[Kenichi] F6 - Regresso a Casa

Finalmente, depois de algumas horas, chegámos a Iwagakure. Quando sai da minha carroça, olhei à minha volta e observei uma grande quantidade de gente atarefada a organizar os Wargames, assim como alguns shinobis locais a treinarem, talvez para participarem, também eles. Depois de observar o que me rodeava concentrei-me no que me levava àquela vila, e nos meus objectivos: Descobrir o assassino do meu tio e do meu melhor amigo, e os segredos à volta do Clã Okamoto.

-Segue-me – Disse o Kazekage ao passar por mim.

Não lhe perguntei onde me levava, mas fui atrás dele sem hesitações. Ele foi o caminho todo calado enquanto eu ia observando a cidade à minha volta tentando recordar-me de algum local em particular ou de alguma memória que tenha passado ali. Reconheci poucas pessoas, mas muitas delas pareciam conhecer-me a mim, pelo olhar que me lançavam. Umas olhavam-me de lado por reconhecerem que eu era da família do que é possivelmente o Nukenin mas conhecido daquela vila. Outras ainda olhavam para mim com um sorriso e saudavam-me por se lembrarem que o meu tio Deidara não era a única pessoa da família e que haviam outros bons shinobis no Clã que não seguiram o caminho do meu tio. Ainda antes de chegarmos ao nosso destino, fui abordado por um senhor de idade.

-Eu reconheceria a tua cara em qualquer lado – Exclamou o homem – Tu és o Kenichi Okamoto, o mais novo rebento do Clã Okamoto.
-Sim, sou eu – Exclamei confuso – Como me conhece?
-Sou um grande amigo do teu avô – Disse o velho – Ele deve ter ficado muito contente por te ver outra vez.
-Na verdade – Disse olhando para o Kazekage que estava com um ar apressado – Ainda não o fui ver. Acabei de chegar à vila e ainda não tive tempo para isso, neste momento tenho um assunto mais importante para atender.
-Ah, compreendo – Assentiu o velho olhando também para o Kazekage – Então vou-te deixar ir rapaz. Espero que ainda hoje tenhas tempo de ir visitar o teu avô.

Eu acenei ao senhor com a cabeça e segui o meu caminho com o Kazekage. Fiquei francamente surpreso com esta conversa. Já não ouvia falar do meu avô há tanto tempo que quase já não me lembrava que o tinha. A última vez que tinha ouvido falar dele foi quando se deu aquela invasão em Iwa e ouvi dizer que ele se tinha conseguido escapulir para Konoha. Desde ai mais nada. Não ouvi se ele tinha voltado para Iwa ou não, já que na altura em que a desocupação ocorreu eu tinha outros pensamentos em mente. Fiquei a pensar tão profundamente no meu avô que nem reparei que o Kazekage me estava a dizer que já tínhamos chegado ao nosso destino.

-Kenichi! – Gritou o Kazekage.
-Hmm? Oh, peço desculpa Kazekage-Sama. Perdi-me nos meus pensamentos – Desculpei-me.
-Estás desculpado – Disse ele – Chegámos ao nosso destino.

Olhei em frente e pude verificar que estávamos em frente a um edifício altíssimo, possivelmente o mais alto da vila, e que tinha um símbolo kanji inscrito na parede, perto do telhado, que lia Tsuchikage. Como é óbvio, previ que estávamos no gabinete do Tsuchikage. O Kazekage falou com os guardas do edifício e foi-lhe permitida a entrada e fez-me sinal para o acompanhar. Depois de subirmos umas escadas já lá dentro, chegámos ao gabinete do Tsuchikage. Arashi bateu à porta e entrou no gabinete. Eu fui atrás dele.

-Boa tarde Kurotsuchi – Disse Arashi ao entrar no gabinete.
-Boa tarde Arashi – Respondeu com um ar atarefado – E quem é este rapaz? – Perguntou ela ao olhar para nós.
-Eu…chamo-me…Kenichi O…kamoto – Disse, nervoso, ao reparar que a Tsuchikage era uma mulher.
-Prazerem conhecer-te – Disse Kurotsuchi apertando-me a mão.
-Bem, vamos ao que interessa – Disse Arashi – Tens aquilo que eu te pedi? – Perguntou dirigindo-se a Kurotsuchi.
-Sim, está aqui – Respondeu pegando num objecto que estava em cima da sua secretária – Aqui tens Kenichi, o Hitaiate de Shinobi de Iwagakure – Disse ela entregando-me o Hitaiate.
-Ai está como tu me pediste – Disse Arashi – A transferência para Iwagakure.
-Muito obrigado – Disse desatando o meu Hitaiate de Suna do braço e colocando o de Iwa – Aqui tem Kazekage-Sama – Disse entregando-lhe o Hitaiate de Suna.
-Bem, gostei muito de te ter em Suna Kenichi – Disse Arashi – Mas eu pensão que agora que Iwa está mais uma vez desocupada tu deves voltar para aqui, a tua casa. Agora se não te importares, eu e a Tsuchikage temos assuntos oficiais para tratar.
- Com certeza – Disse fazendo uma vénia – Muito obrigado aos dois.

