~ . S a g a . N i n j a . d e . M i t s u k u b a n e . K o u . ~
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L i n c e
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Kou, Ayane e Tohru reuniram-se atrás de alguns arbustos para chegar o mapa novamente e depois, utilizando alguns shunshins, chegaram ao calcanhar de Aquiles daquela guarda. A primeira torre, perto do rio.

A construção possuía um raio de quatro metros, assim como a altura de dezessete e era toda construída em tijolos, com reforço de madeira. Possuía telhas de barro escurecido, que era, porém, iluminado pela luz lunar. Em seu topo havia uma pequena sala única, com alguns objetos e quadros abarrotados, que era ocupada por uma menina de cabeleira branca como neve, de arco e aljava presos às costas, em alerta. Na base, uma única porta de acesso se encontrava trancada por dentro. Empunhando uma kunai, Kou se aproximou e explorou a fechadura com a ponta de sua arma. Em poucos instantes, um clique característico anunciou que a passagem estava livre.

No interior da torre existia uma escadaria circular sufocante, iluminada apenas por uma luz que vinha da sala superior. Os meninos, após observarem a segurança do ambiente, colocaram um pedaço de pano bem ajustado em cada ouvido e fizeram um sinal para a loirinha, que prontamente executou uma sequencia rápida de posições com as mãos e, em seguida, as posicionou em formato de concha perto da boca, apontando escada acima. A menina começou a cantarolar uma música lenta e macia, que logo despertou a atenção da guarda. Pode-se ver pela sombra que surgia no topo da escadaria que esta se aproximava, e Ayane aumentou o volume. Em poucos segundos, um corpo feminino despencou, tropeçando nos degraus, num estado estranho de estupor.

– Não era um clone, afinal – cochichou Kou.

– Não mesmo. Eu conheço esses olhos. São os mais belos olhos que eu já vi em toda a minha vida – afirmou a Kumonin, confiante.

– Você conhece uma guarda de Fuko?

– Meu clã é composto por artistas. Desde músicos a pintores que buscam novas formas de expor o que é belo. Meus irmãos adoram desenhar esses olhos. Vejam.

Os meninos então focaram na criatura. Era uma garota pálida. As madeixas lhe caíam sobre a face, e o olhar vazio fitava o nada. Aparentava não ter mais que dezesseis anos. Seus olhos pareciam mudar de cor conforme o observavam melhor. O verde-esmeralda se transformava em azul celeste em menos de dois segundos. A pupila permanecia constantemente dilatada, o que o tornava ainda mais lindo.

– O Clã Fuko é conhecido por seus dotes peçonhentos. Trabalhavam como olheiros para latifundiários em Iwagakure, mas logo que viram seu potencial sendo subestimado, passaram a servir para quem pagasse melhor. Seu doujutsu detecta qualquer coisa detentora de cor à distância de cem metros. Ou seja, eles têm uma visão muito boa, além do poder ofensivo de seus olhos: podem cegar seu alvo permanentemente, tirando-o a capacidade de captar a luz refletida nos objetos.

Aquilo pareceu deixar tanto Kou quanto Tohru perplexos.

– Mas – continuou Ayane – esses olhos são tanto um dom quanto uma maldição. Eles são cegos para nós. Como eu já disse enxergam qualquer coisa com cor, mas apenas isso. Logo, o negro, a ausência de cor, é seu ponto fraco. Vocês não têm ideia da sorte que tivemos por estar de noite. Estamos em vantagem.

– Bem, disse que não era um clone. É possível que sejam todas irmãs? – indagou o maior de todos, confuso.

– Sim... Os membros desse clã se parecem muito uns com os outros, a ponto de serem confundidos. Principalmente se pertencerem a uma mesma ramificação. Vamos logo, Kou, temos apenas mais uns três minutos até o efeito deste jutsu passar.

– Hai! – concordou o menino. Ele tirou com cautela de sua bolsa um dos dardos de Kya e aplicou exatamente na carótida da guarda Fuko. A respiração dela se tornou mais profunda e seus olhos fecharam de vez. Pelo cheiro forte do sonífero, tinham aproximadamente três horas para agir. O menino, com cuidado, recolheu seu arco improvisado e sua aljava de couro e guardou contigo. Os três então subiram as escadas ainda atentos e, ao chegarem à sala, começaram a analisar os papeis presos em quadros de aviso e gavetas.

– Esse aqui informa os horários de escoamento das sacas de ameixas – falou Tohru.

– Aqui tem um que mostra o horário das guardas de cada torre. Temos um problema – anunciou Kou – Kya deveria assumir a segunda torre próxima à principal daqui a trinta minutos.

– Ela ira – afirmou a menina do grupo – Eu irei. Consigo imitar a voz dela.

– É arriscado.

– Dou conta.

– Pois bem – começou o mais velho, estendendo seu fiel mapa sobre uma escrivaninha empoeirada – se formos numerar as torres em ordem decrescente, esta é a sexta. Nosso próximo passo é invadir a quinta – e apontou seu pincel para a respectiva torre –, rapidamente, e em seguida, a quarta. A terceira tem visão para as outras duas, então Kou, você assume nesta dá cobertura enquanto Ayane-chan toma o lugar da louca na segunda. Eu pego as rédeas da primeira. Depois saímos desse lugar antes do início dos trabalhos ao amanhecer.

