Deixando a mochila no chão e juntando gravetos para fazer uma pequena fogueira, o garoto começou a se aquecer para mais um de seus treinos. Dirigindo-se à margem do lago, inclinou-se para frente e apoiou o pé para impulsionar seu corpo e iniciar a corrida. Entretanto, como o chão estava muito úmido, seu pé de apoio escorregou, fazendo-o cair estatelado no chão arranhando seu queixo e cotovelos. Com mais vergonha que dor, ele olhou para os lados com receio que alguém tivesse visto, mas como sempre, apenas o vento o acompanhava. Assim, refeito do susto e vendo que não havia se machucado muito, pôs-se de pé mais uma vez e, enviando chakra para os pés para não mais escorregar, deu o primeiro impulso para correr. O kinibiri havia funcionado melhor do que esperava. Seus pés fixaram-se fortemente ao chão, tornando mais fácil seu avanço. Sentia o vento no rosto à medida que aumentava a velocidade. Eram oitocentos metros até uma volta completa na margem e sabia que tinha que se poupar. Mas, como todo jovem ansioso por poder, não se conteve. Precisava ficar mais forte. Assim, aumentou a velocidade da corrida sem se preocupar com o restante da manhã. Queria saber até onde seria seu limite atual. Seus pés ligeiros atravessavam a lama firmemente pelo efeito do kinobiri perfeito. Seu controle de chakra havia melhorado bastante. Assim, sempre mantendo a concentração de seu chakra na medida certa, ele resolveu aumentar a dificuldade.

Já estava correndo a terceira volta e se surpreendera com a resistência que havia ganhado com todo seu treino. Então, quando se sentiu seguro para aumentar a dificuldade, começou a intercalar corrida com shunshins. Corria dez metros e então forçava o corpo e realizava um shunshin para alcançar quinze metros adiante, sempre controlando o chakra para manter o kinobiri ativo, pois, caso contrário, escorregaria e cairia novamente. E assim foi por toda quarta volta. Até que, na quinta volta, começou a sentir o início do cansaço. Ainda conseguiu realizar mais dois shunshins seguidos de mais alguns passos. Entretanto, já todo suado, sentiu seus pulmões queimarem com sua respiração ofegante. Suas pernas estavam muito pesadas e seus músculos estavam tensos e rígidos como pedra. Foi então que resolveu parar e descansar um pouco. Pondo as mãos nos joelhos ele se agachou e esperou a respiração normalizar-se. E para esfriar o corpo, mesmo neste dia frio, descansou suas pernas nas águas gélidas do tranquilo lago. O choque térmico ajudou a minimizar os danos das fibras musculares, fazendo-o descansar mais rapidamente para começar logo a segunda parte de seus exercícios, que seriam alguns arremessos para melhorar sua pontaria. Decidiu começar pelo arremesso de shurikens nas árvores que circundavam a clareira. Sacando três shurikens com a mão esquerda, Kimura usou a mão direita para arremessá-los com vigor e velocidade até as árvores.

Os três estalos confirmaram que havia acertado os alvos com precisão. Mais uma vez pôs a mão da mochila e começou a sacar shurikens, kunais e senbous, e as arremessar rapidamente. O movimento de seus braços começava a criar borrões de tanta velocidade que empreendeu. Com movimentos coordenados, ele acertava precisamente as árvores escolhidas, uma a uma, até que, ofegante, parou de arremessar os projéteis, deixando os alvos crivados de metal. Logo voltando à atenção à mochila, Kimura sacou os dois fuuma shuriken e os abriu com agilidade num só movimento. Pondo os dois juntos, organizou-os para que eles parecessem apenas um só em sua mão direita. Fazendo mira noutra árvore intocada, ele arremessou os poderosos shurikens com toda força que possuía. Os shurikens gigantes giraram um sob o outro com rapidez tremenda. O que ia por baixo parecia à sombra do primeiro. E então, com um ruído alto seguido quase que instantaneamente por outro, os dois acertaram o alvo quase que ao mesmo tempo, e bem no centro, onde a árvore pendeu da força que os shurikens haviam tomado. Assim, para terminar seu treino de kenjutsu de maneira especial, o rapaz arremessou mais três shurikens para efetuar mais uma técnica. E assim que alcançaram cerca de trinta metros dele, Kimura concentrou seu chakra fuuton em volta dos três shurikens e fez alguns selos necessários para o jutsu. Logo, os três shurikens giraram de maneira artificial e começaram a pairar no ar sob o controle do garoto.

