O meu primeiro dia como gennin estava prestes a começar. Acordei bastante sonolento. Ergui apenas o tronco enquanto as pernas se mantiam esticadas na cama, esperguicei-me com o bocejo e de seguida esfreguei os olhos. Saí da cama a caminhar lentamente e adormecido para a roupa passada a ferro que se encontrava na cadeira de madeira escura. Vesti-me tão rápido como habitual, desci as escadas saltando dois degraus de cada vez e encontrei-me com a minha família na cozinha onde o pequeno-almoço estava servido.
— Bom dia Minatsu. – Disseram os meus pais, mas apesar de ser bem educado não sou destas coisas de dizer bom dia para a família próxima. Os meus pais já me conheciam e sabiam que não era por isso que me ia tornar uma má pessoa.
— Hoje vou conhecer os meus colegas, e o meu sensei. – Pestanejei à espera que quando voltasse a abrir os olhos alguém despegasse os lábios para me felicitar por estar prestes a tornar-me um grande ninja como todos na família.
— Porreiro, vê lá se te tornas tão forte como eu. – Disse o Oshitsune, o meu irmão, não sei se aquelas palavras foram para deitar a baixo ou para encorajar, de qualquer maneira estava decidido a ultrapassa-lo rapidamente e tinha uma arma preciosa comigo. O Tsukomigan só me aparecera em mim no clã, talvez o Oshi-kun tivesse alguma inveja, não sei.
— Vá despacha-te Minatsu. – Repreendeu-me a minha mãe, Loina. – Já pareces a tua avó, sempre a chegar atrasada.
— Calma, estou de saída. – Saí pela porta sem dizer nada, não me despedi, mas isso era normal em mim.
Clac-Clac.
Era de manhã, ainda bem cedo. Um nevoeiro quente prolongava-se por uma vasta área de Suna. A vila encontrava-se quase sempre quente e no meio do verão era tudo menos anormal o calor que se encontrava a estas horas da manhã. Dirigi-me á academia a passos pequenos pelo chão árido, era aí que seria o encontro com a equipa. No dia anterior o Kazekage Arashi-sama tinha dito a todos os recém gennins onde era suposto se encontrarem, chamou-me à parte e disse que os meus colegas não eram da vila e que o ponto mais fácil de se encontrar era a Academia.
Cheguei a horas pois ainda ninguém lá estava. Sentei-me num degrau das escadas esculpidas na areia e encostei a cabeça ao corrimão para descansar um bocadinho a minha cabeça e confesso que ainda tinha sono.
Quando dei por mim uma mão pegou-me pelo ombro e despertou-me delicadamente com um toque doce e suave. Abri os olhos rapidamente em busca da pessoa que me acordara. Por minha alegria era uma boa rapariga, quer dizer uma rapariga normal, mas que tinha um bom par de seios, quer dizer ela era toda anormal, não, não, toda normal, f*** - **, fiquei completamente encadeado.
— Olá, deves ser um dos meu novos companheiros. – Disse a rapariga. – O meu nome é Kirin, muito prazer.
— Hey. – Disse meio sonâmbulo. – Chamo-me Dokizune Minatsu, o prazer é todo meu. – Naquele instante vinha-me a palavra enchanté à cabeça mas isso daria muito nas vistas.
— Bom dia. – Disse uma voz mais grossa, que acabara de chegar, virei-me e procurei o emissor. Era um rapaz, o mais baixo de nós os três, não devia ser o sensei. Tinha cabelos brancos, volumosos que lhe saltavam para trás e uma t-shirt justa que se apertava contra metade da face escondendo-lhe o sorriso bem como o nariz. Fiquei chocado ao reparar que ele não tinha um braço, mas nisto ele seguiu com a sua apresentação. – Chamo-me Suishigaki Ares, prazer. – A Kirin disse-lhe como se chamava e depois eu disse o meu nome.
— Vejo que já estão todos apresentados entre vós. – Disse um rapaz, o mais alto dos três, mas parecia ter a mesma idade que eu. – Vou ser o vosso sensei, devem estar a achar estranho por ter a mesma idade que vocês, mas não liguem a isso. O meu nome é Habaki Nagatsu. – Disse o sensei, um rapaz pouco mais alto que eu com cabelos vermelhos, roupas azuis e marcas de luta pela face. – Porque não me fazem uma breve apresentação sobre vós, um resumo da vossa existência. – Sorriu.
— Começo eu se não se importarem. – Disse a Kirin. – Sou de Kumogakure, mas a minha vida lá era como um massacre, todos os dias levava com os meus colegas a gozarem comigo por ser caixa de óculos e ter a mania dos estudos, foi então que fugi da vila e assim me tornei nukenin. Durante esse tempo conheci um amigo muito importante para mim, mas acidentalmente matei-o a ele e ao seu cão. O Kazekage viu tudo e chamou-me para Suna prometendo-me uma boa vida como ninja.
— Interessante. – Disse o Ares. – Agora eu se não te importares Minatsu.
— Força. – Disse-lhe.
— Sou de Kirigakure, um dia acordei e toda a minha família estava morta, por uma organização maldosa que perseguia o meu doujutsu. Sem autorização do Mizukage fugi da vila para me infiltrar e matar todos dentro da tal organização. Durante vários anos consegui tornar-me bom o suficiente para entrar na organização e ao fim de uns meses matei o líder, isso custou-me o meu braço esquerdo assim como o meu doujutsu, estes olhos que aqui vêm foram-me doados por alguém muito especial que tinha um tumor cerebral. Voltei para uma vila ninja assim que me senti desprotegido, eu não sou uma pessoa má, só quero que me dêem uma oportunidade para começar de novo.
Feitas as apresentações, comecei a temer todos. Estava com tanto receio, os meus dois colegas e o meu sensei, haviam sido nukenins e todos eles tinham morto várias pessoas. Sei que se estivesse num duelo mais quente não hesitava em matar, mas bolas eles tinham sido nukenins, o que me poderiam fazer a mim? O Ares estava numa organização que caçava linhagens avançadas e fez um reparo sobre o meu olho.
— Tens um belo olho. Tsukomigan não é verdade? Pensava que não existia ninguém vivo com um desses.
Os outros reconheceram também o meu olho, estava um bocado enrascado quanto a esta situação, o que me acalmou foi que todos eles tinham sido chamados pelo Kazekage Arashi, o homem com certeza saberia o que andava a fazer. O Nagatsu-sensei convidou-nos para almoçar em sua casa, apesar dele ser nosso sensei a idade fazia com que nos esquecêssemos da relação sensei-aluno, e foi até uma manhã bem passada, mas ainda assim não fiquei cem por cento confiante dos meus companheiros, até porque não sou pessoa de confiar em alguém.
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Espero que tenham gostado da reciclagem
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