O suor frio percorria por seu corpo, a medida que a tranca da porta ia sedendo ao movimento da chave. Estava em pânico e não conseguia pensar direito. Cada segundo estava se passando como horas, e quanto mais demorasse a pensar em algo, pior seria o resultado de seu plano. Ele tinha que arranjar um jeito de sair daquela sala sem ser percebido, ou então todo o esforço para chegar a aquela vila seria em vão. Mas nada vinha em sua mente. Tudo que restava era esperar e ser condenado. Fechou os olhos, e sem saber porquê, desmaiou.
Agora tudo era negro, e toda sua jornada passava em sua mente. Os corpos de seus pais largados ao chão, cobertos pelo próprio sangue, e o cheiro ferruginoso cobrindo o lugar. Os olhos de seu amigo cheio de lágrimas, e sua própria feição inexpressiva. Não demonstrava o que realmente sentia, mas a única coisa que vinha em seu coração era o ódio, a vingança e o desejo de justiça. Mas, será que isso de fato é justiça? Matar quem matou é ser justo? Na verdade, ele estaria sendo completamente igual a quem tanto procurava. O garoto deveria retirar todo aquele sentimento de seu corpo, manter a calma e capturar quem fez aquilo. Matar só geraria mais ódio e mais mortes. Se ele fosse preso, talvez pudesse mudar e se arrepender de seu crime. Não seria algo fácil de se fazer, mas era a opção mais viável para evitar uma guerra, mesmo ele sendo um pequeno grão de areia, na enorme praia chamada Konoha.

Seus olhos abriram calmamente, e miraram todo o lugar. Estava em uma espécie de dojo de madeira, com os mais diversos objetos para treinos. Era bem grande, o maior ct que ele já viu. Nas paredes, pergaminhos abertos com kanjis escritos, enfeitando o lugar. O Nara estava deitado no chão, com sua cabeça encostada em um travesseiro, e seu corpo coberto com um lençol, no canto do dojo. Levantou seu corpo e ficou sentado. Passou a mão em seus olhos e em seus cabelos, e sentiu uma leve dor de cabeça, como se o desmaio tivesse sido causado por uma pancada. Não havia mais ninguém naquele dojo, até o momento que a porta central, bem ao fundo, começou a se abrir, e a luz do sol começou a adentrar. Pelo visto, ele passara a noite ali. Um homem, com um colete típico de um Jounin de Konoha, entrou. Seus cabelos eram negros, e estavam amarrados para cima. A sua bandana estava presa em seu braço esquerdo, e ele carregava uma espécie de bandeja, com frutas e suco. Se aproximou bem, e deixou a bandeja perto de Ryuuzaki. Não era possível ver seu rosto, pois ainda estava muito escuro dentro do dojo. Aquela situação estava muito estranha. Quem iria pegá-lo modificando os arquivos da vila e ainda o daria café da manhã? Provavelmente, ele seria o homem que iria o interrogar.

- Coma, deve estar com fome, Ryuuzaki... - Aquelas palavras provavelmente deixariam o rapaz sem fala, mas ele sabia que, se o homem fosse um Jounin, ele já teria olhado a ficha que preencheu para estar em Konoha. Quando pensou em responder, o homem voltou a falar. - Você deve estar pensando que eu li sua ficha quando chegou em Konoha, mas eu não fiz isso. Eu já te conheço de muito tempo atrás, Ryuu. - O rosto do garoto ficou pálido. Era incrivel como o homem pensava da mesma maneira que ele. Talvez esse jeito de pensar, e o fato de se conhecerem a muito tempo, quisesse dizer que...

- Você também é um Nara, não é? - Indagou. O homem deu um leve sorriso e apenas confirmou com a cabeça. Um sorriso também surgiu no rosto de Ryuu, que finalmente poderia aprender as tão famosas técnicas do seu clã, junto com aquele homem. Se levantou, e foi seguindo o homem, que saia do dojo.

- Outra coisa, eu não sou apenas do seu clã, eu também serei o seu sensei. Teve sorte deu ter te tirado de lá antes que te pegassem... - A fala dele era muito calma, mesmo sabendo que o seu futuro aluno estava modificando as equipes de Konoha. Apesar de ainda estar muito estranha aquela situação, L foi jogando de acordo com a partida. - Uma ultima coisa, acho melhor você saber meu nome, não é? Eu me chamo... Nara Shikamaru! -




(off: Pequeno, mas foi mais para poder treinar também.
Sugiro que leiam o ultimo parágrafo do filler anterior para entender melhor. Link está na minha sig.)

Esse Shikamaru páh, sempre a ensinar coisas novas à gente e a ser um amor de pessoa.

Bom Filler, gostei e tens uma boa escrita continua ^^