Este treino seria diferente dos outros. Enquanto não chegássemos ao destino pretendido, toda a minha viagem seria feita de pequenos treinos, numa tentativa de não perder qualidades. Assim, este seria focado no meu corpo e não nas capacidades ninjas.
Comecei por estender-me no meio do chão e fletir os cotovelos, criando uma posição onde as minhas mãos eram paralelas aos ombros e as pontas dos pés pressionavam a relva fresca. Inspirei e expirei profundamente, erguendo o corpo numa primeira flexão fácil e voltando a descê-lo, impedindo-me de pousar no solo. Os movimentos foram retos e exímios e as três primeiras dezenas algo fáceis. A partir desse número, os braços ficaram hirtos e algo doloridos, levando-me a reunir ainda mais força e esforço para continuar o exercício. Mais uma vintena e o suor que me escorria da face mesclou-se com a água que pendia da ponta da erva.
- Sessenta e três! - Gritei, ofegante e deixando-me estatelar contra a relva, sentindo o seu abraço friorento e as pontas irritantes a perturbarem-me a face - Ca…raças…
Estava ofegante, mas não totalmente exausto. Com protestos por parte dos braços, virei o corpo até ficar de barriga para o ar. Em tal posição, fitei o azul do céu durante alguns momentos, meditando sobre o que iria fazer a seguir e preparando-me mentalmente com antecedência.
E ergui o tronco… O primeiro abdominal e os braços continuavam a ralhar-me com as suas dores. Passaram quarenta com alguma facilidade e, modéstia a parte, podia garantir que repetia o mesmo número. E assim o fiz… Oitenta passaram e o meu dorso já estava duro, também ele a queixar-se de dores. A estranha, porém comum neste exercício, sensação de vómito começava a dar os seus primeiros sinais de vida, mas os fatores não foram suficientes para impedir a minha vontade. E mais dez foram feitos, até deixar-me cair de costas e voltar a fitar o céu.
A constante necessidade de respirar combinada com o aumento radical dos batimentos cardíacos impedia-me de falar, pelo menos fluentemente, e nem pensar com total precisão eu conseguia. Todavia, não precisava de fazê-lo. Tinha de focar-me no treino e no treino exclusivamente!
Voltei a virar o meu corpo, desta vez de barriga para baixo. Contrariamente ao primeiro exercício, coloquei as costas das mãos debaixo do meu queixo e, sem me preparar previamente como anteriormente, ergui o dorso. Devido aos abdominais, este exercício era o que me custava mais. As costas rangiam cada altura em que me erguia, mesclando-se com as dores dos abdominais e dos braços, mas não hesitei. Pressionei e pressionei, até quarenta dorsais estarem feitos. Deixei-me abater sobre o solo…
O cansaço dominou-me e, mesmo tentando, não me levantei. Os olhos, exaustos, deram luz verde para que as pestanas se fechassem, abrissem e voltassem a fechar… Até adormecer…

Acordei com o chamamento da pequena Sekima. Encontrou-me a dormir no meio do clarão, mas, de acordo com o seu olhar preocupado, era certo que pensava que me tinha acontecido algo… Ergui o tronco, reparei que já não doía mas ainda estava hirto, e assegurei-a que nada me tinha acontecido. Então, ela propôs aquela ideia…