Saí do gabinete da Tsuchikage com um sorriso na cara. Finalmente tinha voltado a casa.
Ao sair do gabinete lembrei-me do que o velho me tinha dito antes de ter ido para lá. O meu avô estava a morar mais uma vez em Iwagakure. Não perguntei ao velho onde era, mas suponho que seja na nossa antiga mansão. Ainda me lembro onde era. Como o meu avô era um dos sábios ajudantes do Tsuchikage anterior, foi-lhe dado um grande terreno para construir uma casa grande o suficiente para viver com os seus três filhos, a minha mãe e os meus tios, e com as suas famílias. Ainda me lembro de os ver todos a treinarem no quintal, quando ainda éramos todos felizes, antes do meu tio e do meu pai arruinarem o nome da família, um por desertar a vila e outro por ter comportamentos violentos e impróprios dentro dela, mesmo que estivesse de luto pela minha mãe. Quando cheguei a casa estava tal e qual como estava antes e com um ar de que tinha sido remodelada por dentro. Como o símbolo do Clã ainda estava exposto à porta da mansão, supus que seria mesmo o meu avô que ainda vivia lá.
Abri o portão da frente e fui-me deixando entrar. Ainda não tinha dado 2 passos no pátio de entrada, quando de repente vi uma rapariga a correr na minha direcção. Não sabia quem era ou o que ia fazer, mas pus-me em alerta. Ao chegar perto de mim, vi-a a esticar o braço na minha direcção e reparei que ela tinha uma espécie de garras nas pontas dos dedos. Desviei-me rapidamente para evitar que ela me atingisse, e agarrei-lhe a mão e fiz pressão sobre o seu ombro para ela não se conseguir levantar.

-És uma desgraça para o teu Clã – Exclamou a rapariga.
-Han? O que estás para ai a dizer? – Perguntei confuso.
-Não finjas que não percebes do que eu estou a falar – Disse a rapariga – Só há duas pessoas no mundo inteiro interessadas em entrar nesta casa. Uma é para matar quem cá vive, e a outra não se sabe o paradeiro há quase 10 anos!
-Felizmente para nós Hanako – Exclamou um homem que estava à porta do edifício principal – Acabámos de descobrir o seu paradeiro.
-Avô Kyoichi! – Gritei eu de alegria ao vê-lo. Corri na sua direcção e abracei-o com força – Pensei que lhe tinha acontecido alguma coisa má.
-Também eu pensava que alguma coisa te tinha acontecido a ti, pequeno – Disse ele com uma voz rouca – Não há problema Hanako, ele é dos nossos.
-Peço imensa desculpa por te ter atacado – Disse Hanako fazendo uma vénia para mostrar o seu arrependimento.
-Não faz mal – Disse limpando uma lágrima do meu olho – Agora está tudo bem.
-Bem vamos entrar dentro de casa – Disse Kyoichi – Temos muito que falar nós os dois, mas infelizmente não temos tempo agora.
-Porque não? – Perguntei eu.
-Acabei de receber uma carta através de uma das águias da Tsuchikage – Disse Kyoichi – A carta dizia que tu tinhas sido chamado para participares nos Wargames.
-O quê? Porquê? – Perguntei surpreso.
-Porque infelizmente nem todos os Shinobis das alianças da guerra têm um parceiro e como Iwagakure e neutra à guerra, os Shinobis de Iwagakure vão equilibrar as coisas, e muito mais do que decidir uma guerra, os Wargames também vão servir como Exames Chunnin, por isso esta pode ser a tua oportunidade – Disse Kyoichi – E na carta diz que a tua parceira é uma Kunoichi de Konoha, por isso até pode ser que tenhas sorte.
-Oh, avô pare de brincar – Disse eu com um pequeno sorriso na cara – Parece ser uma grande oportunidade, sim.
-Acredita que é – Disse Kyoichi – Vá agora vai descansar que tens um grande dia amanhã…