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Seu medo injetou adrenalina no sistema. Apesar do rosto ameaçador, sabia que estava enrascado. Quatro contra um era covardia. Mas nem sempre o mundo ninja é honrado. Assim, não tendo para onde correr, Kimura concebeu um plano. Deixando se aproximarem, ele concentra seu chakra e aguarda. O garotos menores vinham em sua direção com as mãos vazias, enquanto o mais velho e robusto havia parado numa pilha de canos de metal para se armar, vindo logo atrás. O primeiro primeiro atacou com um chute alto. Inclinando o corpo para trás, ele sente o cheiro da sola do tênis que passava a alguns centímetros de seu rosto. O segundo vinha girando o braço num forte murro que visava seu rosto. Tentando girar no impulso fez Kimura sentir o tornozelo outra vez, não completando o movimento. O soco pegou-o em cheio, estalando e criando um hematoma em seu olho.
Cambaleando, ele cai de joelhos até que nota o terceiro vindo em sua direção com um poderoso chute. Como vinha concentrando seu chakra, rapidamente formou um selo conhecido com as duas mãos e utilizou o Henge no Jutsu. Quase que instantaneamente transformou-se na cópia do garoto maior. Surpreso, o terceiro que vinha dar-lhe um chute, na tentativa de parar o golpe para não acertar o seu colega que agora aparecera, escorrega na lama, caindo em frente à Kimura, que, não tendo forças para se levantar, apenas jogou-se por cima dele, imobilizando-o com uma chave de braço, passando por baixo e agilmente girando o corpo aprisionado para cima, buscando cobertura por baixo do garoto enquanto os outros o alcançavam.
Apesar de ter visto isso, os outros, inclusive o maior, não tiveram pena de seu colega, logo desferindo diversos golpes na tentativa de acertar Kimura, mas toda vez que tentavam, o ninja punha o corpo do garoto que, ainda preso à sua chave, recebia todas as fortes pancadas. Kimura precisava sair de lá. Aquela cobertura não iria durar muito. O garoto já não mais resistia a sua chave de braço. Parecia inconsciente. E parecia que seus colegas também perceberam, pois assim que ele parou de se mexer, o garoto grande soltou a barra de ferro e correu, fugindo em disparada, juntamente com os outros, que, de assustados, tropeçavam ao tentar olhar para trás. Vendo isso, Kimura derruba o corpo do menino em seu lado, pondo a mão em seus próprios ferimentos.
Foi então que se assustou ao ver que o menino estava muito mal. Seu corpo ensaguentado e sua respiração fraca fizeram Kimura gelar. Apesar de tudo, ele era um ninja de Kiri, não merecia morrer lá, e daquele jeito. Esforçando-se para levantar, Kimura já quase não tinha forças. Apesar disso, usando um pouco de força que ainda tinha, começou a levantar o garoto. Mancando e sem enxergar direito pelo olho direito, Kimura arrasta-se levando consigo o antigo inimigo inconsciente. A força necessária era tremenda. O garoto devia pesar uns 53 quilos e àquela altura, depois de todo o treino e o combate, aqueles quilos se tornaram toneladas. Foi então que o garoto retornou a si. Saltando para fora do apoio de Kimura, ele despenca assustado, sem entender o que se passava. Pondo a mão no peito, começou a gemer, voltando a deitar-se.
O tempo estava passando, e ainda faltava um bom caminho para chegar a vila. O campo estava deserto. Sabendo que não conseguiria levar o garoto consigo, Kimura manca até a pilha de canos, e, com um shuriken, ele corta o cinto de seu kimono em três partes. Amarrando os canos de forma triangular, ele volta ao garoto e o rola por sobre a maca improvisada. Num grande gemido, o rapaz vira e se apóia no metal. Acenando com a cabeça, Kimura agarra a ponta do triângulo e começa a puxar. A força necessária para arrastá-lo ficou menor do que antes e graças a isso continuou a penosa jornada até a vila. Não chovia, mas o chão estava úmido. O metal tornava-se escorregadio com todo o sangue e o suor. Avançava usando sua força. Escorregou algumas vezes, mas preferiu concentrar seu chakra nas mãos e manter o metal agarrado mais firmemente usando o Kinobiri.
