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A VIDA REAL DO SER HUMANO consiste em ser feliz, principalmente por estar sempre na esperança de sê-lo muito em breve."
ANTERIORMENTE
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Com uma técnica de aparato o rapaz deixou o conteúdo que continha em mãos em uma gruta, afagou a cabeça do pequeno individuo, recém-nascido. - Sobreviva... - Ouve um breve silencio. - ...filho. - Terminado o trabalho, o homem aos poucos foi saindo do local, mas continuou a contemplar a criança que devagar começara a chorar. O olhar de Roku era atônito. A repugnância e a fúria o acometeram como um vômito; ele socou uma pedra o mais forte possível, fazendo-a rachar.
O louro voltou, em menos de um segundo ele adiantou-se trinta metros à frente, onde normalmente estaria seu parceiro. Era possível escutar a risada sibilada que ecoava á distância. - Você não leva jeito mesmo! Vamos! - Murmurou o outro, protegido pela escuridão, logo desaparecendo aos poucos.
O tempo era frio, o mundo havia perdido as cores e até mesmo o sol havia se escondido por de trás das nuvens que já desde cedo preconizavam aquele local - já estava quase a chover -, com o peso de mil palavras não ditas, recaía sobre aqueles ombros rijos. Um rapaz de túnica negra e uma máscara corria, os passos não ecoavam, o farfalhar das folhas era nulo, os pássaros não cantavam e até mesmo o vento havia calado-se por aquelas bandas; a única coisa audível era o choro da chuva e o gemido irrequieto da respiração pesada.
O ronco do trovão se fez ouvir, caíra um raio a poucos metros dali, o clarão - todavia - não havia lhe incomodado. O chapinhar pesado, os pés molhados e os cabelos á grudar-lhe na cabeça, esses eram um dos sinais daquela chaga irritante. O urro de uma criatura não humana pairou diante dos ouvidos alheios, o rapaz sessou a corrida matinal. Poderia ser apenas impressão, mais aquele local possuía criaturas cuja as gotas de veneno poderiam derrubar uma manada inteira de elefantes. -
Tenho um mal pressentimento! O jovem parou, com o intuito de escutar novamente o ruído, e distinguir de onde vinha os berros. Não demorou muito, só que, desta vez fez-se ouvir o grito de uma criança. E por sorte, ele pode identificar de onde os berros de desespero vinham. A chuva aumentou dali ao meio do percurso. Nestas horas ele já havia retirado á mascara e a lançado á qualquer canto. Bebericando um pouco de Whisky, e passando em alta velocidade diante de árvores, lama e galhos quebrados, ele parou novamente. E agora definitivamente, viu; um urso, dificilmente encontraria um pequeno, e realmente não foi daquela vez. O animal teria o tamanho duplo do homem, deixando-lhe á primeira vista assustado. Entretanto, manteve postura.
Não demorou muito até o urso ir para o chão, e assim, o homem pode resgatar á criança. -
Quem diabos despeja um recém-nascido em um local infestado de ursos?! - Lamentou-se o homem, já com a criança escorada diante de seu braço esquerdo, pronto para partir.
O rapaz voltou freneticamente, ele desviava de galhos em uma velocidade considerável. Sua consciência estava leve, sendo que já tinha consigo á quem entregar á criança, porém a tamanha dúvida que percorria sua mente era; quem seria aquele bebê?
A brisa já estava mais forte, e amainava os pequenos cabelos daquele pequeno rapazinho, era evidente que o garoto tinha uma relação boa com o vento. Desde pequeno já pesava ao lado Füton.
Os relâmpagos haviam cessado e as nuvens que pairavam sobre a cabeça despreocupada homem até agora começavam, lentamente, a desvanecer, em rasgões brancos de algodão que desapareciam, como fumo a fundir-se com o ar em volta. O sol começava, lentamente, a espreitar, através de brechas na muralha escura, lançando raios luminosos que rasgavam a escuridão e iluminavam o ar pesado daquele dia sinistro. A paisagem à sua volta parecia florir. As flores filotáxicas, até ao momento fechadas, começavam a apontar as suas folhas para as falhas luminosas que apareciam no solo, como se um anjo luminoso tivesse cortado o chão com a sua espada de luz, e os seres olhavam para o estranho fenômeno celestial que presenciavam. Até as próprias árvores pareciam agitar-se, rejubilando pela luz que lhes permitia crescer. O vento silvava através das suas folhas, lançando para o ar uma espécie de assobio sussurrado.
Os olhos da criança arregalaram-se, tentando achar naquele ângulo desfavorável algo que o fizesse ficar ainda mais surpreendido, porém a maior das tentativas foi em vão. -
É incrível, não?! - Disse o homem, maravilhado com á situação que fazia aquele dia. Ele continuava á andar, olhando ás vezes, com para cima.
Após uma caminhada que finalizou á manhã de ambos - tanto quanto á criança quanto ao homem -, eles chegaram em uma casa de madeira, rodeada por uma sebe bem aparada. O homem entrou, com a criança, batendo na porta. Ali era á casa de um casal de velhos anciões, só que, já aposentados. A porta provocou um tipo de grunhido, embora fosse fim de manhã os idosos ainda estava na cama. O senhor de pijamas abriu á porta com um bom humor ele perguntou. -
Ohayo, senhor Cobain! O que levaria o senhor a visitar minha casa á uma hora destas? - Cobain, sabia que já passava das onze e quarenta, ou mais, era difícil ver as horas através do sol, ainda mais com um tempo daqueles, porém levou em consideração a idade do homem.
-
Preciso ter uma conversa com você, e sua esposa, senhor... - Com um sorriso de bochecha á bochecha ele tratava de terminar á frase...
Espero que gostem.