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Confusão. Este é o termo mais certo e que melhor pode definir-me. Penso e sinto que posso ser infinitamente bondosa, e ter o mesmo tanto de maldade. Dizem que isto não é possível, mas talvez devessem conhecer-me para ter a prova de que não sabemos nada de nosso próprio mundo

Abri meus olhos. Pelo tipo de ardor e dada a seca ao redor deles, presumi que mais uma vez chorei até dormir. Não tinha a menor vontade de levantar-me, até por saber que veria meu reflexo no espelho - e seria uma horrenda visão. Respirei fundo, a tentar achar algum sentido na vida (mais uma vez). Sentia-me uma idiota marionete, sem vida própria e à mercê de tudo: do mizukage, de ninjas mais habilidosos, da (suposta) Miku-san... Tornei a fechar os olhos, respirando fundo. Um turbilhão de pensamentos rodavam em minha mente, chegando a doer-me a cabeça.

E novamente abri-os. Mais uma vez o escarlate reluzia em mim, nos braços e tronco, e parte das pernas. Parecia que tinha tomado um banho gosmento de sangue, embora por algum motivo eu estivesse parcialmente limpa. Enchendo-me de coragem, olhei ao redor: não era meu quarto, uma vez mais, e sim a fria e úmida floresta de Kiri. Um arrepio percorreu minha espinha quando ouvi um grito de horror ali perto. Subi nas árvores e fui guiada por um choro soluçante e desesperado, e dali a pouco, deti-me petrificada: seis porcos tinham sido brutalmente assassinados em frente a uma pequena chácara. E o termo "brutal" talvez mesmo seja um eufemismo: estavam esquartejados, dilacerados, dois balançavam pendurados com corda em volta dos pescoços, e suas fezes centímetros abaixo do chão indicavam o quanto agonizaram antes da morte.

Outra vez aquela sensação de estar morrendo pairava no ar. Não sei o que anda acontecendo à minha memória, já era a segunda vez que dormia em casa e acordava na rua, com um estranho acontecimento. Além do sangue, nada mais parecia ligar-me aquelas coisas, e por mim assim continuaria. Mas se hipoteticamente eu fosse responsável por tais atrocidades, por que não lembrava? Por que teria motivos? Isto era suficiente para eu mesma inocentar-me? Acredito que se eu estivesse consciente, talvezsentisse remorsos; mas como podia sentir se nem sabia se realmente fora eu? Então mais uma vez deixara o local. Sem pistas. Sem testemunhas. Sem vida, muito menos punição.

Citação :

Os bilhetes continuavam. Eu não sabia se aquilo era um bom ou mau sinal, mas sentia-me facilmente manipulável - por mais que detestasse admitir, sim, eu era. A falta de objetivos de vida facilitava isto. Eu procurava desesperadamente por algo que prendesse-me, que mostrasse-me que viver não era um fardo. Pode parecer doentio, mas matar tinha um efeito terapêutico; claro que não era uma meta sair matando por aí, mas era onde a frieza do meu coração não incomodava e o vazio enchia-se de algo inexplicável.

Outra coisa também amenizava minha solidão e meu vazio: ajudar os outros. Mas as pessoas tendem a ter medo do meu olhar e do meu silêncio, então se as ofereço ajuda, logo sou chamada de demônia ou algo do tipo. Por isso tenho ajudado apenas cegos, pois por eles não conseguirem enxergar minhas feições físicas, sabem que tenho sinceridade em meus atos - mesmo que carregue uma aura escura. E com minhas obrigações ninja, isto têm tornado-se cada vez mais difícil. E a primeira opção têm mostrado-se mais atrativa.

Não apenas atrativa, mas também... Prazerosa. Quando penso assim, parece que estou morta por dentro... Mas ao mesmo tempo, vivíssima. E foi por isso que eu resolvi experimentar matar. Em sã consciência.

Era tarde da noite. Tinha ido jantar em um restaurante no centro, e vinha andando devagar para observar a paisagem. Ao chegar na esquina de minha rua, um maldito cão de rua, sujo e faminto, revirou o lixo, espalhando-o bem na porta de minha casa. Um ódio latente e inexplicável aflorou, e a única coisa em que conseguia pensar era que a morte era a única solução para ele: era punição pelo que tinha feito, ao mesmo tempo em que nunca mais passaria fome por não mais existir. Puxei minha katana da cintura, fazendo-a brilhar com a luz da lua cheia. O pobre animal estava completamente alheio, sequer notou quando aproximei-me dele. Quando finalmente ele viu-me, inocentemente balançou a cauda como que a pedir algum carinho de minha parte.

