-Ainda falta muito? – perguntei exausta
O meu cabelo pingava e as minhas roupas estavam ensopadas em suor e por isso colavam-se ao meu corpo. A nossa última paragem foi à 6 horas e todo o meu corpo gritava para parar. Agarrei no cantil e rodei a sua tampa. Abri a boca para beber água, mas não saiu nada. Fiquei irritada:
-Boa! Agora fiquei sem água!
Dei um pontapé numa pequena pedra que se desfez em pó:
-A tua água acabou à 17km atrás. – disse Shin rindo-se
O sol em Suna era horrível. Queimava a pele, cegava os olhos e obrigava-nos a beber a água toda do cantil:
-Estúpido Sol do estúpido deserto cheio da estúpida areia…-resmunguei
Chegámos a Suna à, mais ou menos, 3 horas e ainda tínhamos de percorrer 150km em menos de 5 horas, pensava. O Sol dava-me algumas tonturas, mas nada de grave. Alguns minutos depois Kenda parou. Voltou a elevar dois dedos da mão direita e fez sinal para nos aproximarmos. Como das últimas vezes ele tirou-me o mapa rapidamente e disse no seu tom grave:
-Faltam apenas 4km para chegarmos a Suna e ainda temos 10 horas do nosso prazo estipulado. Quando entrarmos em Suna poderão dormir quem não se aguentou, - essa última frase ele olhou diretamente para mim o que me irritou- mas só poderão dormir 3 horas. Agora vamos.
Antes que ele tivesse tempo de enrolar o mapa e colocar-mo no cinto, tiro-o da mão e começo a correr enquanto enrolava-o. Kenta era extremamente calculista. Era moreno, tinha olhos escuros, uma cara rígida e marcada por algumas cicatrizes pequenas. Ele estava sempre dois passos à frente de cada ação e ao utilizar a sua agilidade tornou-se um espião fantástico e um guerreiro esplêndido. Longos foram os minutos que demoraram até eu conseguir ver o topo da muralha de Suna que se erguia imponentemente no horizonte:
-Já a vejo! – gritei
Ao ouvir as minhas palavras os rapazes aceleraram o passo e alcançaram-me em segundos. Todos eles pareciam ter a mesma larga estrutura óssea, parecendo meus seguranças e isso fazia-me sentir importante. Não tardou até chegarmos à entrada de Suna. Os guardas, protegidos entre os caminhos dos vários “pisos” exteriores da muralha, ergueram as suas armas e um deles gritou:
-Quem vem lá?
Erguemos as nossas cabeças e mostrámos as nossas hitaites de Konoha. Limpei a voz e disse:
-Somos shinobis da vossa aliada Konohagakure. Viemos da parte do Hokage-sama com uma mensagem para o Kazekage.
O homem não respondeu, apenas sussurrou para um colega que desapareceu num instante. Dei alguns passos e as armas foram-me novamente apontadas. Olhei para eles com cara de aborrecida com as mãos nas ancas e dei um suspiro:
-Tá difícil!-gritei
-Não se mexa estrangeira. O Kazekage foi informado da vossa presença e está a caminho. Aguardem!- respondeu o homem lá no alto
Com o sol não conseguia ver a cara dele, mas já o achava parvo. Enquanto o Kazekage não chegava olhei em volta e tentei perceber a “miséria” em que aquele povo vivia. Tudo à volta da vila era deserto. Uma excelente fonte de defesa e ataque, mas também um forte inimigo. Comecei a pensar nos guerreiros que por ali se perderam e as pessoas da própria vila que nunca mais voltaram do deserto. Fui interrompida por uma voz:
-São vocês os enviados de Naruto-sama?- perguntou
Virei-me de repente, e mesmo nunca ter visto o Kazekage, consegui reconhecê-lo de imediato, não pelas suas vestes, mas pela sua descrição física: cabelo vermelho e uma espécie de kanji na sua testa. Era Gaara, o Kazekage:
-Somos sim Kazekage-sama. – disse Kenta fazendo uma vénia.
O resto do grupo, incluindo eu, fez uma vénia. Gaara olhou para nós e disse:
-Muito bem…acompanhem-me.
Dito isto ele virou-se e começou a andar. Kenta apressou-se a acompanhá-lo e rapidamente fez conversa com o Kage de Suna. Isto fez-me pensar que ele era um pouco “lambe-botas”. Pus a mão no cabelo e atirei-o para atrás. Makoto e Shin iam a conversar e Kaito veio a conversar comigo:
-Então e á quanto tempo namoras o Tsubaki?
Dei um sorriso que rapidamente se desvaneceu. Ao ouvir o nome do Tsubaki fez-me começar a pensar e quando o meu cérebro começa nunca mais pára. Não demorou até começar a achar que nunca deveria ter vindo nesta missão e que neste momento ele pode estar a ter algum ataque ou teve algum acidente. Discretamente belisquei-me para acordar para a realidade:
-Namoramos à….4 anos, 7 meses, 25 dias e 3 horas.
Kaito ficou um pouco espantando com a minha “eficiência”:
-Ele falava muito de ti. Devias ter visto a cara dele quando decidiu pedir-te em casamento, -riu-se- parecia uma barata tonta. Não sabia se tu ias aceitar ou como seria a tua reação. No dia seguinte veio com um sorriso de orelha a orelha.
