Após apoderar-se da espada bastarda que encontrou, o pai de Sikira propós a encontrarem-se num dos celeiros abandonados do vilarejo para lhe ajudar a desenvolver os básicos da arte do kenjutsu.
— Vamos começar por treinar o teu corte. — Disse Hisame apresentando-lhe varas de bamboo que se equilibravam no chão a partir de um jutsu. — Corta iste'.
Parecia uma tarefa fácil para a espadachim esquerdina, sendo que se encontrava a cinco metros do seu alvo começou por reproduzir o selo do tigre de modo a espalhar chakra nas suas pernas, desta forma pode impulsionar-se velozmente e assim que fechou a distância entre ela e a vara sacou da sua arma da cintura para realizar um corte horizontal ascendente, colocando toda a sua força no braço para garantir o sucesso.
Para surpresa dela a vara parecia resistente como ferro e toda a força que tinha usado tinha sido ripostada contra si própria, causando uma dor horrível nos seus músculos e pulso que ao fracassarem fizeram a espada cair ao chão.

Após um gemido de dor a kunoichi queixou-se. — Porque é que não me avisaste que isto não é uma vara normal?
Hisame soltou uma larga gargalhada. — Bater com a cabeça é uma óptima maneira de aprender, agora sabes que força não é tudo e que aquilo que fizeres pode se virar a ti. Experimenta um corte com ângulo nulo.
— Comecei a brincar com isto ontem, não sou capaz disso.
— O que te impede? Só a tua mente. Vamos exercitá-la antes de tudo mais.
Dito isto Sikira submergiu num mundo onde só sombras eram visíveis, era óbvio de que se tratava de um genjutsu e que tinha de quebrá-lo mas para isso precisava de ambas as mãos, nesse momento percebeu-se de que ser espadachim tinha muitas mais desvantagens do que pensava. Podia no entanto ferir-se a si própria mas essa era uma opção de último recurso e que não tinha qualquer interesse durante um treino. Observou atentamente o chão e pode distinguir a sombra humana de Hisame e alguns metros ao lado a sombra cilíndrica da vara, com uma força imponente lançou a sua espada no pau de bamboo, aproveitando o momento para treinar a sua pontaria. Sorriu ao entender que tinha acertado e que a espada tilintava no choque e uma vez mais ao cair ao chão, sem magoar o seu pai.
Segurou o selo correspondente à técnica de libertação enquanto que estabilizava o seu fluxo de chakra, por fim libertou-o de uma só vez, quebrando a ilusão. — Kai! — E a sua visão voltou gradualmente ao normal.

— Óptimo, mas se isto fosse uma batalha a sério achas que mandar a espada fora sempre que queres fazer um jutsu é inteligente? — Inquiriu Hisame apontando-lhe a própria arma dela, depois deixou-a cair ao chão. — Tenta recuperá-la.
Dito isto a kunoichi investiu rapidamente, sabia que precisaria de um plano mas a ideia dela era aplicar pressão até pensar em algo melhor. Golpeou primeiro com um soco ao nível do peito a que este se desviou e complementou então com outro murro que acertou uma vez mais no ar. Hisame pegou nela com ambas as mãos e elevou-a no ar antes de a lançar impiedosamente.
— Aaah! — Gritou a Sikira voadora, alterando o seu tom ao aterrar para complementar com a dor do embate.
Ainda no chão avaliou as suas opções. «Para reaver a espada tenho duas opções, deitá-lo ao chão ou afastar a arma dele. Visto que a primeira está fora de questão posso tentar afastar a espada com um carrinho, aproximo-me dele para que pense que vou atacá-lo e depois lanço-me ao chão e empurro a espada por baixo das pernas dele. Para impedir que ele se aproxime dela novamente antes de mim vou preparar as Kusari e lançá-las na direcção onde a espada parar, dessa forma posso surpreendê-lo uma vez mais.»

Levantou-se então ao mesmo tempo que impulsionava chakra nas suas pernas e libertou-o na forma de um Shunshin, aproximou-se rapidamente de Hisame e ergueu o seu punho para fazê-lo pensar que iria esmurrá-lo novamente. Este por sua vez cruza os braços ao nível da cara e mantém as pernas abertas.
— Enganei-te! — Exclamou ela contente ao lançar-se ao chão impiedosamente, deixando as suas pernas deslizar por baixo de seu pai até alcançarem a espada, nesse momento pontapeou-a com uma força vigorosa de modo a projectá-la na maior distância possível.
— Boa, mas isso não é o suficiente. — Disse ele ao saltar de costas para se aproximar novamente da arma.
Estava tudo a correr tal como previsto e isto permitiu Sikira reagir incrivelmente rápido, retirou um makimono da bolsa ninja e a sua habilidade permitiu abrir o papel nesse mesmo movimento. Invocou as correntes metálicas do pergaminho e lançou-as com bastante precisão para onde a espada tinha caído.
— Em cheio! — Gritou ela ao ver a corrente enrroscar-se nas pernas do seu pai assim que este caia sobre a espada.
Utilizou ambas as mãos para puxar pela Kusari com brutidão, projectando Hisame até ao chão e tornando mais fácil levantar-se do chão, devido à força e principio da alavancagem.

