Mais um dia nascera em Kirigakure, trazendo consigo a normal névoa de kiri. Zehel deixara a sua casa bem cedo, partindo com uma mochila e a sua katana. Partira pelo portão Norte, não voltando a olhar para trás, seguiu a empoeirada estrada de terra batida com passos suaves, desprovidos de qualquer agressividade, arrogância ou remorso. Deslocava-se, tal como combinado, até ao esconderijo da sua família, dirigindo-se de novo para a montanha Zetsubõ, recordava-se perfeitamente da localização do esconderijo, chegou de novo à fenda que dava para a entrada do hideout. Cortou o pulso deixando o sangue escorrer para o cálice, completando o ritual avançou para a biblioteca.
- Estava à tua espera garoto. - afirmou cereberus com a sua profunda e agressiva voz.
- Eu sei, leva-me até ele. - pediu o espadachim de kiri. Então a criatura de três cabeças iniciou a sua locomoção em direção a uma estante de 4 metros cheia de livros, o canino moveu a sua pata desviando a estante revelando uma imensa sala com caixas cheias de pergaminhos, recipientes com olhos, órgãos, animais, líquidos, no centro da sala estava uma maca com diversos acessórios metálicos com pontas trabalhadas, "instrumentos de cirurgia..." pensou Zehel " Parece um cenário de horror." enojou.se o rapaz ao reparar as marcas de sangue seco no chão. Num canto escuro o gotejar de um líquido ressoava e sob luzes fluorescentes verde amareladas uma silhueta trabalhava em algo, estando rodeado de pergaminhos abertos dava a entender que realizava alguma experiência.
- Senhor, zehel-kun chegou. - informou inclinando as 3 cabeças. Era a primeira vez que o kendoca ouvia a voz do canino tremer, temia Ashura, "Que homem misterioso." pensou Zehel.
- Obrigado cereberus, é tudo. - dispensou o familiar de Zehel. -Aproxima-te rapaz, pensava que esse desconfiar tinha ficado resolvido desde o nosso último encontro.
pensando cuidadosamente as suas palavras o kendoca começou por se desculpar dizendo:
- lamento Ashura, está na natureza humana o desconfiar-se do desconhecido, vai ser dificil habituar-me a confiar.
- Compreendo-te perfeitamente, rapaz, bem a razão para te ter aqui chamado é simples... - o homem pausou a sua fala dando algum suspense mas sobretudo para descalçar as suas luvas e elevar-se ficando lado a lado com Zehel. - Queria saber se a tua mente já se decidiu acerca do nosso pequeno assunto. - a curiosidade na voz do homem era notável, a excitação também, Zehel apenas ainda não sabia porquê, por isso limitou-se a responder ao homem.
- sim Ashura, a minha decisão é acompanhar-te, quero descobrir o que aconteceu á nossa família.
- Muito bem então, conheces Orochimaru-sama? - questionou Ashura.
- Sei... É um dos 3 sannins lendários de konoha, o que se tornao vilão e matou o sandai...
- Não me interessa a história dele zehel - falou o homem interrompendo o rapaz. - sabes algo em relação às pesquisas dele?. - vendo o jovem a abanar a cabeça em negação continuou. -À algum tempo atrás, quando ainda era um shinobi novinho, parti em missão ao país do som, dizia-se que um motim teria lá lugar e fomos chamados para controlar a situação, na minha estadia nesse pais fui recolhido por um homem cujo pai estava com uma doença terminal, fora um sobrevivente das pesquisas de orochimaru, já à algum tempo que Orochimaru tinha deixado alguns laboratórios ao abandono, o velho deslocou-se a um destes com o seu melhor amigo e resgataram as pesquisas de Orochimaru, trouxeram consigo toda a pesquisa sobre o selo amaldiçoado, no entanto ao regressarem às suas casa foram emboscados, nessa luta o melhor amigo do velho morrera para salvar o velho e as pesquisas. Desde então aqueles pergaminhos foram esquecidos e rotulados como amaldiçoados. Ao que parece o homem gostou do meu espírito livre e puro e decidiu deixar-me levar as pesquisas comigo, desde então tenho-me dedicado ao estudo destas. Por isso não sei de nada que acontece à superfície.
Zehel escutava atentamente as palavras do homem ficando cada vez mais curioso.
- Então isto tudo para quê? - perguntou o espadachim.
- Quero-te colocar um selo amaldiçoado, assim terás mais poder, saberás sempre quando vir ter comigo e eu também saberei quando necessitarás de algo.
- Tudo bem, aceito o selo como simbolo de que aceito o fardo da minha família.