Kamino acordou em sua cama atordoado e muito desorientado, de início não conseguia se lembrar do que havia acontecido ou como havia ido parar ali, foi então que se lembrou da luta que teve com Koji, do seqüestro de Saori e do aparecimento de Guren. Por um momento ele pensou que tudo poderia ter sido um sonho ruim e tentou se levantar, foi quando sentiu uma dor lancinante e percebeu que grande parte do seu corpo estava avariado, havia gesso e faixas cobrindo partes de seu corpo e muitas escoriações. Não havia sido um sonho, ele fez novamente uma tentativa de se levantar quando uma mão o empurrou de volta para a cama forçando-o a se deitar.

Guren: Acalme-se, você sofreu muitos danos. Yukito disse que precisa ficar hospitalizado por um tempo.
Kamino: Você!
Guren: Eu não espero que me perdoe, eu não mereço. Eu estava lá e não consegui impedir, de todas as pessoas que eu poderia enfrentar, eu não esperava que fosse ele, fiquei chocada e não soube o que fazer. Mesmo assim, eu imploro seu perdão, eu falhei com você e com minha aprendiz.

Por um momento Kamino teve um vislumbre daquela cena, um robô com uma máscara de ferro trocando ataques com Guren por breves momentos e em seguida eles se encararam, pareceu que eles se conheciam e ela pôde reconhecê-lo mesmo de máscara, ambos chocados como se tivessem se encontrado com fantasmas de um passado esquecido.
Até então Kamino ficou confuso, o que ele sabia sobre esses robôs é que eram cadáveres convertidos em máquinas e programados para obedecer a um senhor, alguns deles como o robô que haviam acabado de enfrentar aparentemente podiam reter as habilidades de quando vivos, como uma marionete humana. Porém, por mais avançada que fosse sua inteligência artificial parecia ilógico que eles pudessem reconhecer pessoas que encontraram quando vivos. O que era aquilo?

Kamino: Quem era ele?
Guren: Você se lembra de quando contei minha história? De como havia originalmente outra pessoa conosco além de mim, Yuukimaru e Saori?
Kamino: Você me disse que ele desenvolveu uma doença mortal e estava a beira da morte, que fugiu para que não o vissem morrer.
Guren: Esse é o problema, eu nunca o vi morrer. Sempre me pareceu a probabilidade mais lógica do que poderia ter acontecido com ele, e quando Saori me contou que ele havia sido derrotado por Mobius minhas suspeitas pareciam ter se confirmado, ele havia sido transformado em um robô e morto no processo, mas parece que ele permaneceu vivo por algum motivo.

Kamino teve outra lembrança, dessa vez de Koji em sua última luta explicando seus motivos. Uma pessoa poderia ser convertida em uma máquina e manter a capacidade de viver, Mobius queria um servo assim, o cérebro de um ser humano vivo não se comparava a inteligência artificial de uma máquina. Mas isso não fazia sentido, se Mobius já tinha um ser vivo como general por que iria querer outro?
Kamino disse isso a Guren, mas ela não desistia de sua teoria, parecia gostar da possibilidade de Gozu estar vivo.

Guren: Ele está vivo, eu pude ver isso. Ele me reconheceu e parou por um momento, mas a ordem foi mais forte e ele foi forçado a voltar.
Kamino: E eu digo que isso não faz sentido, por que seria deixado vivo durante o processo se ele não possuía interesse em servir Mobius?
Guren: Gozu não é como a maioria das pessoas, ele foi uma das experiências de Orochimaru e seu corpo funciona de maneira diferente, foi alterado para poder se transformar em lama. Algum erro pode ter ocorrido durante a conversão por esse motivo e ele pode ter se salvado ou ele pode estar sendo controlado ou qualquer outra coisa.
Kamino: Vamos esquecer isso por um momento.
Guren: Não posso, ele é meu amigo.
Kamino: Escute, se ele estiver sendo controlado vamos encontrar um meio de libertá-lo. Mas no momento vamos nos concentrar em nossa meta principal que é salvar Saori.
Guren: Certo!
Kamino: Você é forte, mas Yuukimaru tem razão, tem um coração puro (ou quase) e ingênuo. Quer resgatar Saori, mas também quer se agarrar a qualquer possibilidade de que seu velho amigo esteja vivo mesmo que isso seja improvável, e ainda quer salvá-lo mesmo que ele esteja trabalhando para Mobius também com a esperança de que ele esteja sendo controlado. Quer tudo isso, e qualquer resultado diferente é inaceitável. Não culpo você, eu faria a mesma coisa no seu lugar por Yukito, por exemplo.
Guren: Isso é uma coisa que eu aprendi depois que eu passei algumas horas com o Naruto dentro do estômago de um Bijuu.
Kamino: Yuck! Por favor, não precisa me dizer os detalhes. E mais uma coisa...
Guren: Sim?
Kamino: Eu não culpo você pelo que aconteceu no campo de batalha.

