Arata – Filler 3
'Assalto Encomendado’
Anteriormente-- Quem terá sido Arata, consegues pensar em alguém? - Inquiri duvidoso de tudo o que ela me pudesse dizer.
-- Sei, só há uma pessoa que saiba destes esconderijos exceptuando a minha pessoa.
-- Quem?
Uma figura entrava pela porta camuflada, não o conhecia e apontei num movimento muito rápido o meu arco, pronto a disparar. Algo estava estranho, Arata sorriu.
-- Jinkama Oboru. - Sorriu mais abertamente. **
Estava super excitada, o meu amigo de infância estava diante dos meus olhos. Como podia ser? Não sabia nada dele desde à muitos anos, uns cinco talvez. Não conseguia pensar em nada neste momento a não ser no Oboru, mas foi nesse mesmo instante que denotei pelo canto do olho que o Karui ainda lhe apontava a arma ao meio dos olhos. Abracei o meu irmão de aventuras infantis antes de me dirigir ao meu parceiro do assalto, depois desprendi os braços do seu pescoço.
-- Karui, fica tranquilo este é o Oboru. É um amigo meu. - Disse na esperança de ver o arco baixar, e isso aconteceu mesmo.
-- Desculpa... Karui não é? - Questionava-lhe Oboru. - Apareci assim do nada, é um prazer conhecer-te.
-- Ora, não faz mal. O prazer é todo meu. - A voz do Karui pareceu-me diferente, estaria com ciúmes? óvio que não, não podia ser. Talvez fosse o meu anseio por atenção que me estivesse a pregar partidas.
Ele sentou-se connosco tendo como recosto a almofadada rocha fria da gruta, não parámos de conversar e rir ao relembrar as nossas aventuras em criança. As desventuras que tinhamos quando adentrávamos pelas grutas e grande parte das vezes ficavamos perdidos. Se não fosse sempre o meu fantástico senso de direcção, algo que já reparei que o Karui também possuía, um óptimo sentido de direcção.
Expliquei ao Oboru que foi essa uma das muitas razões por ter escolhido este nukenin de Kumogakure como parceiro de crime.
Já ao longo da conversa andava a reparar, mas com cada história ia-me esquecendo do que notava. A expressão do Karui estava muito vazia e muito fechada. Para ser sincera, ou me esqueci ou ele nem falou durante todo este tempo. Mas eu não era como ele, e perguntei logo em vez de guardar as coisas para mim.
-- Karui. - Disse com voz calma, mostrando que a direcção desta conversa estava prestes a mudar. - O que se passa, estás muito pensativo.
-- Oboru, estou curioso. - Disse ele ao final de tanto tempo, era bem feita se estivesse com a sensação de garganta seca! - Foste tu que nos roubaste as coisas, porque fizeste isso?
Bang, como uma chapada na cara o meu parceiro de assaltos acabava de expôr a pergunta que eu me tinha esquecido. Esteve este tempo todo a guardar isto nos seus pensamentos e a tirar conclusões, este rapaz enerva-me de tal maneira, porque é que ele se calou e não disse logo. Não era tempo para pensar nessas coisas, também estava muito intrigada em relação a isto apesar de me ter esquecido com todas as memórias passadas que relembravamos.
-- Foi um assalto encomendado. Daí ter vindo ter convosco, quem mais sabia do vosso plano?
-- Como assim, assalto encomendado? - Perguntei.
-- Arata, não é essa a questão. - Disse Karui. - Eu não contei a ninguém o nosso plano, e tu também não. Estivemos sempre juntos.
-- Isso acarreta outras problemas. - Disse, ao perceber o verdadeiro sarilho. - Alguém nos andou a espiar todo este tempo e nós nem nos apercebemos. Andava ocupada em treinar-te.
-- Quem terá sido? - Perguntou para o ar o Karui, era óbvio que estava a pensar em voz alta.
-- Oboru, tu foste contratado, deves saber quem foi não?
-- Pois tu deves saber. - Disse o meu colega de crimes.
O momento em que esperavamos pela revelação parecia demorar mas nenhum de nós ousava interromper o silêncio. Quem teria sido a pessoa que nos espiava e que nos roubou o próprio dinheiro? Foi então que algo chocante me devastou por completo, uma seta aparecia do ar e penetrava no crâneo de Oboru com um golpe limpo sem deixar quase nenhum sangue. Segui a trajectória e vi que a seta vinha do arco de Karui, ele tinha acabado de matar o meu irmão.