Já tinha o visto pelas redondezas algumas vezes, era extremamente dócil e brincalhão. Inclusive eu dei comida a ele e panos velhos para as noites mais frias. Meu primeiro golpe visou o pescoço, mas ele notou minha movimentação anormal e desviou mais para o lado, e acertei suas costelas. Ganiu alto, e o choramingo apenas irritou-me ainda mais. Desenhei um corte diagonal ascendente, rasgando o peito do animal. O sangramento era intenso, e sua dor provavelmente ainda maior; mas minha katana estava sedenta, e meu braço sacudiu-a novamente, atingindo-a na perna traseira esquerda. Seu choro desesperado acordaria os vizinhos em minutos, mas ser descoberta por um ato tão cruel não era suficiente para paralisar-me, afinal a excitação de controlar uma vida era enorme.

Um novo golpe na outra perna traseira, e eu decepei sua pata. Pronto, agora ele não conseguia mais andar. Dirigi meu olhar para os olhos dele, e vi o horror lá estampado. Ele implorava-me silenciosamente pela vida, mas eu não estava minimamente disposta a ser gentil. Desferi um soco em seu rosto e o bati com chutes entrecortados por perfurações de minha lâmina. Percebi que suas cordas vocais perdiam força: ele finalmente estava cedendo. Olhei para os lados. Nenhum vizinho acordara. Devo ser bastante sortuda. Cravei minha katana no crânio do animal, até sua ponta encontrar o chão, para ter a certeza que nunca mais teria lixo espalhado na porta de minha casa. Pelo menos trazido por aquele maldito cão de rua.

Entrei em casa. E não senti o menor remorso pelo que fizera. Desta vez estava lúcida, completamente consciente de tudo que acontecera. Sabia de onde vinha o escarlate grudado em mim. E o estado em que ficara sua fonte, afinal, era obra minha. Não esqueceria quando acordasse, de alguma forma eu sabia. Tampouco eu realmente queria que isto caísse no esquecimento. Um sentimento entorpecente embalou-me, enquanto um sádico sorriso possuía meus lábios. Assassinar era errado, mas tão... Revigorante!

Nota da Eve:

Tá bom estou a ver que Harima não gosta de animais, e isto assusta-me bastante. Hahaha

Agora vamos ao que interessa

Seus fillers São ótimos, sabe retratar muito bem os pensamentos mesmo que os mais obscuros e reprimidos por Harima e isto é algo que um dia penso em aprender para poder utilizar com Renato. Sua historia está envolvente e simplesmente estou a gostar de seus fillers, mais quero deixar claro não da FaxineiraPedofilaAssasinadeGatosSemVidaAmbulante. Pois não gosto de assassinato de animais hahahaha

Pelo visto Harima era mesmo a assasina dos animais mesmo sem saber disto. Apesar que agora eu acho ela mais psicopata que antes, e isto me deixa com muito medo. E a pensar qual animal sofrerá o próximo ataque dela.

Lembro que vc falou que queria que não odiassem a Harima, você não esta á ajudar matando animais inocentes por aí (apesar que não sabemos se foi você.) Então para não aumentar o ódio e a chance de ela ser morta por algum bom samaritano (Katsu e Angelus) por ai. Não saia matando animais. Te dou este conselho. hahahahahahaha

Por fim, continua e força na historia.

Adorei esse filler! Tão intenso!  Adorei mesmo! Apesar de ter sentindo pena do pobre cão D: A Harima é uma doente D: Sinceramente D: Eu leio e fico pensando o que diabos pode fazer ela tomar juízo

Tenho de concordar, ela tem algum ódio latente por animais. Quando inconsciente, porque nunca se virou para outros humanos? Acho que o mistério da sua inconsciência assassina é o que mais me intriga. Ela aparenta ter uma paixão platónica por sangue animal, mas acho que o mais "normal" no vício de matar seriam outros humanos. Se foram eles que lhe causaram tanto sofrimento e horror no passado, seriam eles que deveriam agora sentir o que ela sentiu há tantos anos atrás, não os pobres dos animais .

No parágrafo acima falei como se tivesse vontade de matar . Gostei do Filler, mais uma vez intenso com as emoções e loucuras de Harima. Aparentemente ela não quer ser faxineira, tornando-se gradualmente numa pequena assassina. Agora cães indefesos, mais tarde o Mizukage ahah.

Continua ^^

Quem sabe o Katsu a médio prazo também, né?
Bruninho, ela não é psicopata... Ela apenas é confusa. E apesar de não parecer, ela gosta de animais, lembrem-se que ela já havia dado comida pra ele Obrigada pela leitura e pelos elogios ^^