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Naquela mesma tarde Yukito voltou trazendo consigo um grupo de ninjas médicos e juntos transferiram Kamino para uma unidade de tratamento em Suna, claro que seus ferimentos dessa vez eram algo que Yukito não seria capaz de curar sozinho, mas mesmo assim achava a reação muito exagerada, afinal ele não estava morrendo.
Kamino só veio descobrir o motivo de tudo aquilo algumas horas depois de se instalar em um quarto do hospital. Quando a porta se abriu e uma enfermeira avisou Kamino de que alguém viera visitá-lo ele se encontrou com outra pessoa que não esperava ver.

Kamino: Kazekage-sama?
Arashi: Fico feliz de vez que não tenha ficado gravemente ferido. Está dispensada enfermeira, quero ter uma conversa particular com seu paciente.
Joy: Como quiser senhor.
Kamino: Por que está aqui?
Arashi: Minha presença o incomoda?
Kamino: Não, mas tem que admitir que isso soa meio estranho. Você é o líder da vila e eu não sou um ninja assim tão importante.
Arashi: Todo ninja é importante Kamino. Mas não vim discutir isso, o motivo de porque eu mandei escoltá-lo até esse quarto isolado é porque eu realmente preciso ter uma conversa particular com você. Como Kazekage eu sou responsável pela segurança da vila, e você foi a testemunha de um ataque bem sucedido do lado de dentro dela, e a melhor maneira de se fazer isso é plantando um traidor entre nós. Quem foi que nos traiu?

Kamino então começou a contar de forma resumida todos os pontos importantes de sua luta com Koji, seu discurso sobre seus motivos, com quem ele havia se aliado, o nome do líder do exército de máquinas e, por fim, o seqüestro de Saori.

Kamino: Então, eu gostaria de sua permissão para deixar a vila numa missão para resgatar Saori porque segundo Koji isso deve ser feito por mim e por mais ninguém, caso contrário vão matá-la.
Arashi: Esse é o ponto complicado. Mesmo agora sabendo do nome dele, se é que esse é realmente o seu nome verdadeiro, nós ainda pouco sabemos sobre esse tal Mobius. Não sabemos exatamente do que ele é capaz, que poderes possui, e também temos poucas informações sobre seu exército particular. Mas mesmo assim com o que temos já é o suficiente para classificá-lo como um criminoso Rank B depois o último ataque.
Kamino: Estou ciente de que é praticamente uma missão suicida.
Arashi: Deve estar ciente também de que é apenas um Gennin, certo? E isso não condiz com o nível de perigo que está querendo enfrentar.
Kamino: Se não for eu, vão matá-la.
Arashi: Eu sei.
Kamino: Então saiba também que vou atrás dela com sua permissão ou não.
Arashi: Pois bem, se ela é realmente tão importante para você e está disposto a arriscar sua vida pela dela posso lhe oferecer uma proposta.
Kamino: Fale!
Arashi: Se você ficar mais forte irei permitir essa tolice. Treine bastante, cumpra mais missões e fique mais poderoso. Haverá também um novo Exame Chunnin dentro de um mês, essa é uma boa oportunidade para ficar mais forte, não a desperdice.
Kamino: Por que mudou de idéia tão de repente?
Arashi: Vários motivos. Em primeiro lugar, essa tal Saori é importante para você. Segundo, não vou mandar um esquadrão de elite para cuidar de um criminoso Rank B de qualquer maneira. Terceiro, se eu não chegar a pelo menos permitir você tentar salvá-la, vou ter uma discussão com a Guren e vou perder uma aliada secreta de classe S.
Kamino: Pode contar comigo Kazekage-sama!
Arashi: Faça com que eu não me arrependa, não sabemos o interesse desse criminoso em você. Se você por algum motivo morrer e ele continuar a mantê-la prisioneira, não terei outra escolha senão enviar equipes Chunnin para lá, então terá apenas uma chance. Agora a vida dela está nas suas mãos.