Passei-lhe uma kunai para a mão, embora hesitante confesso, e recuei alguns passos, poucos. Ela pedira-me para treiná-la, tal como eu fazia com o meu corpo todos os dias, e achei o pedido estranho de imediato. Mas não consigo negar frente àqueles olhos adoráveis…
- Então, pequena, vamos ver como manejas a kunai!
- Isto é uma kunai? - Perguntou, com o olhar curioso a brilhar enquanto fita a superfície lisa da adaga - É tão pesada e tão pequenina!
Sorri ante aquele momento.
- Sekima, foca-te no treino! - Pedi-lhe, retesando os joelhos e fitando as suas pepitas de ouro, aqueles olhos lindos - Tenta atacar-me!
A pequena não hesitou, correndo apressadamente, apesar de parecer tão lenta aos meus olhos, e colocando a faca em riste. Pelo que vi dos seus movimentos, tentaria atingir-me numa zona do dorso, não aparentando ter alguma zona específica. Um ataque cego…
Dei um passo para o lado e rodopiei. A pequena não esperava tal reação, atrapalhando-se e tropeçando na sua confusão de pés, embatendo de cara contra a relva. Afastei-me com um salto e deixei-a levantar-se. Fitei-a e preparava-me para dizer algo, mas esta voltou à ofensiva. Era outro ataque cego onde ela tentou arranhar-me com a ponta do metal, entretanto, eu dera um salto para o lado. Desta vez, ela não cessou, virou com uma agilidade inesperada e arremessou-me a kunai sem prévio aviso.
Focalizei chakra e não me movi propositadamente. A kunai trespassou o meu braço, espirrando água e não sangue. Sekima olhou-me, confusa. O buraco feito pelo seu arremesso depressa foi preenchido por mais água e o meu corpo voltou ao seu estado natural. Todavia, rangia com os dentes. O arremesso não fora preciso nem muito forte, mas a proximidade dera impulso suficiente para que trespassasse o meu braço na forma aquosa e provocasse dores.
- Pequena, já a arremessa-la? - Perguntei com um sorriso paternal, agachando-me para ficar à sua altura - Queres continuar?
Ela anuiu com a cabeça. Não hesitei e, com uma precisão de mestre, arremessei três kunai`s, cada uma embatendo precisamente numa zona não muito longe do solo de três árvores atrás de Sekima. Esta viu o arremesso, maravilhada, mas depois fitou-me confusa. Não diminui o sorriso, usufruindo-me da agilidade de um Sunshin para surgir no sopé da primeira árvore. Concentrei chakra nos pés e, com o Kinobiri, subi o tronco da árvore rapidamente, tocando na ponta da kunai e deixando-me cair num salto. Ela olhava-me, boquiaberta.
- Este exercício que agora te proponho vai ser mais divertido! - Gargalhei, fazendo um gesto com a mão para ela se aproximar, e assim o fez - O Jutsu mais básico é o Kinobiri, onde tens de simplesmente deixar que chakra flua na sola dos teus pés. Com isso, sobes as árvores, agarras nas facas e atira-as contra mim, entendido?
Ela anuiu. Pensei que fosse a fazer perguntas como “O que é o chakra”, entre outras, mas a sua curiosidade foi batida pela determinação de acabar o treino. Estava orgulhoso.
A rapariga respirou profundamente e, à primeira, manifestou uma camada de chakra debaixo dos pés. Olhei-a, estupidamente, e observei-a a subir a árvore do meio (por onde eu havia exemplificado o exercício). Quando esta chega à kunai, agarra-a pelo orifício e, numa posição nada confortável para um arremesso, atira-ma com uma ótima precisão. Estava tão impressionado pela repentina evolução que me esqueço de desviar, deixando a kunai raspar na minha cara e soltando um fio de sangue. Grunhi de dor e levei a mão ao arranhão.
- Pai! - Gritou a criança, descendo a árvore e correndo na minha direção. Ajoelhei-me e deixei-a que me abraçasse apertadamente - Desculpa, pai!
Ainda não estava em mim. Como é que ela conseguira… Ainda não acreditava no que havia visto!
- N-não é nada. Eu é que me distraí pequena, o erro foi meu! - Empurrei-a para que ela me soltasse do abraço - Voltas a repetir, por favor?
Apesar de um olhar preocupado, esta anuiu com um sorriso débil, aproximando-se do tronco da árvore à direita. Repetiu o esquema da mesma forma anterior, uma focalização de chakra perfeita, colmatada com uma ótima precisão no arremesso da adaga. Ainda estava impressionado, mas consciente o suficiente para me esquivar da kunai com um Sunshin. Surgi, então, no sopé da árvore, de braços estendidos. A pequena desceu a árvore até aos meus braços, encantada com a recepção.
- A-acho que chega… Por hoje…

Avaliação do mais novo Papai:

Habilitações Ninjas:

Ninjutsu: 65,25 + 0,25 = 65,5
Taijutsu: 21,5
Kenjutsu: 38 + 0,25 = 38,25
Genjutsu: 32,75
Selos: 37,75
Trabalho de Equipa: 12

Habilitações Corporais:

Força: 17,75 + 0,75 = 18,5
Agilidade: 34 + 0,75 = 34,75
Controlo de Chakra: 69,25 + 0,5 = 69,75
Raciocínio: 16,75
Constituição: 36,25 + 0,75 = 37

Avaliação: 3,25/5

Total de Habilitações: 381,5** + 3,25 = 384,5

Comentários:

Achei que o treino teve bem mais fala do que ação, pareceu-me que focastes mais a mostrar que Sekima ser um prodígio do que no seu próprio treino. Do meio do treino até o final você foi praticamente um Sensei. Mesmo assim ainda ganhou alguns pontinhos em habilitações corporais.
Se você continuar a postar treinos assim vai ser difícil eu te alcançar

**Estava errado o somatório total de habilitações, mas já corrigi

Tu nunca me vais alcançar *sorriso maléfico*. Deixa-me só eu entrar outra vez na onda e nunca mais me apanhas *gargalhada maquiavélica*.

Só acho estranho não ter ganho nada em Kenjutsu. Brinquei tanto com kunai`s, uns 0,25 seriam justos, não?

Este treino também é só uma apresentação do que daí vêem ^^.

Citação :

Não hesitei e, com uma precisão de mestre, arremessei três kunai`s, cada uma embatendo precisamente numa zona não muito longe do solo de três árvores atrás de Sekima.

Essa é unica hora que você mexe com as kunais, as outras foram todas a Sekima. Tinha colocado um asterisco nessa avaliação para ver se falava algo sobre armas novamente, mas você não voltou a comentar algo sobre e fiquei em grandes duvidas se merecia ganhar.

Mas vou ceder ao seu pedido já que fui rigoroso em outros aspectos.