Então, com gestos quase imperceptíveis, o genin comandou os três shurikens que o atacassem. Os três objetos precipitaram-se com mais velocidade que ele havia planejado. Então, recuando num salto, Kimura sacou a sua tanto a tempo de aparar habilmente os três projéteis que resvalaram em sua lâmina e mais uma vez arremeteram e desceram seguindo seus comandos. Os shurikens zuniam em seus ouvidos enquanto aparava-os em diversas direções. Cima, baixo, entre as pernas, ele utilizava movimentos rápidos para livrar-se quando não conseguia um ângulo certo para bloquear os ataques. Tomando sempre cuidado na concentração certa de seu chakra fuuton para mantê-los no ar sob seu comando, Kimura gingava e inclinava o corpo para tentar atingi-los e derrubá-los, mas eram muito rápidos e vinham propositalmente em direções diferentes, por isso, conseguia apenas salvar-se de ferimentos, bloqueando-os com sua tanto. Assim, após alguns minutos de luta planejada, seu corpo já dava sinais de cansaço. Seu suor já atrapalhava sua visão e a empunhadura de sua arma. Assim, decidindo por parar o treino para o almoço, o genin cancelou o jutsu fazendo os shurikens caírem e assim, efetuando dois shunshins, Kimura conseguiu recuperá-los antes que estes caíssem no chão, terminando o treino puxado da manhã. Pretendia almoçar e cochilar como sempre fazia e logo num dia frio como aquele, preferiu sentar-se um pouco para pensar no que faria à tarde.

Na parte da tarde...

O frio ainda o incomodava quando acordou do cochilo revigorador. Levantou-se preguiçosamente e esticou os braços para alongar um pouco. Então, vendo que precisava aquecer antes de começar, Kimura deixou seu corpo cair com os braços e mãos estendidos para interromper a queda, já ficando em posição para iniciar as duas séries de dez flexões que pretendia fazer. - 1, 2, 3.. - Sussurrava enquanto subia e descia numa cadência mediana. Sentia seus músculos enrijecerem à medida que usava sua força para completar os exercícios. Kimura usava sua força de maneira inteligente para potencializar as repetições, ele subia e descia, entretanto, não chegava a encostar-se ao solo. Kimura parava exatamente quando seus braços perfaziam um ângulo de noventa graus, esperava um pouco para sentir seu peitoral e tríceps tremerem de esforço, e só então usava toda sua força para retornar a posição original, não demorando muito para terminar a primeira série. Vendo que seus braços estavam ainda queimando, resolveu intercalar com outro exercício. Então, ficando de pé, Kimura enroscou seus dedos sob a cabeça e agachou-se. Iniciando os movimentos repetidos e subida e descida, o genin começava a flexionar as pernas com força. Ele sentia os músculos da sua coxa contraírem à medida que fazia as quinze repetições que pretendia. Forçando as pernas, Kimura preferia não só levantar-se do agachamento, mas sim saltar no retorno, maximizando o esforço.

Começava a sentir seus pulmões queimarem e suas pernas tremiam com o esforço assim que terminou a décimo quinto exercício. Mas não tendo tempo a perder, caiu novamente ao solo para realizar a segunda e última série de flexões. Subindo e descendo, o genin sentia cada músculo que usava quando tencionava os braços para manter o ritmo. Já percebia certo desgaste físico, mas esforçou-se para terminar. Então, após a última flexão, o genin já se levantou empolgado para terminar os agachamentos. Novamente entrelaçando os dedos sob a cabeça, Kimura iniciava a última série de agachamentos. Respirava fundo e forçava as pernas para saltar no retorno o mais alto possível. Sentia suas coxas contraírem com força e relaxarem no alto do salto, só então contraíam novamente ao retornar ao solo. Ofegante, forçou mais um pouco até terminar a última repetição após alguns minutos. Kimura já estava aquecido. Um aquecimento extremo, mas havia funcionado. Seu corpo estava pronto. Mas Kimura vacilou um pouco. Indeciso sobre qual seria seu próximo exercício, o genin preferiu continuar o "aquecimento" até decidir o que treinaria o resto da tarde. Limpando o suor da testa, ele se dirigiu até uma árvore mais próxima onde focalizou seu chakra na sola de suas sandálias. Dando de ombros, ele começou a subir passo a passo o tronco da árvore com o corpo na horizontal. Seu kinobiri era perfeito. Sua concentração exemplar deu-lhe tranquilidade para alcançar o galho e caminhar de cabeça para baixo.