Descasava em turnos de dois minutos à cada dez metros. Tentava sempre manter o Kinobiri ativo. Mas falhava com frequência, o que tornava a caminhada dura, até que, após uns duzentos metros, uma patrulha que estava passando ouviu os gemidos dos dois e resolveram averiguar. Estavam salvos. E logo foram levados ao hospital. Lá Kimura soube que havia deslocado o tornozelo e quebrado duas costelas, além disso, o hematoma em seu rosto levaria algumas semanas para sair por completo. Coincidentemente ficou no leito ao lado do garoto que salvou. - Meu nome é Ishioka. - Disse, após alguns dias de internação. Ele informou que fazia parte do time 8 e que pensava que eram seus amigos. Kimura nunca foi bom em ter amizades, limitou-se apenas a balançar a cabeça positivamente. Ishioka iria demorar alguns dias a mais que ele. Pois havia quebrado trés costelas e tinha um pulmão pefurado. Mas estava bem. Feliz até. Porque recebeu muita atenção dos familiares.
[QUASE UM MÊS DEPOIS...]
Kimura estava sozinho num dos campos de treinamento. Graças ao que aconteceu, ele sempre se precavia em ir até lá somente nas horas em que o campo estava vazio. Assim, pondo-se de frente aos alvos de madeira, começou a atirar shurikens. Um por vez, ele arremessa quinze. Errava mais do que acertava. Terminando, foi até os alvos, retirou os que havia acertado e buscou alguns na areia por trás. Continuou a arremessá-los. Dessa vez, dois de cada vez. Novamente errava mais do que acertava. Agora seu braço doía, fazendo-o parar e começar a esticá-los num alongamento. Assim, sem se preocupar com o cair da tarde, após um descanso merecido, Kimura vai até dois trapézios pendurados nos galhos. Distantes cerca de três metros à uma altura de cinco. Subindo na árvore, agarrando-se com chakra, ele salta em um deles, segurando-o com firmeza.
Começando a balançar, ele gira o corpo no ar para ganhar velocidade. Então, quando achou que a velocidade era suficiente, ele solta o trapézio e é arremessado até o segundo. E, chegando lá, quase escorrega, conseguindo se segurar por pouco. Logo em seguida virando, mais uma vez ele se balança. - Mais forte, - Sussurra num misto de esforço e garra. Ele solta o pêndulo e numa giratória, consegue alcançar o outro trapézio. Vendo que era mais divertido do que arremessar shurikens, Kimura repetiu os movimentos com agilidade felina. Entretanto, com o passar de um minuto, já suado e ofegante, ele salta novamente. Seria seu último movimento. Mas, ao tentar agarrar o trapézio, escorregou e caiu. Tentou girar o corpo para cair de pé, mas a altura não lhe permitia a manobra. Fechando os olhos, ele protegeu a cabeça. Aquilo iria doer. Até que algo esbarrou nele, agarrando-o antes que alcaçasse o solo.
Ishioka acabara de salvá-lo. Com um sorriso no rosto ele explica que por causa daquele incidente, o time 8 foi desfeito e os garotos rebaixados à estudantes novamente. Assim, estava procurando novos parceiros para formar o time 13, perguntando-lhe se Kimura estaria interessado. Essa notícia o pegou de surpresa. Ainda não havia sido designado para nenhuma equipe. Sentiu-se feliz. Não esperando muito tempo para pensar. Kimura acena em aceitação. Agora ele fazia parte de uma equipe. Agora só a sorte iria definir se Kimura e o time 13 iriam ter êxito no mundo ninja. Após uma pequena conversa, os dois colegas retornam à vila e se despedem no portão. - Amanhã parace que já sairemos em missão. Apronte-se." - Gritou antes de dobrar a esquina.
Fim do Treino.