A mesa estava posta na varanda. Forrada por uma elegante toalha branca, na mesa havia pão de centeio, uma variedade de sucos e geleias, além de uma cheirosa chaleira com chá quente e ovos recém-cozidos. Um belo café-da-manhã para uma bela manhã das primeiras horas do dia. Sentado à mesa, um homem que possuía as marcas do tempo sob os olhos prestava atenção em sua leitura matinal, bebericando na xícara que acabara de encher sob o ruído tranquilo do mar cuja visão ampla do alto fazia-o observar todo o litoral próximo. Da sua varanda privativa, Nero tentava ler as entrelinhas do jornal, buscando as notícias que certamente criara através de suas ações pouco ortodoxas e ilegais. Já havia se passado muito tempo desde que fizera uma promessa e conforme as notícias promissoras que chegavam da Ilha da Lua, logo precisariam sair das sombras para agir. Seus carregamentos do Mar do Sul, agora sem a intromissão das patrulhas, tomavam conta de uma rota direta para o País do Vento e arredores, faltando um passo para começar a atravessar a fronteira e assolar o País do Fogo. Tudo como planejava estava de acordo, mas o tempo não era seu aliado. Esses pensamentos lhe causavam medo. Afinal, qual homem não sentia esse sentimento? Mas mesmo assim, a vontade de prosseguir com seu ideal suprimia o medo de maneira muito eficaz. Tomando mais um gole, o conspirador percebeu a entrada de um de seus generais.
 
- Seu filho está em Horan, meu senhor. - Disse, ajoelhando-se em respeito.
- Muito bem. Obrigado, Daketsu. - Acenou, liberando-o para sair.   
- Mais uma coisa, senhor. Os homens estão aqui. - Concluiu o assecla.
- Ótimo. Mande-os para a sala de reuniões. - Comandou.
 
Obedecendo a seu chefe, o capanga se ergueu e caminhou até a porta de entrada, descendo pelos degraus até chegar ao salão de espera onde duas pessoas aguardavam. Um era franzino e pouco se podia ver dele através da imensa capa de chuva preta que cobria seu corpo, deixando à mostra apenas suas sandálias de viagem. Com o rosto coberto por uma echarpe branca para proteger-se da areia, o primeiro trazia um grande chapéu de palha que lhe garantia sombra em todas as direções. A segunda figura tinha compleição de um gigante. De estatura que ultrapassava os dois metros, o segundo homem tinha seus músculos protuberantes que o obrigavam a manter a capa aberta para que esta não rasgasse com algum movimento bruto. Vestindo um kimono também de cor preta, ele escondia seu rosto através de um lenço vermelho, deixando apenas seus olhos totalmente negros. Sem sombreiro, este trazia apenas uma careca com algumas tatuagens com escrituras indecifráveis. Figuras sérias e estranhas. - Meu senhor os aguarda. - Disse Daketsu, inclinando-se em reverência. - Por aqui, por favor. - Acompanhou-os na subida dos degraus em direção à sala de reuniões. A porta corrediça se abriu suavemente, mostrando uma grande mesa oval, com várias almofadas para amparar os convidados, além de um tabuleiro de xadrez com as peças desordenadas, indicando uma partida ainda não concluída.
 
Ficando à porta, Daketsu se inclinou educadamente enquanto os homens passavam por ele, para então deslizar a porta num singelo movimento para retornar ao corredor e chamar seu comandante. Então, enquanto esperava pacientemente, o homem corpulento juntou mais algumas almofadas e se ajoelhou de frente a mesa, juntando as mãos nos joelhos, mostrando que compreendia um pouco de etiqueta. Tudo como mandava o figurino. O outro, claramente mais curioso, adiantou-se e se aproximou da janela onde ficou a observar o tabuleiro armado por alguns instantes numa silenciosa meditação, até que teve sua concentração interrompida pela entrada do contratante que acabara de fechar a porta atrás de si. Nero vestia seu uniforme militar impecável, com algumas medalhas no peito, ele carregava um sabre prateado preso à cintura como se ainda fizesse parte do exército do País do Vento. O imponente ex-militar olhou em volta e percebeu que o outro vislumbrava o tabuleiro com o qual jogava com seu filho há três meses e se aproximou para abrir um leve sorriso. Levando a mão ao bispo, Nero o moveu na direção do cavalo, ficando frente a frente esperando impressionar o convidado com uma manobra arrojada. - Um bom dia aos dois. - Comentou em tom solene, voltando-se para a mesa de reuniões. Os estranhos acenaram em resposta e se sentaram para começar as negociações sobre o contrato em questão.
 
- Quer dizer que o senhor tem uma centena de homens? - Perguntou Nero, indo direto ao assunto.
- Isso. Mediante um preço, todos serão seus. - Respondeu o estranho, através de sua túnica.
- O investimento é alto. Seria óbvio testá-los. - Concluiu o chefão, esfregando o queixo.
- Nada mais justo. Estamos prontos para o teste. - Disse, para a surpresa do homem.
 
Nero olhou em volta e achou que aquilo não passava de uma piada quando o estranho franzino se levantou e mordeu o dedo rapidamente. Juntando as mãos numa cadência de selos, ele sussurrou o nome do jutsu de invocação e bateu na madeira da mesa de onde surgiram três marionetes estranhas que se mantinham de pé, numa postura imponente. O contratante continuou sentado ao assistir aquela pantomima, buscando a empunhadura do sabre para qualquer eventualidade. Nesse momento, Jukan irrompeu pela porta e, sacando seu par de katanas, colocou-se à frente para proteger seu chefe. Um estranho impasse agora se instalara. Nero e Daketsu olhavam fixamente para os dois e suas três marionetes, esperando qualquer movimento brusco para atacar quando o invocador pareceu não se importar. - Estes fazem parte de meu exército. Temos mais noventa e sete deles prontos para agir ao seu comando. - Concluiu a apresentação daquele produto, sentando-se logo em seguida como se nada estivesse acontecendo. Seu acompanhante másculo também não se movera. Apenas fitava a mesa como uma estátua. Alguns segundos de silêncio dividiram os quatro quando Nero alcançou o ombro do segurança, mandando-o se acalmar. O segurança se inclinou para frente e recuou, repousando suas lâminas de volta nas bainhas. Maneando a cabeça, o ex-coronel fez um sinal, comandando-o para que os deixasse a sós. - Ótimo então, o que sugere para testá-los?. 
 
 

Hmm, acho que este Filler não foi assim muito impressionante. Foi mais uma apresentação de um aparente plano de Nero, relacionado com a "contratação" de mais aliados e das suas respetivas marionetas (que aparentemente nunca mais terminam ).

Neste texto não tenho muito mais a dizer, continua ^^

Então temos um homem que consegue usar a técnica secreta do Sasori, creio que Brian iria gostar de conhecer esse homem para fazer uma disputa entre marionetes. Fico a imaginar o que Nero quer com esses homens, talvez prefira contratar mercenários para fazer os trabalhos mais sombrios. Vou continuar a ler para saber as intenções desse Militar.
 

Força Na Historia!!!