É engraçado como o tempo funciona. Tão rapidamente o gastamos em coisas futeis, como nos preocupamos em optimizar o nosso uso dele para melhorar a nossa vida. Infelizmente, há uma constante que se mantem no meio disto tudo: Se o tempo é limitado, qual é o momento exacto de uma vida em que deixamos de investir tempo e passamos... a viver? Podemos não querer nada da vida, e conseguirmos pouco, ou então queremos tudo e acabamos por ter nada. Uma questão de balanço, supõe-se. Itari, contudo, transcendia um bocado estas questões. Se o estado actual de um ser vivo é uma consequencia de uma observação de um termo de uma sucessão limitada, então podemos concluir que esta mesma sendo convergente e limitada vai.. acabar, nunca divergindo.. Porque a necessidade de glória, de fama? De dinheiro e riquezas, de putas e vinho verde?
Prazer temporários? O problema com esse tipo de pensamento é que vai contra a definição de prazer em si. Se, prazer é o objectivo final de uma vida, então a ausencia de dor não será o mesmo? Contudo, se um prazer temporário for definido como um desvio padrão na escala de prazer sobre o tempo, então a ausencia de prazer temporário não é considerado dor?
Apatia seria a resposta certa. Apatia para tudo, e para com todos. Funcionaria.. sim. Infelizmente, o ser humano não é um ser perfeito. Alias, muitas das vezes Kentai questionava-se se o ser humano era sequer um ser.
Itari não existia sozinho. Pertencia a uma sociedade, e, como tal tinha regras a cumprir. Metas a atingir. Expectativas a ultrapassar. Se pertencer a uma sociedade nega então, nativamente, apatia, qual o estado primário a assumir?
Não há resposta. Apenas uma interpertação pseudo filosófica que cada um pode fazer da sua propria vida. Se uma pessoa quiser masturbar mentalmente sobre os seus proprios feitos, que o faça. Se uma pessoa quiser viver numa função periodica de minimos e maximos, está no seu direito.
Itari e kentai?
Se as suas proprias vidas não podiam ter nem estabilidade, nem interesse, porque não perseguir conhecimento? Contudo, devorar factos já era o estado padrão de itari. E kentai... bem kentai era o Kentai.
Isto tudo para dizer o que?
Nos ultimos 2 anos, desde os seus 21 anos Itari havia viajando de terra em terra a procura de coisas para fazer, pessoas para ver, conhecimento para obter. A procura de uma razão para viver, e kentai de algo para o entreter.
Isso ou o escritor desta merda é um perguiçoso do caralho.
Itari havia mudado bastante de aspecto. Continuava alto e esguio, como sempre. Contudo, o cabelo bastante mais comprido, e barba rasa. Pela falta de lutas, muito do seu equipamento encontrava-se armazenado em scrolls em vez de os carregar consigo. Uma simples capa que cobria o seu braço ferido, uma corda a cintura e 3 scrolls na mesma, Itari parecia bastante mais adulto. Corrigindo, não parecia, era bastante mais adulto, como uma conexão bastante mais forte com kentai. Este, devido a calma na sua vida havia recuado a sua necessidade de esconder a sua dor com piadas sobre mamas e vaginas, e substituia essas mesmo com sarcasmo e arrogancia. Itari questionava-se se preferia o kentai actual ao antigo.
Itari encontrava-se sentado, sobre uma fogueira pequena, olhando para um mapa “criado” pelo o seu jutsu inutil. Kentai formava-se no seu ombro, olhando para o mapa.
Kentai: Cha no nuki?
Itari: A dona Matilde da casa onde nós ficamos disse que tinha visto 2 jovens shinobis a dirigirem-se para lá a uns dias. A descrição indica ser a Ayame.
Kentai: Tamanho de copa da descrição?
Itari: C.
Kentai: Ela é no MINIMO um DD.
Itari: Até podia ser um ZZ. Mais rapidamente tocas na campa que nelas.
Kentai suspirava. A ideia de ter um Itari que tinha capacidade de responder era irritante. Extremamente irritante
Kentai: Queres ir visita-la?
Itari: Não vejo porque não. O que é que pode correr mal?
Correu tudo mal