Mantendo seus pés grudados ao galho, o genin de ponta-cabeça cruzou os braços na altura do peito e começou a fazer as mais difíceis abdominais que já havia feito. Tendo que se concentrar em duas coisas ao mesmo tempo, o controle do chakra e no exercício, Kimura começou a contrair o abdome com força e depois liberá-lo, retornando a posição. Pretendia fazer duas séries de quinze abdominais, entretanto, de cabeça para baixo, cada movimento seu era arriscado, já que às vezes seu controle falhava com o esforço de cada repetição. Levantava e descia. Rangia os dentes com a força dispendida, enquanto sentia os músculos abdominais queimarem do esforço. - 5, 6, 7... - Sussurrava enquanto tentava organizar sua mente para dividir-se entre o manutenção de energia e a força para completar os movimentos. Suava e respirava profundamente. Logo, Kimura percebeu os sinais de fadiga muscular. Mas não queria parar. Forçava ao máximo, como quisesse se superar. Entretanto, sua alegria acabou quando sentiu seu chakra falhando na sola do pé esquerdo. Sua perna até chegou a se desprender entre algumas abdominais, mas conseguiu se controlar para não cair. E num gemido de busca pela força, o genin terminou a primeira série de abdominal, mas como estava começando a ficar cansado, resolveu parar o exercício e dedicar-se a outros campos da arte ninja. Assim, cancelando o kinobiri, ele se deixou cair e rodopiou, aprumando-se, caindo de pé como um felino.

Após alguns bons minutos, resolveu iniciar seu treino de taijutsu. Kimura colocou-se sozinho em posição de ataque no centro do descampado, com a relva à altura dos tornozelos, o jovem genin então iniciou uma sequência de golpes. Socou com a esquerda, deu um gancho com a direita, girou rapidamente o corpo enquanto jogava seu braço com força a fim de acertar um inimigo fictício. Então deu um salto curto o suficiente para elevar seu joelho direito, dando uma joelhada lateral e logo se inclinou mais uma vez, jogando a perna esquerda rente ao solo, efetuando uma rasteira tão forte que balançou a grama alta. Após terminar o movimento, ele deu um forte salto para trás e em pleno ar, Kimura sacou duas shurikens e as arremessou contra uma das árvores que estava aproximadamente há uns cinco metros dele. Seus shurikens encontraram o alvo com poder, afundando na madeira, fazendo algumas lascas voarem. Então, ele se dirigiu ao pêndulo de madeira, onde se alongou novamente e começou a esmurrá-lo. Jabs, cruzados e ganchos. Sempre mexendo os pés, Kimura inclinava o corpo e girava o quadril para obter mais força em cada golpe. Cada soco fazia os gomos de suas mãos doerem, mas era o preço que se pagava para se tornar mais forte. Kimura usava os cotovelos e joelhos nas laterais do pêndulo. Institivamente, para seu desprazer, efetuou uma forte cabeçada, mas a pancada foi forte, desequilibrando-o e logo o genin percebeu que havia criado um hematoma no local.

Recuperando-se da pancada. O genin retornou ao alvo oscilante e recomeçou a dar alguns golpes enquanto balançava. Às vezes o vento lhe pregava uma peça e desviava o tronco pendurado de sua trajetória, assim dificultava os acertos, às vezes até fazendo-o resvalar alguns golpes em tangente, machucando um pouco as extremidades das mãos. Seus golpes ruidosos assustavam os pássaros das árvores. Uma direita, outra esquerda, outra direita, outra esquerda, depois efetuou mais um soco com a direita, depois rodopiava o corpo e dava um forte golpe com a parte externa da mão esquerda. Saltava e golpeava as partes de cima com repetidos golpes velozes, depois, quando retornava ao chão, começou a dar repetidos pontapés. Logo rodopiava e acertava uma voadora giratória e recuava com pequenos mortais. Só então avançava novamente. Já estava com as mãos e pernas fumegando, doloridas pelo esforço, então resolveu dar mais uma pausa e dirigiu-se a uma árvore morta há dez metros de distância, onde sacou seu tanto e começou a cortar repetidamente o alvo imóvel com movimentos diagonais, fazendo várias marcas profundas na árvore, que balançava na intenção de cair. Assim, após longos minutos e já se sentindo cansaço, Kimura estava farto de fazer cortes no objeto, mas esta não caía. Então resolveu acabar com aquilo. Assim, enrolou uma Kibaku Fuda a uma Kunai, saltou com toda força em suas pernas, recuando ao máximo e atirou o explosivo contra árvore. Que explodiu enquanto o genin juntava suas coisas e partia de volta à sua casa dando as costas "like a boss".

Reservado

Ninjutsu: 23+1,25=24,25
Taijutsu: 16+1=17
Kenjutsu: 16,75+0,75=17,5
Genjutsu: 4,25
Selos: 6,5
Trabalho de Equipa: 4,75


Força: 13+0,75=13,75
Agilidade: 18+0,25=18,25
Controlo de Chakra: 22+1=23
Raciocínio: 4,75+0,25=5
Constituição: 20,25+1=21,25

Pontos: 5,25

Total: 149+5,25=154,25

Continuas com um bom nível de treinos, mas gostava de poder avaliar um treino teu, em que houvesse lutra entre o teu personagem e outro Seria mais engraçado

Continua o bom trabalho!