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No que é que me fui meter....!? Esta miúda não bate bem da bola! Ainda saca de uma katana e corta-me aos pedacinhos...!” - pensava Akio, temendo cada vez mais pela sua vida. Afinal de contas, ele não conhecia aquela rapariga de lado nenhum. Para sobreviver sozinha numa floresta daquelas, de certeza que era alguma psicopata ou pouco civilizada!
Enquanto que caminhavam até casa de Kai, Akio observava as redondezas e tentava memorizar o caminho, no caso de necessitar de fugir e saber por que lados. As árvores das redondezas eram altas, provavelmente pinheiros-bravos, e a relva tinha um tom verde hipnotizante. As nuvens no céu já não eram escuras nem carregadas, mas tapavam o sol e não deixam trespassar qualquer raio de sol.
Chegámos! - exclamou Kai, enquanto que se avistava ao longe um ponto castanho rodeado de árvores.
A casa de Kai era pequena, feita de madeira escura e muito humilde. Não ocupava mais de 30 metros de espaço e, ao lado, haviam mais duas pequenas casas, provavelmente com metade do tamanho da casa principal.
Pára. - ordenou ela de rompante.
O que foi!? Se não quiseres cair e morrer numa das minhas armadilhas, é melhor fazeres o que eu te disser. - inclinou e estendeu os dois braços para trás das costas, dobrando ligeiramente a ponta dos dedos. -
Vem às minhas cavalitas, é difícil explicar. O QUÊ? Estás doida!? Nem penses! Anda lá....! Ou estás com medo que uma rapariga do meu tamanho te consiga levar às cavalitas?! - troçou ela com um sorriso malicioso –
Ah! Quase que me esquecia, a Princesa é demasiado delicada. Prefere o quê? Que a leve ao colo enquanto lhe canto uma canção? É isso? Como se uma fracote magricelas do teu tamanho me pudesse algum dia carregar! Kai, ofendida e extremamente aborrecida pelo comentário de Akio, deu um murro no joelho dele, obrigando-o a dobrar os joelhos, e, em seguida, com as duas mãos, agarrou-o e levou-o ao colo. Apercebendo-se de que Akio tinha razão e que ela não o conseguia levar ao colo durante quase tempo nenhum, deixou-o cair abruptamente e ele caiu sentado no chão.
Inesperadamente, Akio levantou-se num piscar de olhos e agarrou os pulsos de Kai com tremenda força, deixando-a completamente perplexa.
Olha, lá por seres uma rapariga, não quer dizer que possas abusar dos limites. Posso não saber sobreviver numa floresta para o resto da minha vida, mas tenho força suficiente para te domar a ti e a mais duas do teu tamanho. - ameaçou ele num tom calmo mas furioso, e Kai, com o susto e a surpresa, não conseguia reagir. A última coisa de que ela estava à espera tinha acontecido e agora não sabia o que fazer. -
Não gosto de ficar assim sério, mas obrigas-me a tal. Ao aperceber-se de que ela estava perplexa e assustada, Akio largou os pulsos dela e continuou:
Sabes que mais? Esquece... Prefiro morrer aqui do que depender de alguém como tu para sobreviver. - e, virando-lhe as costas, começou a afastar-se da casa dela.
Desculpa... - sussurrou levemente Kai, tão baixo que as suas palavras foram apagadas pelo som da brisa. Ao reparar que as suas palavras não foram escutadas, repetiu num tom muito mais elevado –
DESCULPA...! Ele tinha parado de caminhar, permanecendo imóvel, como se estivesse à espera que ela continuasse.
Preciso da tua ajuda. Quero-me tornar mais forte. A força física é algo que não se aprende nem a ler nem a estudar... Preciso de um sensei como tu. Akio deixou escapar um ligeiro sorriso, enquanto fitava ela: de cabeça erguida, como se tivesse chamas flamejantes nos seus olhos, recheados de determinação e de garra. A sua expressão continuava fria, como sempre, mas o seu olhar tinha o poder de queimar quem a olhasse directamente nos olhos.
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Tudo bem. Começamos a treinar amanhã de manhã cedo. E vou exigir 50 ryos por dia, portanto ficamos quites.