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Filler 23 escreveu:

- " Então isso potencia-te o taijutsu de punhos..." - concluíu Akira examinando o seu oponente. - " Vamos a isto."

O oponente investia com um salto puxando atrás o seu punho maciço duro como uma rocha. Também com uma repulsão de pernas o pai de Zehel investia com toda a sua força para a frente, empunhando a sua katana que brilhava com os raios a serem conduzidos pela lâmina. Preparavam-se para o embate final, o que faria o Zetsubõ após ter ouvido tal pedido de socorro?

Um estrondo soou quando os dois embateram um no outro, o poderoso punho de Nemuri capaz de esmagar qualquer coisa que lhe aparecesse à frente era uma poderosa arma, mas não contra uma katana. Repeliram-se mutuamente em pleno ar deixando uma fina linha de sangue encarnado no ar. O ataque de Akira tinha cortado os nós dos dedos da forma Senninka, facto que apenas fez o clima da batalha aquecer mais.

Sem perder um momento os dois voltaram ao ataque correndo um para o outro. O enorme punho da criatura que silvava varreu o ar pondo em perigo o pai de Zehel. Fechando os olhos ele concentrou-se numa técnica muito antiga que lhe tinha sido ensinada pelo seu sensey. Fazendo o punho do seu oponente contactar com a lâmina da sua katana acompanhou o movimento deste aproximando a arma de si. Então fez um efeito alavanca para elevar não só o aço prateado mas também o punho do oponente. Por cima de si o movimento do punho continuou deixando uma aberta no flanco de Nemuri.

- Suiton: Mizu Kamikiri! - exclamou enquanto libertava um quarto de lua dos seus olhos, debaixo de si a água formava um poderoso jacto que Akira usou para se locomover a uma elevada velocidade. Passou pelo seu oponente extremamente rápido e voltou à sua posição base quando o jutsu se extinguiu. Uma gota vermelha caiu suavemente da ponta da sua lâmina manchada de vermelho. Atrás de si o senninka foi de joelhos ao chão com um corte na perna direita.
-Os teus braços são uma arma fantástica devo dizer... - falou com a voz calma certo de que iria ganhar. - Mas as tuas pernas ficam desequilibradas devido à desproporção criada.

Com meia volta e segurando um selo na sua mão o homem fitou o seu oponente concentrando o seu chakra.
- Kai! - exclamou fazendo o selo que havia colocado na perna dele explodir.
A besta urrou com a explosão sendo atirado para o lado esquerdo. A sua perna direita estava totalmente inutilizável pelo que Nemuri não podia mais continuar em combate.
-  Nehan Shōja no Jutsu. - afirmou conclusivamente Akira fazendo a criatura adormecer deitada no chão.


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- Huu... - queixou-se Nemuri ao acordar, tinha uma  dor enorme na perna e não sabia porque.  Olhou para o lado e viu a figura de Akira sentado junto dele com a palma da sua mão sobre a sua barriga. - Porque não me matas-te? Eu sou o teu inimigo! Devias ter me morto ali mesmo, eu... eu sou um assassino! - gritava o homem de cabelos castanhos começando a levantar-se

Com um movimento rápido com o braço livre Akira dava uma chapada na testa do homem fazendo-o voltar a deitar-se.
- Não tenho qualquer razões para te matar. Ao longo de toda a minha vida vi inúmeros homens maus e homens bons e de uma coisa eu tenho a certeza, esses olhos não são de alguém que é mau. Os olhos que vi a pedirem-me para o salvar não são de alguém que era mau. - Falou Akira.
- Mas... Eu matei inúmeros da tua família e muitos mais crimes! Como não pretendes vingar-te de mim? Não é razão suficiente para me matares. - dizia em voz alta Nemuri revoltado.
- Vingança só trará mais e mais infelicidade. O meu verdadeiro objectivo não é matar-vos e muito menos será vingar quem já faleceu. A vingança não os trará de volta. O meu objectivo é evitar que vocês façam cada vez mais vitimas, nenhum outro clã deveria passar pelo que nós passamos. - declarava o homem olhando para a frente, olhando o infinito.
- Mas... - continuava a insistir Nemuri.
- Não há qualquer "mas"! - reclamava Akira farto de o ouvir só a insistir. - Não o irei fazer... Agora conta-me como um homem como tu acabou na Hantã no me?
Nemuri ainda abriu a boca e elevou a sua mão para questionar o que ele queria dizer com "homem como tu" mas logo parou ao compreender o que lhe tinha sempre cativado no olhar do pai de Zehel.

