os lobos tinham passado a barricada e começaram a lutar contra os aldeões. “Adoro isto!” estava a apreciar cada segundo de terror que via nas caras dos humanos, “que patéticos!” Atrás de mim ouvi o chefe da equipa, Rash, a mandar-nos avançar. “Vamos a isto!” Assim eu e a minha equipa descemos a encosta do monte e entramos na aldeia sorrateiramente. Olhei para os dois lados a fim de ver se tínhamos sido descobertos “Infiltração com sucesso!” pensei.
Rash mandou prosseguir, assim fomos correndo de casa em casa até chegarmos à porta do armazém. Não tinham visto ninguém até ali, toda a população estava concentrada na periferia. O capitão tentou empurrar os portões do armazém, mas estes não se mexeram. Estavam fechados. No topo do edifício haviam umas quantas janelas, por onde entrava o sol durante o dia. Senti-me importante por poder fazer algo que mais ninguém conseguia. Encostei-me ao edifício e usando as suas saliências entre rocha sobre rocha coloquei lá as mãos e iniciei uma escalada. Fui afastando-me do chão a cada passo que dava e quando olhei para baixo tive a mesma sensação sempre que subia a uma árvore, tudo lá em baixo parecia mais pequeno. Cheguei a uma das janelas e descobrindo-a aberta, passei para o lado de dentro do edifício. Era esplendido havia uma grande variedade de todo o tipo de alimento desde frutos, legumes, cereais e outro que desconhecia. Mas não havia tempo a perder, os meus companheiros ainda estavam lá fora. Assim saltei para baixo e olhando para os portões rodei uma chave já inserida na fechadura e abri-os. Logo vi a minha equipa a entrar no celeiro e depois fechei imediatamente a porta.
“Toca a encher!” Subi por uma escada e retirando os alimentos das estantes, larguei-os distribuindo por toda a esquipa, passei ali algum tempo, escolhendo e cheirando os melhores produtos para a equipa levar. Ao fim de vinte minutos já todos os membros tinham o dobro do peso que antes. Peguei em alguns frutos e atei-os à minha cintura, por uma fita de couro. Pensei como estariam os membros da outra equipa.
Abri a porta e metendo a cabeça de fora espreitei para os dois lados, “ninguém”. Passei essa informação à minha equipa e batemos em retirada daquela aldeia. Á uma curva apertada não tive tempo de travar e fui de encontro a uma casa cheia de instrumentos metálicos que desconheço o seu uso. Bati contra vários instrumentos e estes bateram noutros e assim consecutivamente, criou-se ali um chinfrim dos diabas. Segundos depois as vozes dos homens começavam a ficar cada vez mais altas, e nesta altura a minha experiência de vida disse-me, está na hora de correr! Ignorei as minhas dores, por causa de um pau de madeira que no topo tinha curva lâmina metálica (foice), que me caiu nas costas e abriu-me a pele. Comecei a correr que nem um desalmado, já não sabia onde estavam o resto da equipa. Andei à sua procura e foi aí que tropecei e caí ao chão. Amparei a queda com as mãos, mas os meus joelhos cederam ao peso e rebolei pelo chão cheio de poeira, esfarrapando-me todo. Tentei levantar-me, apoie-me num joelho, ergui-me mas desequilibrei-me e caí. Ofegante tentei erguer-me novamente e foi aí que fui puxado por uns braços fortes, que me amarraram e me impediram de fazer fosse o que fosse. Outra pessoa pegou-me nos pés e ao de pendulo fui arrastado até sabes lá aonde…
Continua...