Ele voltou a rir-se ao lembrar de tal momento. Olhei em frente e vi que acabávamos de chegar ao escritório de Gaara. Ele abriu a porta e entrámos todos em direção à sua sala. Quando lá chegámos Gaara sentou-se na sua cadeira atrás de uma secretária de um tom castanho velho. Kenta tomou as rédeas da conversação com o Kazekage. Sentei-me num sofá verde tropa e fiquei a ver a sala. As paredes eram de um branco-pálido misturado com um teto acinzentado e um soalho de madeira um pouco desgastada. Várias estantes estão espalhadas pela sala e estão repletas de livros e folhas soltas. Atrás de secretária está uma janela com vista direta para a única entrada terrestre para a vila que tinha sido feita:
-E esse intermediário quando chega? – perguntou o Kazekage – O Naruto-sama não me explicou tudo e eu ainda tenho algumas dúvidas.
Kenta limpou a voz:
-Kazekage-sama o intermediário já chegou, se não me engano, á uma semana.
Gaara fitou algumas folhas que tinha debaixo dos seus braços. Depois olhou para um dos seus guardas e disse:
-Traz-me o livro de passagens da vila. Se esse intermediário chegou à uma semana tem de estar neste livro.
O guarda fez uma rápida vénia e tirou de uma estante um grosso livro vermelho com o kanji da vila e o título “Passagens”. Gaara agarrou no livro e agradeceu. Folheou as suas páginas até chegar aos registos mais recentes. Passou o seu dedo pelas páginas, de cima a baixo até parar num nome:
-É este o vosso intermediário? – perguntou o Kazekage
Fiquei curiosa e por isso levantei-me. Espreitei para a folha e vi o nome “Kazuke Natsuki”. Kenta confirmou o nome do intermediário. Gaara fechou o livro e disse para um guarda:
-Localize o Kazuke-san e traga-o ao meu gabinete.
-Hai Kazekage-sama!
O guarda fez uma vénia e desapareceu numa nuvem de fumo. Voltei a sentar-me e enrolei e desenrolei uma madeixa de cabelo. Gaara perguntou por Naruto e como estava a vila. Nessa altura Kenta já tinha voltado á sua posição de superior e arrogante. Já tinha a informação que queria e aquela alegria e emoção ao conversar com o Kazekage desapareceu num estalar de dedos:
-Falso… - murmurei
Ele gira a cabeça lentamente e olha-me nos olhos. Creio que ele me ouviu pois fez uma expressão de desagrado. A minha relação com ele descia a pique e acho que isso não lhe importava. Makoto reparou na nossa apatia e decidiu quebrar o gelo, mas foi tarde de mais. Nesse mesmo momento alguém bateu à porta:
-Entre! – disse Gaara
O guarda entrou na sala seguido de um rapaz que não parecia ter mais de 10 anos deixando toda a gente surpreendida. O rapaz aproximou-se da secretária do Kazekage e fez uma vénia e Gaara disse:
-O vosso…hum… intermediário está aqui. Dou-vos permissão para conhecerem a nossa vila. Boa sorte.
Ele levantou-se e fez uma pequena vénia com a cabeça e as mãos atrás das costas. Fomos saindo atrás do rapaz. Descemos as escadas e ninguém pronunciou uma única palavra. O rapaz abriu a porta e começou a andar com um destino definido. Continuámos a segui-lo durante alguns minutos e eu achei aquilo muito estranho. Sem aguentar mais perguntei:
-Menino para onde nos levas?
O rapaz não disse uma única palavra. Achei-o mal-educado. Cada vez viam-se menos pessoas nas ruas até que virámos para um beco que dava acesso traseiro a dois prédios. Aguentei demasiado:
-Ei miúdo, houve lá, para onde nos levas?
Ele não respondeu. Pus-lhe a mão no ombro para ele parar:
-Não me ouves?-gritei
Ele não respondeu. Agarrou na minha mão com as suas mãos e virou o meu braço fazendo o movimento contínuo da viragem. O meu corpo deu duas voltas horizontais e depois caí no chão. Quando me dei conta tinha o pé do rapaz no pescoço:
-Não me voltes a agarrar.
Ficámos surpresos ao ouvir o seu grave tom de voz. Ele largou-me e continuou a andar. Ao chegar à porta traseira do prédio direito ele foi coberto por uma nuvem de fumo branco e quando esta se desvaneceu a sua verdadeira figura foi revelada. Ele tinha usado um Henge para passar despercebido. Era alto, parecia ter uns 28 anos, era moreno e tinha barba ao estilo “não feito á 5 dias”:
-Vamos? – perguntou o homem

Interessante, vamos lá ver o que anda a acontecer em Suna. Entretanto, Kenta parece ser daqueles rapazes muito interessantes e pelo qual a Yamanaka se vai apaixonar ahah.

Só eu é que acho estranho o casamento precoce? Os rapazes da missão falam do casamento como se fosse uma coisa vulgar em Naruto . E o suposto Jounnin disfarçado de criança, dear god, não gosta de ser tocado!

Continua ^^

Tio obrigado. Na verdade o Kenta é extremamente parvo e a Hiroshi só tem olhos para o Tsubaki. Quanto ao casamento eu não achei vulgar. Foi só um comentário de como o Tsubaki ficou no dia do pedido....eu ainda não me casei e muitas coisas podem acontecer... - ups!

Agora com o novo personagem a historia vai ganhando mais contornos de suspense, o que será que vai acontecer em Suna? Que tipos de aventuras estão a esperar a pequena Yamanaka?

Estou com o Tsu, acho que Hiroshi vai dá uma volta em Tsubaki e experimentar a vida antes do casamento .

Continua com a historia irmão