- Foi já há muito tempo atrás... - começou o encostando-se para trás relaxando o seu corpo magoado. - Nasci numa família muito unida, que sempre me deu amor e me protegeu com tudo o que tinha. Fui criado como uma porcelana rara que a qualquer momento podia partir-se, mas nessa altura não me apercebia disso. Todo o meu mundo eram os meus pais e por isso não dava importância ao resto. A verdade era outra, a minha família não era vista com muito bons olhos...
- Devido à vossa condição suponho. - declarou Zehel fazendo o homem soltar uma gargalhada.
- Acho que és dos primeiros que não se refere ao Senninka como uma doença, obrigado...- disse Nemuri de forma sentida. - Sim devido à nossa condição todos na nossa vila consideravam-nos uma epidemia nojenta que podia matá-los a todos. Todos nos olhavam com medo, repulsa e quando cheguei à academia senti bastante mais isso... Todas as  crianças afastavam-se de mim, os pais delas afastavam-nas e diziam-lhes coisas horríveis a meu respeito. Até que conheci alguém que era diferente... - Falou o homem começando a escorrer-lhe as lágrimas dos olhos. - Ele aproximou-se de mim e quis ser meu amigo. Foi o meu primeiro amigo e o único em toda a minha vida, a partir dai brincamos, chateamo-nos e crescemos juntos. Formamos a mesma equipa após nos graduarmos na academia e íamos sempre juntos em missão. Mas houve uma noite que as coisas não correram da melhor forma... Estávamos em missão e fomos atacados por uma emboscada de shinobis eles rodearam-nos a todos e começaram a atacar-nos... A única coisa que eu me lembro desse ataque foi eu ter acordado numa zona totalmente destruída, com restos de madeira e uma grande cratera no chão. À minha volta haviam corpos, não só dos oponentes... - Nemuri fez uma paragem devido à emoção de relembrar o momento. - mas também os meus companheiros...
- Foi a primeira vez que o senninka apareceu? - perguntou com voz calma Akira, sentado de pernas cruzadas escutando atentamente a história.

O homem abanou afirmativamente a cabeça confirmando a suspeita do pai de Zehel.
- Foi ai que o líder surgiu, ele pegou em mim e disse me que se viesse com ele nunca mais aquilo aconteceria, que ele conseguia reprimir o monstro. E assim foi que me juntei à Hantã no me. - concluía Nemuri o seu conto.
- E era aquilo que estavas à espera? - questionava Akira buscando os verdadeiros sentimentos do homem de olhos gentis.
O silêncio de Nemuri foi o suficiente para Akira ter a sua resposta. Ele tinha-se apercebido no momento em que olhara nos olhos do seu oponente, não eram malignos como os outros da Hantã no me que havia encontrado, ele era uma pessoa que se via obrigada a ficar na organização não por escolha própria mas por obrigação.

- Eu posso-te dar um lugar onde ficares, um sitio onde não precisas de fazer as coisas que achas incorrectas. Posso te providenciar um local fora de stress de modo a que consigas aprender a dominar os teus impulsos. Isto se aceitares vir comigo. - propunha o actual líder dos Zetsubõ. Ele no fundo sabia que aquela era uma decisão que cabia ao filho fazer, mas tinha confiança de que quando ele voltasse do sub-solo de Valéria já tivesse passado pelo treinamento necessário.
- Nemuri aceitas vir comigo e corrigires o mal que fizeste no passado? - questionou o homem com a mão estendida para Nemuri.

Então, o Akira vai levar o gajo para Valéria? Hmm, acho que ele está a ser muito ingénuo. O pai parece desconfiar de qualquer coisa e, além disso, o gajo ainda andou à pancada com eles. Para colmatar, o Senninka é uma habilidade imprevisível, acho que vai dar para o torto .

Boa escrita, já estou farto de elogiar a tua história .

Continua ^^