A velha oficina estava da mesma forma que ele deixara desde seu abandono. O grande salão feito de pedra polida era sustentado por dezenas de colunas rombudas, onde Daisuke pendurava precariamente suas antigas marionetes, que juntas com as sombras criadas pelas várias tochas nas paredes, formavam um ambiente funesto e aterrorizante para quem não estava acostumado com o duro trabalho de marionetista. -
Está na hora de limpar a casa. - Sussurrou. Ele sentia um alívio em ter deixado aquela técnica de lado, afinal, terceirizar o combate era bastante "sem-graça", então, para quê deixar todo aquele equipamento estragar sozinho se ele podia dar uma ajudinha? Esse pensamento fez o ninja sorrir e a ideia de treinar para destruir tudo aquilo.
A sucata me renderá alguns ryos. Então, dirigindo-se a um longo
hack repleto de marionetes penduradas por gancho, Daisuke fechou os dois punhos no mastro central e fez muita força para levantar aquele móvel, arrastando-o para o centro do salão. Ele precisava de espaço.
O eco do metal a ranger na rocha ecoou alto nas catacumbas quando finalmente cessou e os esqueletos das marionetes perfiladas balançaram fortemente ao movimento.
Hmm... Posso usar isso como sacos de pancada. - Concluiu assim que retirou a parte de cima do uniforme com a intenção de esmurrar cada pedacinho de metal dos esqueletos.
Crack. Dedos estalados e Daisuke estava pronto para começar. -
Como estão perfilados, melhor forma de ataque é pelo flanco. Assim tratarei um a um e não a todos. - Raciocinou alto a estratégia. Então, afastando-se do hack vazado, o nukenin elevou as mãos e cerrou os punhos para então disparar com grande velocidade na direção do primeiro boneco que ainda terminava de balançar. Rangendo os dentes, Daisuke socou com toda força o peito do primeiro dos dez esqueletos que estalou alto e voou até o teto, quando o ninja levou chakra à tatuagem do punho esquerdo para invocar uma kunai com selo explosivo. O arremesso foi preciso e atingiu o boneco em pleno ar para então explodir ruidosamente.
A próxima marionete balançou forte devido ao movimento repentino do outro e retornou com a mesma força, quando o nukenin rodopiou com agilidade e como se fosse atacado por um inimigo imaginário, respondendo com uma elevação de perna embebida por chakra que atingiu o segundo boneco em cheio. O chute fez o titânio estalar de tão forte, arremetendo a segunda marionete para o alto, quase na mesma trajetória que a outra e quase como a outra, Daisuke invocava uma linha shinobi para arremessá-la contra o objeto aéreo. A linha enrolou-se no alvo rapidamente, quando foi puxado bruscamente pelo nukenin de volta ao chão. -
Amakudari! - Gritou o nome do taijutsu que acabara de executar. O estouro da marionete contra o chão fez o lugar vibrar e a poeira levantar. Contudo, toda aquela confusão não foi suficiente para evitar o avanço do rapaz que efetuou uma cadência de selos, injetando chakra raiton através do dedo numa grande descarga elétrica contra próximas três outras marionetes.
O chiado da eletricidade criou faíscas e aqueceu o titânio de tal maneira que obrigou Daisuke a levar chakra à tatuagem e invocar uma kunai, estocando-a com myuita força e repetidas vezes nos três alvos em ágeis movimentos em ziguezague por entre os espaços deixados pelos ganchos que seguravam os objetos. O barulho do metal contra o metal logo foi interrompido por um forte rangido quando a lâmina que Daisuke segurava se quebrou, terminando por ferir sua mão num profundo corte nos gomos dos dedos. -
Merda! Usei força demais. - Reprimiu-se ao se afastar e rasgar um pouco de seu uniforme para estancar o sangue. Olhando para as marionetes que restavam para serem destruídas, o nuke percebeu que levaria muito tempo para realizar toda aquela demolição, então decidiu que teria que ser mais enérgico para realizar essa tarefa.
Já sei! Então, buscando um giz na sua antiga e empoeirada bancada, o jovem começou a rabiscar um selo específico e quando terminou, usou toda força para empilhar as marionetes todas em cima do grande círculo cerimonial que desenhara.
Mandarei tudo para a cratera e lá já sei o que fazer. - Então, juntando as mãos num selo, Daisuke comandou seu chakra através do círculo, terminando por enviar todo aquele material para uma região conhecida e inóspita no País da Terra. E num flash, toda a sucata desapareceu no mesmo instante, sendo logo seguida pelo nukenin que usou o selo hiraishin e se teletransportou para o local desejado.
Vosh! -
Ótimo. Tudo do jeito que deixei. - Sussurrou ao ver uma grande planície pedregosa, coberta por várias pequenas crateras escavadas na rocha dura. Aquilo era fruto de anos de seu treinamento, esmurrando a rocha, terminou por escavar o solo deixando as crateras no lugar. -
Lá está. - Disse, já com um plano em mente para destruir o equipamento. Assim, juntando as mãos num rápido selo, o akatsuki invocou dois clones que correram em velocidade e se espalharam, cada um numa posição contrária ao outro na beira da cratera onde o verdadeiro tinha transportado e despejado a sucata.
-
Estão prontos? - Perguntou aos parceiros. A resposta foi imediata. Então, levanto grande quantidade de chakra ao punho direito, Daisuke e seus dois clones saltaram com grande agilidade em direção ao fundo do buraco, despejando toda força aumentada com chakra exatamente nos arredores do lixo em "Okasho's" coordenados. A explosão foi tanta que o cascalho feriu os clones, liberando-os, enquanto o verdadeiro foi repetidamente alvejado pelas pedras que lhe rasgaram em vários pontos de sua pele. -
Não previa isso. - Reclamou, enquanto seu sangue era ressecado pela nuvem de poeira gigantesca que se formara. O vento então fez seu trabalho, varrendo tudo para a lateral, deixando apenas o nukenin sentado beira de uma cratera ainda maior. Já no fundo, totalmente compactado, a sucata agora era uma grande esfera heterogênea, pronta para a venda.
Ganharei um bom dinheiro. - Ele sorria ao descer até o lixo, usando toda força dos braços para elevar o objeto sob a cabeça e retornar ao esconderijo pronto para entrar em contato com seus fornecedores. O titânio valeria muito... Mesmo naquele estado.
FIM