— Essa foi boa, gaiata.
Tudo tinha corrido melhor que esperado e ela conseguiu reaver a sua espada. O ferreiro levantou-se e explicou logo o próximo exercício.
— Está na hora de um desafio de lógica!
— Fixe! — Sikira mostrou-se logo entusiasmada.
— Três ninjas suspeitos de serem agentes duplos são interrogados, o Yahiko diz que a Konan está infiltrada, Konan diz que Nagato está infiltrado e Nagato diz que Konan mente. Sabemos que só existe um infiltrado e que ele está a mentir, quem é o infiltrado?
Imediatamente a kunoichi coloca a sua massa branca ao trabalho. «Como é que eu posso adivinhar quem está a mentir? Deve de haver alguma lógica ou contradição que indique quem é o infiltrado. Vamos começar pelo Nagato que afirma que Konan mente, ao contrário dos outros dois que afirmam alguém ser um infiltrado. Se Nagato é o infiltrado significa que ambos Nagato e Konan dizem a verdade, o que é completamente impossível porque isso indicaria que TODOS são infiltrados. Se Nagato realmente está correcto significa que Konan é a infiltrada e sendo ela a única a dizer a mentira, Yahiko confirma-o.» — Konan é a infiltrada! — Exclamou ela com todo o prazer de mostrar a sua inteligência.
Hisame ficou impressionado com a rapidez do raciocínio dela mas logo bombardeou-a com outra questão. — Então e se houverem dois infiltrados?
«Com dois infiltrados a lógica altera-se por completo, mesmo que Nagato continue a dizer a verdade, Yahiko já não o pode confirmar. Isso significa que Nagato é obrigatoriamente um infiltrado... e isso também implica que a Konan diz a verdade, ou seja Yahiko é o segundo infiltrado.
— Neste caso trocam-se os papéis, Nagato e Yahiko são os infiltrados!
— Certíssimo! — Exclamou Hisame orgulhoso da sua filha. — Deviamos era voltar a treinar aquilo que vieste aqui treinar, técnicas com a espada. Onde é que nós tínhamos ficado?

— No ínicio, nem cortei a vara, lembras-te?
— Ó sim, realmente esse exercício é demasiado para ti, tive outra ideia. — Apontou para um barril que se encontrava à distância. — Traz-me aquele barril.
Percorreu o caminho de ida com uma multitude de Shunshins, impulsionando chakra para as pernas assim que necessário para tonificar a sua agilidade. O barril não tinha tampa e estava cheio de... frutas variadas!? Era extremamente pesado e a kunoichi esforçou-se bastante para o elevar o suficiente para o mover, após recuar dez passos com o barril em mãos não aguentou mais a pressão que este fazia nos seus músculos e deixou-o cair ao chão. A sua respiração estava extremamente ofegante de todo o cansaço que mover aquele barril estava a causar, e ao olhar para trás e ver todo o caminho que ainda lhe faltava percorrer teve quase um ataque cardíaco.
«Vai-te lixar pai... pensou ela, inspirou fundo e novamente ergueu o barril aplicando-lhe toda a força que lhe era possível. Iniciou novamente o seu percurso de marcha atrás e ignorou por completo o cansaço, a sua cara tornava-se vermelha à medida que o sangue lhe fluía de todo o esforço e os músculos ficavam doridos, mas nada lhe fez pausar e quando deu por si tinha chegado ao destino.
— Fr... Fruta? — Perguntou ela entre largas respirações.
— Sim, hoje vais ser a ninja das frutas, afasta-te cinco metros, eu vou lançar-te fruta e vais ter que cortá-la toda!
— Isso não é um desperdício?
— Não questiones o treino! — Gritou ele ao lançar uma laranja.

A fruta laranja era rápida mas os reflexos de Sikira foram mais, pegou na espada que estava na sua cintura e velozmente desembainhou-a, com cuidado para não o fazer demasiado cedo e golpear o ar cegamente. No momento certo atacou a laranja dividindo-a em duas metades que caíram ao seu lado.
Hisame foi lançando frutas diferentes a um ritmo lento, incluindo bananas, morangos, limas, meloas e melancias. Sikira não teve realmente grande dificuldade em cortá-las e até já estava a ganhar gosto e ritmo daquele treino, nesse momento decidiu fazer uma avaliação mental de todas as frutas diferentes que estava a golpear.
«Cada fruta é diferente e preciso de reagir de forma diferente, as bananas são as mais estranhas porque costumam fazer um trajecto com efeito, as limas e morangos são as mais rápidas e normalmente mais difíceis de acertar, por serem também mais pequenas. Por outro lado as melancias são mais lentas mas mais perigosas e requerem maior força para serem cortadas.»
— Pronta para a fase dois? — Perguntou ele, e antes dela responder começou a lançar uma torrente de fruta a alta velocidade.
Era um autêntico sortido que ela não conseguia cortar, apenas desviar-se e para isso tinha de se concentrar bastante e reagir agilmente com saltinhos em todas as direcções, quase como se estivesse a dançar.
A certa altura uma enorme melancia acerta-lhe na cabeça com impulsão suficiente para fazê-la cair de costas. A dor na sua testa era surreal e impediu-lhe de se levantar por um pouco, por algum tempo ela até pensou que tinha partido a cabeça e estava a deitar sangue mas depois apercebeu-se que era apenas dor e o suco da fruta a escorrer.
— Pára... desisto...
Hisame ignorava a sua filha por completo, soltou uma gargalhada louca e exclamou. — Agora só paro quando não houver mais fruta!
«Tenho de arranjar maneira de parar aquele tonto! Ele está praticamente cego com o entusiasmo a lançar fruta mas sempre que vai buscar mais do barril ele olha para dentro dele. Enquanto estiver deitada assim parece que não me vai acertar, vou utilizar uma ilusão para fazê-lo acreditar que se esgotou a fruta.»
Sorrateiramente executou os selos correspondentes ao Kohoki no Jutsu, moldando uma onda de chakra que libertou na forma dessa ilusão, calculada para que quando Hisame olhasse para dentro do barril de fruta visse o fundo como se este estivesse vazio.
— Ó. Acabou a fruta... Agora que isto 'tava divertido.

Bump e novos stats conforme a actualização em Missão Custom.

Spoiler:

Ficha actualizada e recompensa atribuída.