Os companheiros do Time Nove concordaram sem questionar. O plano tinha tudo para dar certo. Observaram pela janela algumas tiras largas que terminavam na próxima Torre-alvo, onde lâmpadas eram fixadas. Decidiam caminhar canalizando chakra nos pés por elas, assim sendo ofuscados pela própria claridade abaixo de seus pés.

Kou, que posicionou-se na dianteira, sacou a sarabatana e mirou em guarda na janela do alvo, apenas por precaução. A guarda, porém, não parecia ter os visto. Quando o menor indicou o “um” com a mão após uma contagem regressiva, avançaram torre adentro e a finalizaram com um golpe. Amordaçaram-na e a trancaram num pequeno armário ruidoso.

– Duas de Seis – comentou Tohru. Vasculharam rapidamente as estantes e papéis no chão. Nada demais. Saíram pela porta dos fundos e caminharam sobre o rio, tomando o cuidado de se esquivarem dos focos de luz. Arrombaram silenciosamente a porta de maneira de maneira mais fácil que a anterior e capturaram a terceira Fuko. Metade já tinha ido. Lá havia algumas caixas com documentos. No quadro de avisos, Kou pegou o que parecia ser mais urgente.

– Aqui diz que as novas “fichas” serão levadas amanhã.

– Fichas? – a loirinha não havia entendido.

– Eu também não compreendi. Isso é realmente muito estranho. Bem, sua vez de agir, Ayane-chan.

E dito isso, a menina posicionou um único selo. Expeliu chakra pelos poros e, com uma pequena nuvem de fumo, já estava transformada naquela mulher arrepiante.

– Como estou?

– Ainda com voz doce. Tente mudar só um pouquinho...

– E agora? – Ayane urrou, quase fazendo os tímpanos alheios explodirem de nervoso.

– Per-perfeito – gaguejou o menor.

A partir dali, os ninjas se separaram. Kou seguiu a oeste esgueirando-se por trás de aglomerados de ameixas espalhadas até poder avistar a Torre de número três. Era um pouco menor que as outras. Da superfície mesmo, o menino posicionou bem o canudo de bambu e concentrou-se. Era o último tiro. Esperou. Esperou. Até que “sssfit”, head shot.

Pode ver o corpo despencando do parapeito da janela, então tomou um impulso com os pés na parede e conseguiu agarrar um pouco sem jeito o corpo ainda na queda. Atirou-se para o interior e colocou o corpo no chão. Estranhamente, era um menino. Talvez por seus cabelos irem até o ombro e ser muito parecido com as outras, Tohru tenha pensado se tratar de outra mulher Fuko. Kou não deixou de ter pena do menino, mas também aquilo era necessário. Fez um sinal positivo para seus companheiros entrarem em prática e os observou com uma kunai em riste. Ayane bateu na porta e entrou como Kya e a guarda voltou para a Torre Principal sem saber de nada. Provavelmente era lá que o dono e seus capangas estavam. Depois de tudo seguro, voltou à sala. Vasculhou cadernos e prateleiras, até achar uma caderneta de couro vermelho. O menino a folheou por alguns instantes, e percebeu que lá havia várias fotos de pessoas desconhecidas, seus nomes, dados pessoais e abaixo algumas estatísticas. Passou com os dedos rápidos cada página, até que uma em si lhe chamou a atenção. Era Nori, a gêmea raptada, neta postiça da velha Gael.

– “Estado: Invalida. 2% de chances de vitória” – leu, abaixo da foto da ruiva que estava suja, com vários cortes no rosto e parecia ter chorado – Que coisa doentia é essa?

Ele guardava a agenda na bolsa quando sua atenção foi chamada por um barulho baixo de asas captado por seu ouvido ainda funcionante. Na janela, um falcão de olhos grandes e pequeno porte havia pousado. Ele encarou Kou com um olhar curioso.

– Bem... Uma companhia não faria mal, não é? Você até que é uma gracinha – elogiou o Kumonin, batendo carinhosamente com a ponta do indicador abaixo do bico da ave.

– Não me obrigue a te devorar – respondeu o falcão, impaciente, fazendo-o recuar.

– Vo-você fala?

– É um dom. Ainda acho que alguns como você não o deveriam tê-lo, sabe? Apenas ladys como eu. Sim, eu sou um falcão, porém uma fêmea. O que é estranho, porque...

– Cale-te, Quinn! – gritou Lince, tempestuosa, se lançando para dentro da torre. Kou já havia desembainhado sua Tanto para um contra-ataque quando a garota estendeu suas mãos para o alto, num ato que mostrava rendição. – Preciso que você me escute.

– Escutar? Você acha que eu vou sentar aqui? Tomar um chá com você enquanto conversamos? Eu não sou um idiota, Mai! – despejou, alterado, o pequeno.

– Ei, fique calmo – e Mai deu alguns passos rápidos para frente, pousando sua mão direita do ombro do rapaz e usando a esquerda para ajeitar uma madeixa que lhe caía à face – Eu quero te contar toda a verdade.

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Poisé... Ela voltou...
Hahaha espero realmente que estejam a gostar da história
E obrigado a todos que têm acompanhado!